Acaso Perene - Adaptação Noany

nineteen

Sou grato/a por 2.

– O que está fazendo aqui? - ele passou pela sala se apoiando na entrada da cozinha.

– É feriado!

– Você estava em Los Angeles! - se levantou.

– Eu estava, então peguei um vôo de volta e agora estou aqui.

– Porque?
Ele deu de ombros.
Pepe tossiu atrás dela.
Ela virou o rosto para ele.

– Sobre isso, a casa é dele.

Any passou o olhar de um para o outro.

– Então você sabia que eu estaria aqui e ainda assim resolveu vir?

– Porque eu não viria Any?
Sorriu se aproximando dela.

– Por que eu estou aqui! - agitou as mãos no ar.

– Um ótimo motivo para estar aqui na minha opinião. - esbarrou nos ombros dela e se sentou.
Passou os braços pela cabeça, apoiou os pés sobre a mesinha de madeira no centro da sala. A camisa se levantou revelando a pele do abdômen, ele sorriu travesso e a estudou.

"Tirano, filho da mãe..."

– Não se preocupe, vamos nos divertir!
"Abalada!"

Estava irritada, estava tão irritada, porque maldição a vida insistia em deixa-los nos mesmos espaços?

Até na droga do feriado?
Todo mundo tinha direito de relaxar no feriado.
Porque logo ela iria ter que se vigia?
"Vírus desgraçado!"

Foi para o quarto e Sabina a seguiu.

– Me jura que não sabia que esse meliante estaria aqui?

– Meli o que? - Any passou por ela - esquece eu juro!

– Porque ele está aqui? - cruzou os braços fazendo biquinho. - dois dias Sabina, dois malditos dias longe dele, eu só queria relaxar e beber um bom vinho.

– Você não ficou nem um pouquinho feliz em ver ele aqui?

– Não! - Sabina apertou os olhos nela.

– Não? - sorriu.

– Não me olhe assim, escuta o que eu estou te dizendo, você viu o sorriso cínico dele? Aquele homem é um enviado do mal... - abriu a mala sobre a cama retirando algumas peças de roupa. - ele veio para me atazanar.

A risada de Sabina ecoou pelo quarto, ela se sentou na cama e estudou a amiga.

– Any já pensou na outra possibilidade?

– Qual? - estendeu uma blusa para ela e ela negou com a cabeça.

– Ele pode ter vindo por você!

Any parou por um instante, olhou no fundo dos olhos verdes de Sabina, se aproximou dela olho no olho.

– Você está louca! - então se afastou.

– Só estou dizendo!

– Pois então não diga!

Mais tarde, depois de um banho quente e de chegar a incrível e esclarecedora conclusão de que se ele estava ali com o propósito de atazanar o juízo dela então ela também poderia fazer o mesmo com ele.
Não estavam no escritório, ele não era seu chefe!
Poderia matar ele se quisesse.
Poderia sim!