Cap 13: A Floresta do Diabo

4 1 0
                                    


Começamos a descer a montanha assim que amanheceu e não tivemos mais nenhum imprevisto até o momento. A brisa estava gelada e o chão de neve só complicava ainda mais as coisas. Se há neve por todo lugar por conta das baixas temperaturas então aquele lago de antes não deveria estar congelado? É cada mistério.

Quando chegamos ao sopé da montanha entramos em uma floresta nem um pouco aconchegante. As árvores estavam secas e apodrecidas, deveríamos tomar cuidado para não sermos esmagados se alguma delas cair.

O clima parecia estar muito mais frio ali e o som do vento passando entre os troncos só me davam mais arrepios. Continuamos andando por uma trilha de terra tentando evitar que se afastássemos muito um do outro.

Nagato era o que parecia estar mais inquieto e eu não poderia culpá-lo já que a nossa missão de entrar na mansão dependia dele.

Passei a mão em um dos troncos e um líquido seboso saiu em minhas mãos, rapidamente a limpei na minha calça.

Fora o seu aspecto horroroso aquela floresta parecia comum, isso mesmo, só parecia. Um pouco mais a frente avistamos uma forte neblina que nos impedia de prosseguir. Paramos em meio às árvores quando a mesma começou a se dissipar.

Aos poucos uma cruz de madeira cravada na terra foi aparecendo e depois outra e mais outra até que uma centena delas surgiram.

Nos entreolhamos  decidindo quem seria o primeiro a entrar no cemitério. Reuni coragem e tomei a dianteira e eles vieram logo atrás de mim.

O cenário só piorava cada vez mais, passamos por mausoléus, tumbas e túmulos abertos cheios de raminhos e raízes de árvores por toda parte.

O cheiro de morte pairava no ar e em algum canto vimos um animal selvagem devorando um corpo decomposto.

Atravessamos o cemitério quando começou a escurecer e procuramos um lugar para acampar durante a noite. Não muito longe da trilha encontramos uma caverna sem indícios de ser utilizada por algum urso ou algo do tipo.

Arrumamos um lugar para dormir enquanto Sasuke ficava de vigia na entrada, Nagato pediu que ele lhe acordasse algumas horas depois para que pudessem trocar de lugar.

Sentei no chão de pedra e retirei três mangas de dentro da bolsa entregando uma a Nagato e oferecendo outra a Sasuke que veio pegá-la e depois voltou a sua vigia.

Depois de comer logo peguei no sono encostado em uma das paredes sentindo todo o cansaço vir de uma só vez enquanto meus pés pareciam arder por conta do esforço.

Assim que abri os olhos estava em um campo florido com o sol batendo em meu rosto com uma brisa refrescante,  o lugar era muito bonito e tranquilo.

Aviam flores de todos os tipos e logo a frente um pequeno lago refletia tudo o que havia ao seu redor.

- NARUTO - olhei para o lado ao escutar uma voz familiar - você está aí - Sasuke vinha em minha direção, suas roupas e seus cabelos estavam diferentes, mais arrumados e limpos.

- Naruto eu te procurei por toda parte - o quê? Meu nome não é Naruto então por que ele está me chamando assim?

- Sasuke eu não sou o Naruto - me levantei e fiquei de frente para ele - meu nome é Hiroshi -

Ele parecia confuso mas logo deu um sorriso alegre.

-  há, para de brincadeira Naru, eu sei que é você - o que estava conhecendo? Eu estava sonhando? Só podia ser isso.

Me belisquei varias vezes e bati em meu próprio rosto tentando acordar mas nada funcionava. Ao prestar mais atenção em minhas mãos percebi que elas estavam mais bronzeadas do que o de costume já que eu era extremamente pálido mesmo quando tomava muito sol e em meu dedo anelar também havia um anel folheado a ouro, olhei para o outro que também usava uma aliança de casamento idêntica a minha.

Então corri o mais rápido que pude em direção ao lago parando para ver o meu reflexo. Eu estava totalmente diferente, aquele não era eu de verdade.

Meus cabelos estavam loiros, meus olhos eram azuis e minha pele ainda mais bronzeada do que eu pensei.

A mente ainda era a minha mas o corpo era de Naruto. Se aquilo era um sonho então por que parecia tão real?

- Hiro...Hiro... - escutei alguém chamando meu nome, mas a voz parecia vir da minha própria consciência, era a voz de Nagato, porém não o via em lugar algum - Hiroshi acorda agora - de repente senti um forte tapa em minha bochecha e acordei vendo o ruivo quase desesperado a minha frente.

- graças a Deus você está bem - ele se afastou um pouco para que eu pudesse me levantar - achei que você tivesse morrido - notei que ele falava em um sussurro.

- o que está acontecendo? - perguntei no mesmo tom de voz que ele havia usado - o que houve?

- Sasuke disse que tem alguma coisa lá fora - olhei para a entrada da caverna vendo o outro vindo em nossa direção tomando cuidado para não chamar a atenção do que quer que estivesse lá fora.

- você viu o que era? - perguntei para ele.

Ele virou para Nagato com um olhar assustado.

- vocês precisam ver aquilo, venham comigo - seguimos até a entrada e nos escondemos atrás da pedra em que ele se encontrava momentos antes.

- bem ali - segui a direção em que seu dedo apontava e vi uma figura escura em meio aos troncos ao redor, era tão grande que seria facilmente confundida com uma árvore se não fosse pelo seus braços longos e o fato de a criatura não possuir face alguma.

Era isso ele havia chegado, estava na hora e tudo agora dependia de Nagato conseguir distrair a criatura a nossa frente por tempo o suficiente para que nós dois entrássemos na casa de Jack. E tudo o que eu poderia fazer agora era rezar para que ele não fosse pego. Sendo um espírito ou não ainda é possível sentir dor e medo.




Esqueça Seus Sentidos - Jack Risonho ( Sasunaru E Hirosasu ) (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora