Capítulo: XVII

17 1 0
                                    

Eu estou dentro da cozinha, São aproximadamente 16:00 horas,eu não tenho certeza.

Escuto alguém abrir a porta e entrar na minha casa,Caminho até a sala,e vejo a Ana deitada no sofá,ela estava chorando e parecia sonolenta.

_Ana? Eu a chamo,enquanto me aproximo.

_Como você conseguiu entrar aqui? Que estranho,ela não sabia onde eu moro. como ela veio parar aqui?

Ela continua com o mesmo olhar,suas lágrimas caem levemente pelo seu rosto e pingam no sofá,seus olhos estão fixos no telhado,ela parece estar aérea.

Eu me aproximo,e subo sobre ela,me apoiando sobre meus joelhos,com meus braços esticados,observo seu rosto,me perguntando o motivo dela estar aqui. E porque será que ela está chorando?

De repente,Ela guia o olhar para meu rosto,e fixa seus olhos,azuis esverdeados diretamente para meus olhos azuis,levanta o rosto lentamente,e beija meus lábios, enquanto fecha os olhos.

Eu afasto meu corpo do corpo dela,e ao mesmo tempo que afasto meu rosto,ela segura meu lábio inferior com a boca,se deita novamente e abre os braços deixando as mãos segurando a cabeça,ela novamente vira o olhar para o teto.

_Ana! O que ouve? Você tá estranha, porque me beijou?

O silêncio dela, é a única resposta que eu tenho, até que após alguns segundos em total silêncio,ela abre os lábios para falar alguma coisa...

04:20 da manhã,eu acabei de acordar de um sonho,no qual a Ana me beijou e foi com certeza a sensação mais estranha que eu já senti,Que sonho estranho, meu sono foi totalmente embora.

Levanto da cama,e caminho até a janela do meu quarto,abro as cortinas,o céu estava cinza,e levemente marrom,uma neblina deixava a rua muito pouco visível,eu apenas conseguia ver o telhado dos vizinhos, os postes,e as montanhas longe no horizonte.

Me sento na mesa de estudos próxima a janela, ontem eu acordei com a Ana me chamando na varanda,e hoje eu acordo após sonhar com a mesma me beijando. Esse dia já começou estranho demais.

Me levanto da mesa,e caminho até a porta do meu quarto, Desço as escadas,a casa está um pouco bagunçada,eu caminho pelo curto corredor até a cozinha.

Pego uma xícara de café e me sento na mesa,o café estava gelado,mesmo assim estava doce como eu gostava,olho o quintal pelas grandes janelas da cozinha,vejo que com o passar do tempo,o céu começa a ficar mais claro.

Sonhos,tem pessoas que acreditam que por trás de cada sonho,existe oculto algum significado,ou também,existem algumas outras pessoas que acreditam que o sonho é algo como um reflexo da sua vida,suas emoções,suas ações,e suas conexões,eu acho a segunda alternativa bem mais convincente.

Seja lá qual for o caso,A Ana me beijou nesse sonho,e ela parecia estar sofrendo,a expressão de dor,as lágrimas escorrendo pelo rosto dela,o meu coração bate mais rápido sempre que eu me lembro do rosto dela nesse sonho.

Não é algo que eu esperava,A Ana chegar de surpresa na minha casa e se deitar no meu sofá,e depois me beijar de surpresa,O que será que está acontecendo com ela agora? Como ela está se sentindo? Será que minha presença na vida dela está fazendo ela sofrer,de alguma forma?

Me levanto e subo as escadas novamente até meu quarto, coloco uma calça preta,e um moletom azul Turquesa escuro, depois calço um sapato de cano alto preto, desço as escadas e caminho até a sala.

Abro a porta e saio,depois tranco a porta e passo a chave por debaixo da porta,depois desço da varanda,coloco as mãos nos bolsos do moletom e caminho pela calçada.

A neblina fria,a rua vazia,e o céu aos poucos ficando mais claro,no horizonte eu já consigo ver os raios solares nas montanhas,mesmo de moletom eu ainda sinto um pouco de frio.

Alguns quarteirões da minha casa eu paro na calçada,e espero um caminhão passar,assim que ele passa eu caminho e cruzo a faixa de pedestres,e chego ao outro lado da rua,Pego meu celular para ver que horas são,e já são 05:40 da manhã,eu sempre preferi caminhar a noite,mas caminhar de manhã Também é muito bom.
Poucas pessoas na rua,poucos carros,um silêncio muito precioso e uma paz muito boa.

Após algum tempo caminhando,eu cruzo o rio "Inn" de "Saggen" para "hungerburg",caminhando pela ponte,eu observo as pichações nas paredes das casas a frente,Vejo frases clichês como "O Amor é a melhor cura para cicatrizes profundas",e algumas mais profundas como "O tempo não pode consertar um coração que é machucado todos os dias".

Eu conserteza me identifico com a segunda frase,A minha vida está melhorando,eu só espero não estragar tudo.

Meu Outro EuOnde histórias criam vida. Descubra agora