Capítulo 4

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 Rony acordou e sentiu o leve peso de Hermione entre seus braços. Não pode deixar de sorrir. Naquele momento ele se sentiu o homem mais sortudo do mundo, por ter o privilégio de acordar ao lado de Hermione. Aquilo era o que ele mais desejava desde os seus 14 anos: ter Hermione como sua namorada. Estava tão feliz que nem percebeu que a observava. Parou para apreciar a sua namorada. Não conseguia entender como alguém poderia ser tão perfeita. Os cabelos dela estavam volumosos e bagunçados, de um jeito que ela, com certeza, odiaria mas que ele achava lindo; os olhos estavam fechados, mas ele lembrava perfeitamente dos lindos olhos castanhos que ela tinha; as pequenas sardas, que salpicavam debaixo dos olhos e no nariz, deixavam, se é que isso era possível, o seu rosto ainda mais belo. Estava tão concentrado em admirá-la que nem percebeu que a mesma tinha aberto os olhos. Ela se espreguiçou e sussurrou, ainda sonolenta:

-Bom dia...

-bom dia, amor! – falou ele antes de depositar um beijo nos lindos lábios rosados, os quais a ela pertenciam – dormiu bem?

-muito bem! É impossível não dormir bem ao seu lado...

-eu digo o mesmo.

-Amor, você está pronto pra hoje...? – aquelas palavras tiveram um peso enorme para Rony. Elas o trouxeram de volta a dura realidade de ter que enterrar o seu irmão – que pergunta idiota, é claro que você não está pronto, desculpa ter te perguntado isso – completou ela com um semblante preocupado

-tudo bem, não precisa se desculpar – disse ele com a voz rouca e, logo em seguida, mudando de assunto – como foi no St. Mungus, ontem?

-foi relativamente bom... ele passou algumas poções calmantes e mandou eu ir para um psicólogo uma vez por semana

-ah... ele disse que você tinha algo mais sério, ou coisa do tipo?

-não, ele disse que o psicólogo era só para aliviar os traumas da guerra

-que bom...

-sabia que você fica muito fofo preocupado? - disse ela, depois de um tempo, enquanto acariciava o queixo dele

-pensei que eu fosse um trasgo – disse ele sorrindo

-parece que eu me precipitei – disse a morena, finalmente beijando-o

-se for assim, acho que vou ficar preocupado mais vezes – disse ele entre um beijo e outro, fazendo ambos rirem.

Depois de um tempo, decidiram se levantar e se arrumar para irem para hogwarts presenciar os funerais. Ficou decidido que Fred seria enterrado no cemitério onde os outros membros da família Weasley foram enterrados; Jorge tinha dito que ele e o irmão tinha fugido de hogwarts, e ele não ficaria feliz no cemitério dedicado aos membros que morreram na guerra. O enterro de Fred seria depois que os funerais daqueles que foram mortos na guerra.

***

Hermione estava subindo as escadas com uma maçã e um chocolate que ela estava levando para Rony, o qual não tinha descido para tomar café. Aquilo era até meio irônico, Hermione pedindo para Rony comer algo, coisa que no passado ela pediu tanto para ele parar. Chegando no topo da escada, se encaminhou para porta do quarto do namorado e bateu duas vezes, as batidas foram respondidas por um "entra" um tanto rude. Abriu a porta e Rony se encontrava usando um terno preto, que havia sido escolhido por Gina, e tentando dar um nó na gravata. Ela se aproximou e disse timidamente:

-oi... eu trouxe isso pra você.

-não estou com fome – respondeu ele secamente

-Rony eu... eu sei que você está muito triste hoje mas você precisa comer, isso não é saudável.

Rony suspirou parecendo arrependido e disse:

-me desculpe... eu não devia ter sido grosso com você

-tudo bem, eu entendo

-não, não tem desculpa para eu ter falado desse jeito com você... o que você trouxe?

-uma maçã e um chocolate. É só o suficiente para você não desmaiar – disse ela, entregando-o as comidas que havia trazido pra ele. Quando ele terminou de comer ela perguntou:

-quer ajuda com a gravata?

-sim. Eu ia tentar um feitiço, mas acho que você fazendo vai ficar melhor – disse ele suavizando a voz – esse vestido ficou bem em você, Mione – elogiou ele, referindo-se ao vestido preto que ela usava.

-obrigada – disse ela enrubescendo – você também ficou bem com esse terno

-valeu... sabe, você não precisava fazer isso

-isso oque?

-ah você sabe – falou ele com um sorriso de lado – aguentar o meu humor, dar o nó da minha gravata, me trazer comida...

-ah não foi nada, é só o que qualquer boa namorada faria –ele riu – o que foi?

-nada, é só que eu ainda me surpreendo quando você diz que é minha namorada – respondeu ele com um sorriso

-eu também fico surpresa – disse ela terminando de arrumar a sua gravata – agora nós precisamos descer, sua mãe e Jorge, estão lá esperando, só consegui fazê-los descer agora

-eles comeram alguma coisa? – perguntou ele um pouco preocupado

-só o suficiente para ninguém desmaiar

-você é maravilhosa, sabia? - disse ele fazendo-a ficar vermelha que nem um pimentão

-vamos agora, tudo bem? - disse ela corando, retomando ao assunto em que falava e sendo respondida por um aceno de cabeça.

***

Depois que todos os funerais acabaram, todos seguiram para o cemitério onde Fred seria enterrado, assim como a maioria dos membros da família Weasley. Rony estava abraçado à sua amada e quando chegou sua vez de dizer algumas palavras, ele foi pra perto do caixão e disse:

-Fred era um ótimo irmão. Ele era uma pessoa alegre e engraçada, sempre contando piadas e fazendo os outros rirem. Eu lembro que quando eramos pequenos ele me ensinou a jogar quadribol na posição de goleiro uma vez. Ele ficava me dizendo que eu não sabia defender a goles direito; e ficou gritando comigo e tirando sarro de mim, até que um dia eu consegui defender. Ele me abraçou e disse que ele sabia que eu conseguiria, e que ele tinha orgulho de mim. Ele sempre foi assim, tirava sarro mas era um bom irmão. Eu tinha orgulho de ser seu irmão. Nós sempre vamos lembrar dele e ficar felizes, pois ele era uma pessoa muito feliz e ficar triste seria um insulto à sua memória – depois virou-se para o caixão – Nós te amamos muito Fred e nunca vamos te esquecer. Adeus, irmão.

Ao terminar de falar ele se dirigiu à Hermione e a abraçou de lado, enquanto lágrimas rolavam de seus olhos. Ela sabia que Rony sempre ficava envergonhado quando chorava, então não comentou nada, apenas segurou sua mão na e deixou as lágrimas fluírem. Após o resto da família dizer algumas palavras, todos se dirigiram novamente para a Toca.

Depois da batalhaOnde histórias criam vida. Descubra agora