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PENSILVÂNIA SÉCULO XV

ஜீ፝͜͜͡͡Meses haviam se passado.

Blair cumprira o que prometera naquela noite à um vampiro que lamentava a sua condição na escuridão daquela floresta. Eu me empenhara bastante e minha força de vontade fazia com que eu realmente me deixasse ser ajudado por ela. No começo seus métodos pareciam tortura, mas aos poucos fui percebendo que estava melhorando cada vez mais. Foram meses intensos para mim, mas finalmente podia beber sangue sem me preocupar em matar mais ninguém.

Como bruxa ela me ensinou a controlar a hipnose para fazer o humano esquecer depois do momento que eu mordia seu pescoço e bebia seu sangue. Blair sempre me acompanhava nas noites para me supervisionar enquanto me alimentava. Depois que tudo acabava ela curava os pescoços das vítimas para não deixar nenhum rastro sequer. Ela era bastante cuidadosa quanto à isso. Claramente sabia o que estava fazendo, pois pensava em cada detalhe.

Todos esses meses ela me abrigou em sua casa durante os dias. Assim como eu ela era uma criatura noturna. Durante o dia ela dormia, enquanto durante à noite ela me ensinava tudo o que eu precisava saber sobre meus poderes e como usá-los em benefício. O sangue dela era enfeitiçado por uma magia comum em todas as bruxas. Já que uma bruxa havia criado os vampiros, elas enfeitiçavam seus sangues com uma substância que queimava a boca dos vampiros, protegendo-se assim de ser uma futura vítima. Dessa maneira, não podia machucar Blair ou qualquer outra bruxa.

Blair me ensinara que podia conseguir passar uma semana sem precisar me alimentar de sangue humano, pois eles continham os nutrientes necessários para eu me manter hidratado durante todo esse período. Havia comido no dia anterior, sendo assim, só caçaria outro humano em sete dias, portanto, depois de mais uma noite alimentado.

No começo, Blair me interrompia pela dor que a sua magia podia casar, como se espremesse meu cérebro por um momento, causando uma dor aguda para que eu não bebesse mais que o necessário do humano, mas logo fui aos poucos começando a desenvolver a habilidade de saber a hora certa de tirar minhas presas do indivíduo à tempo de não causar danos.

Depois que meu treinamento finalmente terminou, a primeira pessoa em quem pensei foi em Daynna. Agora que não poderia mais correr o risco de machucá-la, queria vê-la e explicar a situação em que eu me encontrava e lhe mostrar que eu era um vampiro que não machucava mais as pessoas. Queria ter certeza de que nosso amor ainda vivia. Uma parte de mim ainda alimentava a esperança de vivermos felizes para sempre. Aquela parte lutava para permanecer sempre viva em meu ser.

Blair me concedeu um artefato mágico para que eu pudesse andar durante o dia sem que o sol machucasse à minha pele. Eu finalmente me sentia aos poucos voltando ao normal. Ter a sensação do sol tocando novamente a minha pele parecia um presente do qual nunca tinha dado valor antes e só agora percebia que era mais do que eu notava antes. O calor beijando minha pele levemente com seus lábios quentes e delicados, me trazia uma sensação reconfortante.

Com sua magia, ela nos transportou até a casa de Daynna. Ver aquele lugar fazia meu coração quase errar os compassos apenas em lembrar que a mulher da minha vida morava logo ali e o quanto poderia estar próximo dela naquele minuto. O nervosismo preenchia cada molécula em mim deixando-me enérgico. Em minhas mãos carregava uma carta onde abria o meu coração para Daynna e dizia que queria vê-la naquela tarde para contar o motivo pelo qual eu havia sumido por todos aqueles meses sem dar sinal de vida.

Com minha velocidade vampira corri em direção à casa dela, esbarrando contra uma parede invisível, então pude perceber que havia pedras ao redor de toda a casa, então pude imaginar que era um sistema de segurança mágico para que nenhum ser sobrenatural ultrapassasse aquele local. Blair que estava escondida atrás de uma das árvores da floresta pareceu preocupada comigo, mas logo mostrei que estava bem tranquilizando-a. Por fim tive a ideia de enfiar a carta na lâmina de uma faca e lançá-la em direção a porta da casa e assim fiz. Acabei por acertar a faca na porta, que logo se abriu e vi quando uma mulher surgiu ali. Talvez trabalhasse na casa. Ela retirou a faca da porta e a carta que levava o nome estampado de Daynna.

Entre Almas [Livro 01]Onde histórias criam vida. Descubra agora