4. Turning Tables 2/2.

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"It's time to say goodbye to turning tables, turning tables..."

Uma maré de confusão inundou seus pensamentos. A chuva ainda castigava o solo quando seu corpo congelou entre a decisão a ser tomada. Dois caminhos precipitaram-se diante de seus olhos fundos.

Dois caminhos:

O "certo" e o "fácil".

Quantas vezes na vida escolhemos o errado por ele ser mais fácil?

Ela havia cometido um erro e seu senso de justiça apitou impaciente bagunçando seus nervos, mas ajudá-la seria o mesmo que tomar veneno e esperar sair ileso. Impossível.

- Em que merda eu fui fazer?

Joalin lançou os pulsos contra o volante de seu amado veículo, quase destroçando a borracha que cobria seu guia e logo em seguida pedindo desculpas e beijando freneticamente a lataria.

Uma maníaca por metal.

- O que eu faço agora? - perguntou a si mesma.

Sabina Hidalgo, sua inimiga, não era culpada - pelo menos não dos assassinatos das crianças indefesas. Ela julgou mal e se sentia uma estúpida por isso.

Ela deve ter ido para lá!

Era bem óbvio que pela pressa e expressão assustada da morena, ela tivesse seguido direto para o local do ataque, mas por quê?

Organizando as perguntas mentalmente:

Por que a Hidalgo é a contadora de histórias do hospital? Por que ela se importa com os ataques? O que ela tem a ver com aquela gente?

Um emaranhado de perguntas. Nenhuma resposta plausível.

Merda!

Puxou uma lufada generosa e congelada de ar antes de ligar os motores e rumar para o caminho de sua escolha.

◖︎αβγΩ◗︎

Sabina embrenhou-se cada vez mais por entre a lama e escorregadia e as teias de folhas que cobriam a estrada enegrecida. Os trovões iluminavam periodicamente o caminho estreito e longo a sua frente.

Deus! Espero que nada de ruim tenha acontecido com ele!

Seu coração travava uma batalha de adrenalina com sua mente. Estava tão absorta nessa substância que podia sentir os leves gritos de seus nervos em toda a periferia do corpo.

Sua garganta era um deserto. Seu cérebro, uma tempestade.

Esteja bem, por favor!

Avistou algumas luzes vermelhas e amarelas por entre a cascata regional. Aumentou o passo e saiu livre e ensopada para o encontro de sirenes, vidro, lama e concreto.

O Hospital de Lima. A polícia. Os pacientes.

- Tia Sabina! - gritou um garotinho de olhos mel.

- Peter!

A menina correu e o abraçou, erguendo-o do chão e apertando os olhos ao beijar suas têmporas. Estava realmente feliz em vê-lo e indescritivelmente aliviada.

- Está tudo bem agora! - sussurrou em seu pequeno ouvido - Ninguém vai machucar você!

O garoto derramou algumas lágrimas cristalinas e escondeu o rosto no vão do pescoço dela. Os soluços não demoraram a chegar.

Uma breve observação:

Uma criança chorando, apavorada, é de quebrar o coração. Não consigo imaginar nada mais triste e doloroso no momento.

Jᴏᴀʟɪɴᴀ - ՁߗOnde histórias criam vida. Descubra agora