Entre Almas [Livro 01]

༺XXXVII༻

ஜீ፝͜͜͡͡Ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido.

Há anos atrás se me perguntasse em algum momento eu beijaria outro homem, eu diria indubitavelmente que "NÃO", mas agora me via exatamente naquela situação e por mais estranha que parecesse para mim, não conseguia me desvencilhar dela. O beijo dele parecia tão errado, porém tão certo que não saberia como explicar mesmo em um milhão de anos todas as sensações controversas que estava sentindo, mas continuava beijando ele, pois cada átomo do meu corpo desejava continuar fazendo aquilo como se um apenas não fosse o suficiente e quanto mais eu recebia mais eu precisava.

Tudo o que eu acreditava sobre mim mesmo estava completamente errado e aquilo me assustava um pouco. Por anos jamais consegui ver outro homem daquela maneira, mas talvez antes não houvesse nenhum motivo pelo qual eu poderia pensar em ver outro homem desta forma. A verdade era que Dorian não era como qualquer outro homem que eu já havia conhecido, além do fato de que ele era a reencarnação do único amor de minha vida a única pessoa pela qual vi motivos para querer viver para sempre. Cada coisa que ele fazia que me remetia a memória de Daynna aquecia o meu coração. Talvez eu já tivesse me apaixonando por Dorian aos poucos sem nem perceber desde que ele havia chegado ali, mas fora aquele beijo que determinara a clareza de meu coração e a necessidade que eu sentia dele.

Todas os momentos que estive ao seu lado voltaram em minha mente com força, quase como se eu pudesse reviver tudo novamente. Meu coração sempre palpitava mais forte quando eu ouvia a risada dele ou quando seus olhos brilhantes me encravam por bastante tempo, quando ele me abraçou pela primeira vez, quando suas lágrimas rolaram pelo meu ombro, quando sua mão tocou a minha, quando dançamos juntos pelo salão de baile e quando dançamos novamente na varanda de frente para o chafariz, quando vi ele descendo pelas escadas com aquela roupa que o fazia parecer um príncipe, lembro-me de ficar completamente encantado como se tivesse vendo um anjo vindo em minha direção. Nada disso poderia ser apenas uma admiração e agora eu sabia disso e tudo dentro de mim parecia fazer sentido.

Assim que afastei meus lábios dos dele novamente, estava um pouco ofegante, assim como ele devido a intensidade daquele beijo. Começava a me acostumar com a ideia de estar beijando Dorian e ainda não estava totalmente satisfeito e precisava mais uma vez dos seus lábios nos meus quase como se a minha vida dependesse daquilo, como se eu não tivesse tanto tempo assim para aproveitar mais àquilo.

Passei minha mão pela lateral do rosto dele novamente sentindo a maciez de sua pele puxando seu rosto para mais perto do meu, sentindo o sabor adocicado de seus lábios úmidos, abrindo aos poucos um espaço entre eles para mover minha cabeça para o lado trocando a posição, pressionando um pouco mais seus lábios nos meus, começando a intensificar aos poucos aquele beijo, até que Dorian não pode mais se conter e passou uma de suas pernas sobre mim sentando em meu colo, ficando de frente para mim, foi quando o beijo encaixou perfeitamente, abracei-o forte, enquanto os braços dele envolveram meu pescoço e me sentia completamente entregue ao desejo que sentia por ele como eu nunca mais havia sentido por mais ninguém.

Por estar sem apoio, acabei caindo no chão com ele sobre mim. Nosso beijo foi interrompido por risadas divertidas e ficamos assim por um tempo, apenas aproveitando o corpo um do outro e pude sentir a mesma sensação de quando ia para a cabana com Daynna. Ela sempre colocava a cabeça sobre o meu peito e ficava ouvindo as batidas do meu coração, assim como Dorian estava fazendo agora, o que me fez sorrir como um bobo. Corpo diferente, costumes iguais. Eu nunca mais poderia negar que Dorian era a Daynna, afinal meu coração jamais se sentiria vívido por mais ninguém que não fosse a Daynna.

― O que fazemos agora Sebastian? ― questionou Dorian depois de algum tempo quebrando o silêncio que havia se estabelecido entre nós.

― Agora eu acho melhor voltarmos para casa ― respondi passando a mão por entre seus fios vermelhos em movimentos circulares.