thirty

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Um presente para você 1.

Any caminhava de um lado a outro na sala dele, tirava e em seguida recolocava os livros na prateleira, então se sentava diante dele, remexia em suas coisas, balançava o seu porta canetas, debruçava-se sobre ele e voltava a se levantar.

– Any! - estava tentando se concentrar no contrato a sua frente a mais de uma hora. - Pode parar por favor?

– Não! - cruzou os braços diante dele. - Você deveria ter me dito, não se esconde algo assim Noah!

– Não é importante Any! - se aproximou de sua mesa, a expressão abismada em seu rosto.

– Como diabos? É seu aniversário Noah! - voltou a caminhar - Seu aniversário e estamos aqui, porque você não me disse?

– Any, é só mais um dia como outro qualquer.

– Não diga isso! - se aproximou dele. - O dia em que nasceu é importante!

– Certo! - se levantou indo até ela - O que quer fazer?

– Bom, se não tivesse escondido de mim... Eu poderia ter te organizado uma festa!

– Eu não escondi Any, só não contei.

– Não é a mesma coisa?

– Acho que não e eu não gosto de festas.

– Você não gosta de nada Noah...

Isso não era verdade, ele gostava dela!

Mas por que ela estava tão brava com o fato dele não ter dito nada sobre ser seu aniversário?
Não é algo que as pessoas saem por aí dizendo, né?

A verdade era que não via nada de mais nisso, era só mais um dia como todos os outros trezentos e sessenta e quatro do ano, se tivesse a sorte de não ser um ano bissexto.

Any caminhou até sua mesa, remexeu em seu blazer muito bem posicionado sobre as costas de sua cadeira e removeu seu celular.

– O que está fazendo?

– Aceitando o convite de Pepe e Sabina para jantar.

– Por que?

– Porque é seu aniversário, e se eles nos convidaram é porque prepararam algo especial e como não tenho nada planejado...

– Any! Estamos em plena quinta feira, eu tenho um monte de trabalho para fazer, não tem a mínima possibilidade de eu sair daqui antes das 20 horas só porque é meu aniversário.

– E por que Pepe e Sabina conseguem?

– Provavelmente porque eles não estão tendo nenhuma distração.

– Está dizendo que eu distraio você? - Apertou seus olhos nele - porque se você tivesse me dito eu provavelmente não estaria aqui me sentindo uma péssima namor...

A palavra morreu em seus lábios, seus olhos se desviaram para o celular em suas mãos.

– Termine a frase Any... - um leve sorriso surgiu nos lábios dele, ela colocou o celular entre suas mãos e o encarou.

– Por que está sorrindo?

– Você estava dizendo algo - pois o celular sobre a mesa - mas não terminou, não gosto quando não terminam as frases.

– Eu ia dizer... - fitou os olhos verdes - que não estaria me sentindo uma péssima - deu um passo para ele. - Assistente!

Deixou a cabeça cair e encarou seus sapatos.

Acaso Perene - Adaptação NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora