▪︎𝓝𝓪𝓻𝓻𝓪𝓭𝓸𝓻𝓪 ▪︎
Ten bebeu o leite que Lucas trouxe, mas, no curto período de espera, ficou pensando que o próximo passo que deveria dar para chegar até o seu objetivo talvez fosse aquele homem alto.
Quando o loiro chegou, não saiu até ver o tailandês beber todo o leite.
— Olha... eu vou para meu quarto, tá? Qualquer coisa grita que eu venho aqui. — Lucas, pegando o copo depois do moreno beber todo o líquido.
Ten tombou a cabeça para o lado.
— O que é gritar? — perguntou, tão suave que o maior quase que não conseguia compreender se era ingenuidade excessiva ou pura ignorância.
— AH! — gritou o mais alto que pôde, assustando Ten pela primeira vez, que deu um pulinho. — Isso. — disse como se não tivesse feito nada demais.
— AH! — repetiu, um pouco mais alto ainda e esganiçado. Fez uma careta porque doeu um pouco.
Lucas parou um pouco para analisar a situação e acabou rindo. Ten não entendeu, mas riu também, era contagiante. Óbvio que Lucas teve que admirar o menor. O sorrisinho dele... mesmo que seus olhos não tivessem vida, continuava tão lindo. Balançou a cabeça para sair dos seus devaneios.
— Estou indo. Tchau! Boa noite! — se despediu, sorrindo doce e logo em seguida saindo. Ten só observava tudo.
Lucas sorria sem perceber enquanto caminhava pelo corredor até chegar na cozinha para deixar limpar o copo sujo e ir para seu quarto. Foi dormir, calmamente. Só de imaginar o esforço que teria que fazer para acordar mais cedo...
Enfim, foi dormir. Ten sequer se cobriu com o lençol, só se deitou na cama fofa como se fosse uma estrela do mar.
———
Kun levou um susto quando viu Qin andando pela residência do seu chefe, trajando roupas limpas e com uma aparência mais viva.
— Ele me colocou pra dentro. Vai fazer bolo hoje? — Ten, todo animadinho, respondendo a pergunta do mais velho sobre como ele tinha parado ali.
Kun sorriu e concordou num murmúrio, já puxando o mais novo para a cozinha.
Enquanto isso, Lucas se acordava às sete da manhã, arrastando-se pela suíte para chegar até seu banheiro e tomar um banho. Em seu pensamento, surgiram as memórias da madrugada anterior. Como alguém tão fofo como aquele menino foi parar em sua casa?
Voltou a pensar em mais de mil coisas por causa do moreno de olhos acinzentados. E ao decorrer que se aborrecia ao não encontrar nenhuma resposta, desistia, e ia fazendo sua rotina de higiene pessoal.
Ten e Kun faziam a massa do bolo na cozinha. Qian nunca viu alguém que se impressionaram tão fácil. Se sentia triste porque era de partir o coração o tanto que o menor demonstrava ser... alguém que passou muito tempo preso em algum cativeiro. O tailandês não sabia nem o que fazer naquele casarão de tão grande, além de que nunca tinha comido outra coisa que não fosse uma pasta amarela sem gosto nenhum.
— Agora vamos untar a forma para colocar a massa de bolo. — Kun, explicando com o sorriso mais fofo. Ao menos teria companhia naquela manhã.
— Tá. O que é untar?
— Passar manteiga nesta forma aqui, ó. Preste atenção. — Qian, demonstrando sem demora alguma.
Ten levava a sério tudo que o deixava curioso. Gostava muito de aprender.
A atenção dos dois foi para a porta por causa de Lucas, a abrindo repentinamente. Ten o achou muito bonito ao vê-lo vestido num terno azul.
Yukhei estava desesperado porque não encontrou o moreno no seu devido quarto.
— Ah, ainda bem! Pensei que você tinha ido embora. Aproveitando... — adentrou a cozinha, ajeitando sua gravar a prega e se aproximando da bancada, onde estavam preparando o que imagina ser bolo. Kun esperava as próximas palavras do mais velho. .
— Lindo. — Ten, sorrindo um pouco exagerado por ter lembrado das expressões que o mais velho fez na noite anterior. Não queria ofender ninguém, então queria parecer o menor ofensivo possível.
Lucas sorriu.
— Obrigado. Você também. — disse, mantendo sua educação, contudo, não mentiu. Voltou seu olhar para Kim, enquanto Ten comia discretamente a massa que estava na bacia. De dedinho em dedinho, a quantidade aumentava.
Ten não entendeu o motivo de ter ficado tão feliz com aquele elogio.
— Pode tentar dar um jeito nele...? Eu não sei o que fazer... estou com um pouco de medo por causa da situação em que ele surgiu aqui... Não sei. — demonstrava sua preocupação, passando as mãos nos cabelos.
Qian ficou pensativo, terminando de untar a forma e indo pegar a massa. Colocou as mãos na cintura ao ver a travessura que o menor dali aprontava. Fazendo uma expressão desgostosa com aquela atitude e olhando para Ten. Lucas suspirou, porque o tailandês demonstrava que não estava compreendendo nada.
— Não pode. Vai te dar dor de barriga. — Wong foi direto ao ponto, sorrindo mínimo, pegando a mão do moreno e afastando da massa.
Qin assumiu uma postura rígida. Seus olhos começaram a olhar para todos os cantos e sua respiração ficou pesada e apressada. Seus passos aos poucos para trás só cessaram ao chocar sua lombar numa das partes do armário que ficava embaixo. Estava com medo. Nem Yukhei, nem Kun entenderam o que houve ali.
O garoto tinha uma expressão amedrontada em seu rosto.
Logo os outros foram direto ao seu encontro.
— Ei, está tudo bem! Não precisa ficar com medo. Só não fazer mais, ok? — Lucas, tentando amenizar a situação. Ia tocar o rosto do moreno, entretanto, foi impedido pelo tapa que recebeu do tailandês.
Não precisou de mais para entender que não devia se aproximar. Agora, foi a vez do Qian tentar.
— Calma, Tenie. Está tudo bem, sim? Não vai acontecer nada. Não vamos se machucar. Só não pode comer massa crua, se não você fica com dor de barriga. — usava do tom doce e um sorriso amigável.
Ten jurava que iriam aparecer cordas, tazers, tranquilizadores injetáveis, mas nada aconteceu. Lucas não quis ficar ali. Aparentemente não fazia bem ao tailandês, e também não tinha jeito com o mesmo. Na verdade... Não tinha jeito com quase ninguém. Sempre era mala interpretado.
— Já vou indo. Cuide dele. Depois conversamos. — disse simples antes de sair.
Ten se encontrava mais calmo, todavia, sem entender o motivo do loiro ter se retirado. Kun suspirou pesado, levantado-se e fazendo o mesmo com o moreno.
— Por que ele saiu? Não quero ir embora. Me ajuda a chegar no lugar. Na pessoa. Nele. — estava desesperado.
Qian não sabia o que fazer. Não compreendia o que o menor queria dizer.
— Quem? — perguntou.
Foi aí que Ten percebeu: quem ele estava procurando mesmo? Seu cérebro fazia esforço para tentar lembrar, mas não conseguia. Kun foi colocar o bolo no forno enquanto aguardava a resposta do tailandês. Se assustou ao encontrar o mesmo chorando, logo depois.
— O que houve? — perguntou, preocupado, voltando para perto do moreno.
Qin o olhou, chorando sem dar importância. Era como se não sentisse seu rosto se encharcar.
— Eu... Não lembro.
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OLÁAAAAA, BROTINHOS! Nestes primeiros capítulos não terão muitas coisas impactantes, então, por favor, tenham paciência.Quem é vivo sempre aparece, né? 👁👄👁 espero que estejam bem e desculpa pela demora, mas, antes tarde do quê nunca, certo? Até o próximo capítulo. Prometo que não vou demorar tanto dessa vez. 🤭❤
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Janelas da Alma - LuTen.
FanfictionEra meio dia quando Yukhei retornava, pelas ruas de Hong Kong, à seu casarão. Vários seguranças estavam ao seu redor, mas nem um foi tão rápido o suficiente para protegê‐lo de um dardo como aquele menino de cabelos negros e olhos acinzentados. Ten e...