Capítulo 2

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 Ao entrar na toca a Sra. Weasley começou a chorar descontroladamente nos ombros do Sr. Wesaley, por ver que o ponteiro de Fred apontava para perdido, em seu relógio que dizia onde cada membro da família estava naquele exato momento. Ao ver a tristeza da mãe Rony fez sinal para Carlinhos que, entendendo a deixa, o ajudou a retirar o relógio da parede. Toda os familiares e amigos do querido falecido estavam muito abalados, mas o que mais sentia a morte de Fred era Jorge. Os dois eram irmãos gêmeos e melhores amigos, estavam sempre juntos aprontando todas por aí sendo constantemente o motivo da risada das pessoas. Rony também tinha sentido bastante a morte do irmão, e ver Jorge, sempre tão alegre, agora mergulhado em tristeza, não estava ajudando.

Ele estava muito abalado, mas Hermione estava lá com ele ajudando-o a se reerguer aos poucos, assim como ele estava lá pra ela depois dos terríveis acontecimentos na mansão Malfoy. Na primeira noite no chalé das conchas Rony estava se revirando no sofá sem conseguir dormir, pensando em como Hermione tinha sofrido naquele mesmo dia mais cedo. ele precisava saber se ela estava bem, se ela estava viva, respirando, porque ele a amava, sabia disso desde o baile de inverno, e aquela bolinha de luz não havia deixado dúvidas de que era um sentimento forte e verdadeiro. Ao escutar os gritos de dor e desespero que ela dava, sem poder fazer nada para cessá-los foi horrível. Ali ele teve noção de como foi burrice passar todo esse tempo negando os seus sentimentos por ela, porque acreditava que não era o suficiente, e finalmente percebeu que ela era a mulher da sua vida e não poderia perdê-la, nunca, porque, afinal, ninguém ganha na loteria duas vezes e não poderia deixá-la passar. Então, sem conseguir se aguentar mais, levantou-se e silenciosamente subiu as escadas em direção ao quarto em que a morena descansava. Chegando lá puxou uma cadeira colocando-a em frente a cama de Hermione e ficou observando-a respirar; mas após alguns minutos ela começou a se mexer murmurando coisas do tipo "pare com isso! Por favor pare! Eu não sei de nada, por favor para!" não aguentando vê-la chorando e se debatendo, ele a acordou, tocando em seu braço e a tomando em seus braços, onde ela se permitiu chorar. Após se acalmar um pouco Hermione olhou nos olhos dele e ,extremamente envergonhada, disse:

-D-d-desculpe, e-eu não sei o-o-oque deu em mim, eu...

-shhh, não precisa ficar assim, eu estou aqui com você, está segura aqui, ela não pode te fazer mal – disse o ruivo a tranquilizando-a

Ainda muito emotiva ela disse corando furiosamente:

-s-será que v-você p-pode ficar aqui comigo até eu adormecer?

-claro que sim! - disse ele tentando, falhamente, conter a animação, e se deitando ao lado dela na cama, enquanto ela apoiava a cabeça em seu peito. Depois de um tempo ela disse quase dormindo:

-obrigada Ron, você é maravilhoso.

Com um sorriso enorme em seus lábios ele disse com sinceridade:

-você que é maravilhosa Hermione.

De manhã, ele acordou de madrugada, beijou a testa da morena e se levantou, encaminhado-se para o sofá da sala novamente, para não estar lá quando Luna acordasse, xingando-se mentalmente por não poder estar lá quando Hermione acordasse.

E durante todas as noites que passavam no chalé das conchas foi assim, durante o dia podiam discutir sobre o assalto ao gringotes, mas a noite dormiam juntos, sem precisar dizer uma só palavra, pois aquela altura do campeonato, palavras não eram necessárias para entender um ao outro.

Agora na toca, ele não conseguia mais aguentar ver a mãe daquele jeito, então subiu as escadas em rumo ao seu quarto, e uma vez lá murmurou "Colloportus!" assim trancando a porta e começou a socar a parede,sem se importar com o barulho que fazia deixando as lágrimas que ainda segurava escorrerem livremente pelo rosto. Naquele momento a única coisa que queria era conversar com Fred sobre Hermione, e escutar todos os comentários engraçados que o irmão faria. Ele tinha sido o único pra quem o ruivo mais novo tinha contado que gostava de Hermione, tinha sido sem querer mas ele tinha contado. Era uma tarde do verão do quinto ano e ele estava deitado em sua cama admirando uma foto dele e de Hermione tirada no segundo ano por Colin Creveey depois dos acontecimento da câmara secreta, eles estavam um pouco envergonhados por terem sido procurados pra tirar a foto, e no embarque para o expresso hogwarts, em segredo, Rony guardou a foto sem contar para Hermione. Estava tão absorto em seus pensamentos que não percebeu Fred entrar no quarto. Em um tom brincalhão o irmão disse:

-Roniquinho, o que está fazendo?

-n-n-nada! - disse Rony com as orelhas vermelhas, numa tentativa inútil de esconder a foto, já que o irmão lançou um feitiço convocatório:

-accio foto! - Fred ergueu as sobrancelhas ao ver que era uma foto do irmão mais novo e de Hermione – Então quer dizer que o Roniquinho está apaixonado? - perguntou em um tom forçadamente meloso

-n-não, de jeito nenhum! Porque você acharia isso, eu não gosto da Hermione, ela é só uma amiga isso seria nojento – disse com as orelhas ficando em um tom agora púrpura.

-ah, então quer dizer que você tem outro motivo pra você estar olhando essa foto com cara de bobo?

-tudo bem eu estou. Mas não conte isso pra ninguém, nem mesmo pra Jorge.

-tudo bem irmãozinho, não vou contar pra ninguém, não se preocupe, mas não posso dizer que estou surpreso.

-está tão na cara assim? - perguntou com ar nervoso

-é claro que está, todos vem como você olha pra ela, mas não se preocupe; apesar de ser muito inteligente sua amada parece ser a única que não percebeu – disse Fred dando uma piscadela – Tem alguma ideia de como chegar nela? – acrescentou ao ver o irmão suspirar aliviado.

-nenhuma! - exclamou o outro derrotado – Tenho medo de estragar nossa amizade se dizer que eu gosto dela. E além do mais ela merece coisa melhor, vi isso no baile de inverno.

-ah Roniqunho, tisc,tisc... você é muito lerdo é evidente que ela gosta de você também, e você meu irmão apesar de muito lerdo, é um grande homem, além de ser um Weasley

-é?

-sim, mas vou te dar um conselho: demostre que você gosta dela, e aos poucos, ela vai perceber.

-vou tentar. Obrigado.

-eu sabia que um dia você viraria homem e admitir que gostava dela. - e dito isso, saiu do quarto. Dois anos depois Rony ficou muito agradecido por (após a besteira que ele fez no sexto ano ao namorar Lilá Brow para se vingar de Hermione por ela ter beijado Vítor Krum) ganhar de aniversário o livro "Doze maneiras infalíveis de encantar bruxas"

Aquela lembrança o fez sorrir um pouco ainda com lágrimas nos olhos, porque se Fred estivesse lá ele certamente estaria orgulhoso do irmão. Foi despertado de seus pensamentos por uma batida de porta, então se levantou para abrir ainda enxugando os olhos, ao abrir a porta se deparou com Hermione um pouco chorosa dizendo:

-Rony o jantar está na mesa

-não estou com fome – respondeu o ruivo, rabugento

-como assim não está com fome? A última vez que você comeu foi no almoço, e você comeu pouco, você deve estar com fome.

-não estou, pode ir jantar sem mim – disse secamente já fechando a porta, mas foi interrompido pelo braço da morena que disse:

-por favor Rony estou ficando preocupada com você.

-não fique, estou ótimo – disse tentando voltar pra cama, mas a menina segurou seu braço

-Ron, eu sei que você está passando por um momento difícil agora, mas você precisa se alimentar, por favor, coma alguma coisa... olha então de agora em diante eu só vou comer quando você comer! – acrescentou quando ele não disse nada

-Hermione eu não quero comer agora e nem vou querer tão cedo

-então eu também não vou – respondeu com simplicidade – vou ficar fraca, pálida, desmaiando pelos cantos...

-tudo bem, Mione, eu vou comer mas só pra você comer também

-ótimo, então vamos – e saiu com ele segurando sua mão andando de má vontade ainda com um semblante triste.

Aquele foi o jantar mais silencioso e triste que já se houve na toca. Jorge e a senhora Weasley nem mesmo haviam aparecido portanto, Hermione e Gina ainda muito chorosas levaram o jantar para eles. A família ainda muito abalada foi se deitar cedo, deixando os 4 membros mais jovens conversando no sofá.

Depois da batalhaOnde histórias criam vida. Descubra agora