Capítulo 10

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     Era hora do almoço e Rony e Hermione encontravam-se de volta na toca sentados lado a lado na mesa da cozinha junto com os outros Weasley presentes. Molly havia ficado meio desconfiada quando eles chegaram naquela manhã e deu um longo discurso sobre preservação, o qual deixou Hermione escarlate, assim como as orelhas de Rony. George estava sorrindo como nunca e, vez ou outra, provocava o irmão dizendo como Fred estaria orgulhoso ao ver que ele herdara um pouco do jeito dele com garotas. O irmão tentava não dar importância e esconder o orgulho de si mesmo, embora não estivesse tendo muito sucesso, sendo denunciado pelo seu sorriso bobo. Hermione se concentrava em olhar para o seu prato, ainda envergonhada pelo discurso da Sra. Weasley, embora ainda destinasse olhares e sorrisos apaixonados ao namorado. Ela estava absorta em seus pensamentos sobre a noite anterior ao ouvir Gina dizer:

-Então, Mione, pra onde você e Rony foram ontem, mesmo?

-É, cunhadinha, vocês sumiram ontem – acrescentou George

Pensando rápido, a morena disse, fingindo displicência:

-Fomos ao cinema.

Rony, que não tinha ideia do que era um cinema, apenas concordou com a cabeça e enfiou mais uma garfada de batatas na boca.

-Estranho, cinemas não duram a noite inteira...

-É que depois fomos ver o nascer do sol num parque – Disse Hermione, após lançar um olhar fulminante a Harry.

Então o almoço seguiu-se como sempre e, ao fim da sobremesa, Gina puxou Hermione para seu quarto com o pretexto de mostrar um vestido para a amiga.

Já lá em cima, ela disse:

-Como foi?

-Foi maravilhoso! - disse a morena, jogando-se na cama, sendo logo seguida pela amiga, que sentou ao seu lado.

-Ele te levou pra onde?

-Pra um hotel incrível. Tinha um estilo Veneziano... - e assim Hermione narrou a noite para a amiga, guardando alguns detalhes que pertenciam somente a ela e a Rony.

Enquanto isso, No jardim o ruivo ouvia as piadas de George e Harry enquanto tomava o whisky de fogo que tinham aberto:

-Finalmente o Roniquinho virou homem! - exclamou George, dando uma palmada no ombro do irmão.

-ha ha, hilário – disse, sarcástico

-e ela gostou?

-de acordo com os gemidos que deu, sim – disse Rony, sem conter um sorriso orgulhoso.

-Fred estaria orgulhoso de você. Apostamos que ficariam juntos – explicou Jorge, ao ver o olhar confuso do irmão – apostei que ela ia ficar com o Krum. Ele em você. – implicou por fim.

-Hoje o seu humor realmente está se superando – ironizou o ruivo, fazendo Harry não aguentar e cair na gargalhada

-Sabe, ela ainda tem essa opção... - provocou o moreno

-O que quer dizer com isso, Potter? - perguntou Rony rispidamente, tentando disfarçar sua súbita preocupação

-Ele vai dar uma palestra no ministério, não soube?

-QUÊ? Que beleza de amigo você é, como me conta uma coisa terrível dessas assim? - Esbravejou o ruivo mais novo, fechando a cara ao ouvir o amigo e o irmão caindo na risada

-eu falei que ele ia cair! - disse Jorge. Ainda rindo.

-Haha, hilário! Faça isso de novo, Potter, e eu digo a Dino que você e minha doce irmã terminaram e ainda pago um jantar pros dois.

***

Naquela mesma tarde, quando Hermione já estava em sua própria casa, lendo um livro em seu quarto, ela ouviu um ruído vindo da janela. Levantou espantada e abriu a janela para receber uma robusta coruja das torres carregando uma carta. Ainda mais espantada, viu que a carta carregada pelo animal tinha o selo de um lugar muito conhecido seu.

-Merda!

***

Era madrugada quando Rony acordou com duas batidas hesitantes na porta. Levantou-se rapidamente e, ao abrir a pesada porta, deu de cara com uma morena de cabelos rebeldes e olhos castanhos em que se podia perceber um profundo nervosismo e ansiedade. O motivo das preocupações de Hermione, naquele momento, eram desconhecidas para Rony de cabelo desgrenhado e de camisa amassada que esquadrinhava o belo rosto de sua amada. Então, hesitantemente, Hermione disse:

-Pensei que nós podíamos caminhar um pouco.

-Pensei que já estivesse em casa... - começou ele, confuso devido ao sono.

-É, eu estava pensando que nós temos que conversar.

O ruivo, nesse momento, percebeu que a conversa não seria sobre um assunto agradável, pois qualquer assunto que justificasse aquela expressão no rosto de Hermione não poderia ser bom. Ainda um pouco confuso, Rony saiu do umbral da porta, segurou a mão da namorada e foi arrastado para fora da Toca deparando com o jardim ainda aparentemente vazio depois da desgnomização feita um dia antes para o almoço do dia anterior. A bruma noturna, típica naquela época do ano, era vista em toda paisagem e o lugar era dominado pelo agradável som dos animais noturnos. Hermione largou sua mão e abraçou o próprio corpo devido ao frio e começou a andar. Sem pensar, ele caminhou ao lado dela e esperou que ela falasse. Como ela não o fez, ele disse:

-Então... o que queria falar de tão importante?

-Ah... bom... eu tenho que te contar uma coisa...

-Então é só me contar – disse ele, encorajando-a enquanto entrelaçava seus nos dela e beijava sua mão castamente.

-O.k.... Eu recebi minha carta de hogwarts. E eu decidi ir.

Ele parou de andar, estupefato com o que ela tinha acabado de dizer. Como ela poderia aceitar voltar a hogwarts, logo agora que tudo estava melhorando? Como poderia deixá-lo

-Você não ia entrar logo no ministério naquele cargo que Kinsgley te ofereceu?

-É, eu ia. Só que eu não sabia que ainda teria a oportunidade de terminar meus estudos e é isso que eu quero fazer. Se você não completar seus estudos você ainda vai ser bem-sucedido, mas se Eu não terminar os meus estudos eu nunca vou poder assumir cargo mais altos, sempre serei subestimada. E eu também preciso disso, entende? Preciso fazer isso pra seguir com minha vida. Pra ficar bem com mim mesma.

-Então você quer terminar, é isso?! - disse Rony, já com as orelhas avermelhadas denunciando sua raiva

-É claro que não! - disse ela, também aumentando o tom de voz – Nós podemos fazer dar certo!

-Você sabe muito bem que essas coisas não são assim! - agora ele estava a beira dos gritos – Você vai pra hogwarts, os caras vão caie em cima de você muito mais do que antes e eu não vou estar lá pra impedir.

-Então é isso que você pensa de mim? Que eu vou te largar pelo primeiro que der em cima de mim?! -disse ela, agora definitivamente gritando.

-É exatamente isso!

-Então não vai dar certo mesmo! Não sei como pensei que você estivesse mesmo mudado!

-Então porque não vai embora?! Vai lá pra hogwarts se é isso que quer!

-É exatamente o que eu vou fazer! - Foi a última coisa que ela disse antes de aparatar, deixando sozinho no gramado.

Ele não conseguia mais raciocinar direito. Ainda estava e atônito quando começou a chover e ele escorregou contra uma árvore ficando lá mesmo, absorto em seus pensamentos percebendo na besteira que tinha feito.

Depois da batalhaOnde histórias criam vida. Descubra agora