Capítulo 2: Missão inesperada

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De: Princesa
preciso de ajuda
segue endereço

O detetive estava aproveitando o horário do intervalo justamente para olhar o perfil na rede social de quem lhe enviara a mensagem e se preocupou com o tom urgente com que parecia ter sido escrita. Sem pontuação, sem sequer um emoji. Sem pensar mais sobre, o homem pegou sua jaqueta e saiu do escritório para se dirigir ao local indicado.

"Ei, Ohm! Chegaram as gravações das câmeras de segurança, já podemos começar a assistir pra achar mais pistas do serial killer!", Boun falou vendo o colega sair do escritório pela primeira vez em 4 dias desde que o corpo da última vítima apareceu. Algumas pessoas na Delegacia começavam a desconfiar de que o detetive sequer era humano, pois não o viam sair da pequena sala abafada nem mesmo para ir ao banheiro.

"Quê? Não posso! Preciso resolver uma coisa! Kao, ajuda o Boun?", Ohm disse se apressando e falando com Kao no caminho para a porta da Delegacia.

"O que houve com ele?", Kao indagou Boun que parecia igualmente perplexo e apenas deu de ombros. 

Chegando no endereço fornecido, Ohm encontrou uma visão paradisíaca. Não porque o cenário fosse grandioso ou impactante, mas porque tinha a mais absoluta certeza de ter encontrado um anjo flanando pela Terra. Para seu espanto, a criatura divina sabia a língua humana e tentava chamar a sua atenção.

"... tetive? Detetive?", a voz chamou insistente.

"Desculpa, Titi. Qual o problema?", Ohm perguntou tentando desviar o olhar das pernas dela e focar no rosto que tinha um sorriso esperto.

"Vou encarar isso como um elogio, bonitão, mas não se esqueça de que eu sou muito mais que um corpinho perfeito, ok?", Titi provocou piscando um olho e se aproximando do homem alto que ainda sentia a boca seca e a fala prejudicada pela falta de coerência que permeava seus pensamentos.

Titi estava absolutamente deslumbrante. Mesmo usando roupas simples que consistiam em shorts jeans que deixavam boa parte de suas coxas à mostra e uma blusa curta que fazia o mesmo pela sua cintura estreita, parecia uma modelo internacional. Seu cabelo, o original, estava trançado na lateral e era uma visão à qual o detetive não conseguia resistir. Para completar, seus lábios cheios estavam discretamente cobertos com uma fina camada colorida que aguçou a curiosidade do detetive para provar o sabor. Em cada detalhe Titi parecia ainda mais linda que há quatro dias.

"Desculpa, de verdade!" Ohm tentou mais uma vez se concentrar.

"Tudo bem! Tudo bem! Podemos ir?", Titi perguntou oferecendo a mão.

Somente quando o mais alto se aproximou percebeu que desta vez Titi não estava usando seus saltos altos. Assim, com um tênis comum, ficava ainda maia baixa. Calculando por alto, Ohm tinha certeza que ela caberia com precisão debaixo do seu queixo e dentro do seu abraço. Suas mãos coçavam para provar sua teoria, mas conseguiu ignorar seus pensamentos e responder decentemente à pergunta anterior:

"Mostra o caminho, princesa!", Ohm respondeu colocando a mãozinha pequena na curva do seu próprio braço.

Titi sentiu o calor que emanava da pele do homem ao seu lado e precisou resistir à tentação que a induzia a apoiar a cabeça no bíceps bem definido que ficava à mostra pela camisa branca ajustada ao corpo malhado. 

"Foi aqui a última vez que eu vi o Tawan, detetive!", Titi explicou com uma expressão triste assim que chegaram em frente à uma casa simples de dois andares do outro lado da rua.

"Isso é sério, Titi! Deveria ter chamado a Polícia! Quantos anos ele tem? Qual a descrição física? Vou ligar para o Boun e solicitar uma viatura ago--", Ohm foi interrompido de discar mais números no telefone pela risada leve de Titi.

A princesa e o detetiveOnde histórias criam vida. Descubra agora