Capítulo 7

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Tai estava sozinho com Agumon na pequena casa, pois seus amigos tiveram que ir “trabalhar”, afinal, na história, os anões não ficavam o tempo todo colados na Branca de Neve e se quisessem que o conto seguisse, precisavam agir como os personagens.

Tailmon também queria ficar para cuidar de Tai (Embora ele tivesse dito não precisar de proteção, sabia se cuidar), mas a saudade de ficar perto de Kari falou mais alto e ela resolveu ir com a parceira. Agumon parecia meio ciumento com a preocupação da gata para com seu parceiro.

Ele e Agumon estavam conversando quando uma batida na porta chamou a atenção dos dois, seu coração imediatamente acelerou e suas mãos estavam tremendo, sentiu até um suor frio escorrer pelo seu pescoço.

“Por que eu estou agindo feito uma garotinh... deixa pra lá” ele se lembrou que agora era uma garota e que estava jurado de morte pela rainha, então respirou fundo e caminhou lentamente até a porta.

– Tai... – Agumon estava atrás de si, parecia pronto para atacar, caso necessário;

– Shh – Tai fez um sinal de silencio com o dedo – fica atrás de mim e não fala nada!

Agumon concordou e foi para mais perto da parte escura da sala, Tai abriu a porta lentamente, colocou seu melhor sorriso e olhou para a “velha” a sua frente.

– Olá. – Falou a “velha” sorrindo com dentes tortos – Minha jovem menina, você é tão bela – Ela estava atuando bem, falava como uma velha de verdade, se Tai não soubesse quem ela realmente era, até acreditaria – Me daria um copo d’água?

– Claro, espere aqui por favor. – Com o máximo de graça que conseguiu, se retirou da frente da senhora e foi para a cozinha, quando não estava mais na vista de velha, ele encheu o copo o mais rápido que conseguiu e voltou para a porta, onde a velha o esperava;

– Obrigada minha jovem – Ela bebeu a água e devolveu o copo, Tai o deixou na cozinha e quando voltou a velha ainda estava lá, Agumon ainda se escondia num canto para não ser visto;

– Então, a senhora deseja alguma coisa? – Tai suava frio, mas tentava parecer calmo;

– Nada, acontece que você foi tão educada com uma velha como eu, então lhe darei um presente!

– Um presente? – O castanho fez sua melhor cara de animado que pode e pareceu ter convencido a "velha";

– Sim, aqui tenho um lindo corpete – Mostrou o que deveria ser o tal corpete e Tai tinha que admitir que ele era bonito;

“Espera aí, eu não me lembro dessa parte!” Ele se desesperou em pensamentos “E se nós de algum jeito mudamos a história?” Aquilo seria ruim, muito ruim mesmo.

– Ele é lindo... – Sua voz saiu tremula – Mas acho que não deveria aceitar...

– Que é isso criança? Desconfia das intenções de uma velha senhora? – Perguntou com a maior cara de pau;

Tai revirou os olhos, claro que desconfiava, quem em sã consciência iria aceitar um presente de uma estranha? Talvez ele... mas aquela era uma situação diferente.

– Não senhora, mas não devo aceitar coisas de estranhos.

– Não seja má com uma pobre velhinha, aceite meu presente. – Estendeu o corpete, Tai engoliu em seco e o pegou devagar, fazendo parecer que estava com vergonha, o que na verdade era medo;

– Não sei vesti-lo....

A velha levantou uma sobrancelha, afinal, ela era uma princesa e deveria saber usar um corpete, mas ela imaginou que talvez Branca estivesse querendo escapar de vestir o corpete.

– Eu lhe ajudo, criança.

Meio desconfiado, Tai se deixou ajudar a vestir o tal corpete, quando a velha começou a puxar o negócio lá atrás, o castanho ficou meio nervoso, não estava entendendo nada, mas quando a senhora puxou cada vez mais forte, Tai se tocou, ela queria mata-lo sufocado, ele queria fazer alguma coisa, mas a velha puxou cada vez mais forte.

Ele estava ficando sem ar, aquilo ardia em sua cintura pois estava muito apertado, e a falta de ar não estava ajudando ele a pensar, estava sufocado e o desespero bateu em si, engasgou enquanto tentava puxar o ar, mais um puxão o impediu de pensar direito, tentava respirar, mas não conseguia.

“O....que...e..u...faço? Não consi...go respi..rar...ahhh.... SOCORRO”

Ele já estava ficando vermelho, a sensação de que iria morrer logo, estava-o deixando com medo, aquilo era horrível, viu sua vida passando pelos seus olhos, então lhe veio à cabeça todos os seus amigos, sua irmã...Matt.

Tentou puxar o ar mais uma vez, mas não conseguiu e sua vista foi ficando turva, logo tudo escureceu e Tai só conseguia pensar que iria morrer ali mesmo.

      __Matt__

Matt estava em seu quarto naquele grande palácio quando sentiu uma sensação estranha, era como se precisassem dele em algum lugar, quando levantou, sentiu um pesar no coração. Aquela sensação estranha o preocupou, será que T.k estava em perigo? Será que havia acontecido algo com algum de seus amigos?

Um desespero lhe atingiu, o que era aquilo?

Era Uma Vez... Não, Pera Aí - DigimonOnde histórias criam vida. Descubra agora