Forty five

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Noah segurou a porta de entrada do consultório para que ela passasse, ainda emburrada esbarrou nele propositadamente ao entrar.

— Não acredito que apostou no nosso filho. — Disse com certa indignação.

— Filha!

— Você está mesmo muito confiante.

— Eu estou! — se colocou ao lado dela. — Você que não parece tão confiante.

— Eu me recuso a entrar nisso!

— Por que?

— Porque ele pode se sentir rejeitado caso não seja uma menina.

— Então você admite que quer que seja uma menina.

— Eu não disse isso!

— Mas pensou! — Ela revirou os olhos.
Passaram pela recepção, Noah deu seus nomes e a guiou para que se sentassem.

— De onde conhece esse lugar?

As paredes cinzas se limitavam onde a madeira começava, o chão em porcelanato branco refletia os pés dela que balançavam pouco à vontades.
Uma mulher sozinha sorriu para ela do outro lado da sala, tinha ums barriga enorme que fez seu coração bater forte.
Será que estava fazendo algo errado?
"Por que a minha é tão pequena?"

— A Dra. Cooper é minha cliente e uma das melhores obstetras do estado.

— Acha que ela vai dizer que tem alguma coisa errada comigo? — baixou o volume da voz se aproximando do rosto dele.

— Não! — A estudou, os olhos dela fixos na mulher a frente. — Você acha que tem algo de errado?

— Não sei! Quantos meses acha que ela tem?

— Não sei! Oito talvez?

— Ah, estamos bem então! — Pousou as mãos sobre a barriga. Ele juntou as sobrancelhas. — Estou com fome!

— Você não comeu?

— Você me obrigou a vir aqui e agora está questionando a minha fome?

— Não pode esperar um pouco? — Suspirou irritada.

— Um pouco quanto?

— Um pouco Any! — Suspirou mais forte.

— Tudo bem, não sou eu quem está com fome de qualquer forma... — Estudou as mãos, ele a fitou com a boca entreaberta.

— Você tá me chantageando para conseguir comida?

— Usamos o que temos!
Noah concordou.

— E o que exatamente a fome que não é sua quer comer?

Ela parou por um momento, então se virou para ele. — Que tal um sundae grande com calda de chocolate e amendoim?

— Nem pensar!

— Você perguntou o que ele quer...

— Que tal uma salada de frutas com iogurte e granola?
Ela fez uma careta.

A porta se abriu, uma mulher negra por volta dos quarenta e cachos no alto da cabeça surgiu com uma roupa elegante por baixo do jaleco cor de rosa.

— Devo admitir que eu nunca imaginei te ver sentado na sala de espera do meu consultório. — Se dirigiu a eles com um sorriso nos lábios. — Como está Noah?

— Bem, na verdade eu também não imaginei algo assim. — Eles apertam as mãos.

— Está deve ser a mulher que operou o milagre!
Se virou para Any.

Acaso Perene - Adaptação NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora