Depois da batalha

Capítulo 13

 Seu coração batia mais rápido a cada segundo. Suas pernas começavam a falhar devido às constantes fisgadas decorrentes da longa caminhada até o porão da dedos-de-mel. Ela andava com tamanha motivação que até a atendente havia sido cooperativa e dito o andar em que Ronald Weasley se encontrava em tempo recorde. Gina, ainda muito pálida, a seguia e parecia impaciente pela súbita hesitação da amiga perante a porta da enfermaria:

-Hermione, nós já viemos até aqui: abra a porta!

Ela hesitou e, finalmente, abriu a porta. Quase imediatamente, avistou Harry, cheio de cortes no rosto, mas aparentemente bem, que veio diretamente até elas e balbuciou:

-O que?... Como?... Meu Deus, vocês vão ficar muito encrencadas.

-Cada ele? - disse Hermione, sem se conter.

-Segunda porta a esquerda – disse o moreno ao ver a expressão da amiga.

Sem se importar em deixar os outros amigos para trás ou com o que aconteceria ao vê-lo, ela basicamente arrombou a porta e se deparou com a senhora Weasley ao lado da cama do filho mais novo que, para o alívio da garota, estava vivo e dormindo tranquilamente.

-Hermione, o que está fazendo aqui, querida? Você não deveria estar em hogwarts?

-E-eu deveria, sim, Sra. Weasley, mas... é que eu... eu tinha que vê-lo – E, sem conseguir se aguentar mais, a morena se debulhou em lágrimas – H-Harry mandou uma carta à Gina contando que Rony estava machucado e eu...

-Calma, querida, se acalme. Não se preocupe com isso agora, vou deixar vocês dois a sós.

A senhora se retirou da sala deixando o jovem casal sozinho. A jovem garota aproveitou para pegar a mão do ruivo e acariciar seu rosto. Ele, por sua vez apertou sua mão de volta e sussurrou seu nome:

-Her... mione...

-Ron? Abra os olhos...

-Mione? - perguntou o garoto, finalmente abrindo os seus olhos de oceano – Você... Você realmente está aqui – disse ele, ainda meio desorientado

-Estou, Ron – disse ela, com lágrimas caindo de seus olhos

-Mione, me desculpe, eu fui um idiota

-Eu também não quis realmente dizer aquilo ... eu nunca quis que você mudasse... E quando Harry disse que você estava ferido eu... eu... pensei o pior – soluçou.

-Shhh, não precisa falar nada – e, tomando suas mãos nas dele, disse – Não vamos mais falar disso... Eu senti sua falta...

-Eu também senti a sua... você não faz ideia

-Ah, eu faço, pode acreditar.

Eles se encararam, olhando fundo nos olhos um do outro. Olhando no fundo daqueles olhos oceânicos, a morena questionou-se intimamente como tinha conseguido ficar tanto tempo com raiva dele. Chegou a conclusão de que foi porque estava longe: se ele estivesse perto dela, a olhando daquele jeito, ela, ao deixar de sentir suas pernas, se derreteria por ele. Então, subitamente, ele juntou os lábios nos dela e foi como se fogos de artifício explodissem por toda a extensão de seu corpo. Ao fim do beijo, ela sussurrou:

-Eu amo você, Ron.

-Eu também amo você, Mione. – retribuiu o ruivo – Não tem noção de como me senti idiota quando disse aquelas besteiras.

-AH, falando da briga, eu queria te pedir desculpas de novo. Eu também não disse coisas lógicas. E, sobre a carta... Eu não a recebi, Pichí deve ter derrubado-a, pelo que Harry me disse, ela era enorme.

Ele riu da preocupação exagerada da garota e disse:

-Era só um documento que representava a minha idiotice por ser tão ciumento.

Ela sorriu e o beijou de novo. Pararam apenas quando ele deixou escapar um gemido de dor:

-Ai!

-Você devia descansar – disse ela, soltando-o ao perceber o quão machucado ele estava – eu não vou sair daqui tão cedo.

-Eu estou ótimo, tenho energia pra muitas coisas, se você quiser – acrescentou ele, olhando-a maliciosamente, disfarçando as mazelas de dor.

-Nada disso – falou ela, apesar de estar balançada – Eu vou sair, já vi que você não dormirá enquanto eu estiver aqui – proferiu ela, num ímpeto de ousadia e fechou a porta, pronta para encarar seus pensamentos mais racionais, os quais ela sabia que voltariam com tudo agora que a sua preocupação número 1 tinha sido amenizada.