Capítulo 07

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Ariana Grande's Point Of View.



Minha cabeça estava doendo, aos poucos abri meus olhos e me deparei em um lugar conhecido, mas não necessariamente familiar.



— Doutora Crusoé? Porque estou em seu consultório? — Indaguei confusa para a médica que estava olhando alguns relatórios em suas mãos.



— Oh! Que bom que acordou! Irei avisar sua família! — Comentou a médica, colocando seus relatórios na poltrona e saindo em seguida, ignorando completamente a minha pergunta.



Olhei para todo o lugar e imaginei que algo havia acontecido, pois estava com cilindros de oxigênio e soros introduzidos por caninhos finos em meus braços. Meus batimentos até onde pude constatar estavam bons. Valentina! Me lembrei dela e de forma automática passei a mão por minha barriga, porém sem resposta.



— Filha? Que ótimo saber que você está bem! — Exclamou minha mãe me agarrando.



— Mãe... Mãe! Está me machucando! Pode me dizer o que aconteceu? — Perguntei torcendo para que diferente de Crusoé, minha mãe falasse algo.



— Ah.... Como posso dizer? — Indagou minha mãe encarando S/N que estava entrando no quarto naquele momento.



— Podem parar de dramas e suspenses e me dizer o que diabos aconteceu! — Gritei possessa.



Odiava aquele mistério e tudo aquilo me consumia demais.



— Você tropeçou no tapete de casa e caiu de bruços na mesa quebrada de vidro que a mamãe ia jogar fora um pouco antes de vocês chegarem e por conta disso você...



— Não termina Frankie! Isso não é verdade! Você está mentindo! Não posso ter perdido!



— Eu sinto muito Ari! — Exclamou Frankie tentando se aproximar de mim.



— Não se aproxima! Não quero falar com ninguém! Saíam todos daqui! Todos, com exceção de uma pessoa! S/N! — Ordenei vendo todos saírem de cabeça baixa.



S/N Point Of View.



Era doloroso presenciar aquilo! Ariana estava esgotada e nem mesmo havia começado a chorar. Assim que toda a família dela saiu respirei fundo pois mesmo sem ela sequer falar já sabia que ela desmoronaria em meus braços.



— Você deve estar feliz, não é? Você era quem mais fugia de ser mãe, deve ter sido um alívio! — Reclamou Ariana se ajeitando na cama de uma forma que ficasse meio sentada e meio deitada.



— Não vou negar que no início eu não queria, mas aprendi a gostar dela e se quer saber me dói tanto quanto dói para você a perda.



— Eu não acredito. — Suspirou Ariana levantando uma de suas sobrancelhas.



— Serio que pretende brigar comigo? Estamos enlutadas Ariana! — A repreendi, vendo a expressão dela mudar.



— Desculpe! Acho que só quero descontar a raiva em alguém. — Finalmente desabafou Ariana.



Caminhei em total silêncio até próximo dela, me sentei na poltrona existente ali e deitei minha cabeça em seu colo. Eu não conhecia dor pior do que aquela. Já havia ouvido falar da perda de um filho, mas tudo mudava quando você passava por isso. Nada jamais se compararia! Senti as mãos de Ariana passarem por meus cabelos e senti o carinho que naquele momento nós duas tanto precisávamos.



— A culpa foi minha! — Suspirou Ariana alguns minutos depois.



— Não Ari, a morte da nossa filha jamais seria culpa sua. Foi um imprevisto que poderia ter acontecido a qualquer momento e em qualquer lugar. Se quiser podemos tentar ter outro! — Sugeri me ajeitando na poltrona.



— Não quero outro. Um não substitui o outro!



Eu sabia daquilo, mas já não sabia mais o que dizer para que Ariana não se sentisse pior.



— Desculpe, Ariana precisamos conversar com S/N. — Pediu a medica nos encarando.



Soltei a mão de Ariana, sequei minhas lagrimas e acompanhei a medica até o lado de fora do quarto.



— Acha que ela irá superar doutora? — Indaguei preocupada.



— Ninguém nunca supera uma morte, mas aos poucos a dor vai cicatrizar, iremos deixar a Ariana em observação hoje, pois faremos o restante da limpeza no útero dela, visto que em casos de aborto espontâneo, uma quantidade do feto ainda fica dentro do corpo da mãe e pode causar sérios problemas se ficar dentro dela.



— Entendo... Vou dormir por aqui se não se importa, quero estar ao lado de Ariana.



— Tudo bem, Ariana tem sorte por ter alguém tão preocupada com ela! — Comentou aquela médica passando a mão por meu rosto.



Era incrível como mesmo em um momento tão ruim a doutora Crusoé insistia em tentar me seduzir, será que ela não entendia a dor que Ariana e eu estávamos passando?



— Posso voltar para minha noiva? — Pedi irritada.



Crusoé apenas concordou e passei por ela possessa. Assim que voltei para o quarto, Frankie havia voltado e por mais que quisesse ficar o tempo inteiro com Ariana, sentia que ela precisava do apoio de todos.



— S/N? Podemos conversar? — Pediu Edward se aproximando de mim.



— Claro!



— Me acompanhe, irei te pagar uma xícara de café! — Falou ele me fazendo sorrir.



O caminho até o refeitório daquele pequeno hospital foi de total silêncio. Apesar de trabalhar para Edward minha relação com ele nunca passou de uma dúzia de pequenas palavras. Edward assim como Joan nunca haviam me achado boa suficiente para Ariana e por mais que tentasse mostrar o quanto podia ser responsável e madura, eles sempre insistiam em achar algum erro. Já estava esperando um verdadeiro sermão vindo de Edward, mas pela primeira vez estava enganada com ele.



— Eu sinto muito pela sua perda e a da minha filha. Não consigo imaginar a dor, mas queria dizer que admiro sua atitude para com minha filha, já que da última vez que falamos sobre filhos, você não era a mais favorável.



— Sei disso, sei o que falei antes e me sinto culpada de certa forma. Mas eu sei o quanto Ariana precisa de mim mais do que tudo e eu realmente cheguei a amar a minha filha. —Desabafei vendo o olhar de Edward para mim.



— Imagino. Escute.... Sei que este não é o momento, mas acho que você e minha filha precisam de um tempo a sós para processar tudo e se você aceitar, gostaria de pagar uma viagem de trinta dias para o México, pelo menos irão refrescar a mente com uma cultura nova e talvez quem sabe nessa viagem tentar ter outro filho! Aqui estão as passagens. — Sugeriu Edward tirando algo do bolso e me entregando as passagens



— Mas você já as comprou sem saber minha resposta? — Indaguei em um misto de emoções.



— Sim, sabia que você ficaria confusa e precisaria de um empurrãozinho! Não se preocupe quanto ao trabalho, irei adiantar suas férias. Eu preciso ir, mas diga a Ariana que este presente é a minha forma de dizer que sou completamente solidário a dor dela e que quaisquer coisas podem me procurar! — Comentou Edward batendo em meu ombro.



Olhei para aquelas passagens sem saber o que fazer de fato. Edward havia pensado em tudo como sempre, mas não havia comunicado Ariana e eu não sabia se ela de fato queria sair de Miami e conhecer coisas novas. Depois de algum tempo no refeitório, decidi sair e voltar para o quarto, afim de dizer os planos de Edward.

Sorry  (Ariana / You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora