Capítulo 6

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No outro dia, Harry chega logo à sala de poções para guardar seu lugar, e consequentemente, o de Draco. Os outros alunos começam a chegar, e propositalmente, Malfoy chega um pouco atrasado.

-Professor Slughorn, estou sem dupla.

Slughorn analisa a sala e vê Harry sozinho na cadeira do fundo.

-Pode se sentar com Potter.

Como atuação, os dois continuam em seus papéis.

-Não vou me sentar com esse ridículo. -Fala Draco-

-Senhor Malfoy, devo insistir que sente com Potter.

Draco revira os olhos e se dirige à Harry, ambos segurando um sorriso. Ele se posiciona ao lado do moreno, demonstrando completo desgosto e desinteresse, e então Slughorn começa a aula.

-Hoje a aula vai ser completamente teórica, e não vamos anotar nada hoje. Isso fica para o horário de amanhã.

Draco olha ao redor e vê que não têm cadeiras que denunciem os dois por perto. Harry pegou a mesa mais isolada da sala. Vendo isso, Draco apoia sua perna sobre a coxa de Harry, e segundos depois, o moreno coloca sua mão sob a coxa dele. Eles se aproximam discretamente e começam a conversar.

-Você ficou de me dizer como a gente fica agora.

-Na minha opinião, a gente pode começar a ficar. Se der certo, a gente pode namorar. 

-Ok. Mas e sobre se assumir?

Draco gela. Nunca pensou em se assumir gay para ninguém.

-Cada um no seu tempo. Tenho medo de me julgarem.

-Mas Draco, como assim? Você vai esconder quem é só por medo de julgamento?

-Por enquanto, sim.

Harry sente o coração despencar. Será que Draco não queria assumir que estava com ele?

-E por enquanto, não vamos falar para ninguém sobre isso. -Finaliza Draco-

Harry se afasta pensativo, e Draco percebe.

-Hazz, tá tudo bem?

-Você me chamou de que?

-De Hazz. Tem algum problema?

-Não, eu gostei bastante pra falar a verdade. 

Draco dá um beijo na bochecha de Harry, e escuta um barulho.

-...e é por isso que a amortêntia é tão perigosa. Concorda, senhor Potter?

Toda a turma se vira para Harry e vê Draco com o rosto perto da sua bochecha. Os dois paralisam. 

-Eca Potter, que cheiro de esgoto.

-Não enche Malfoy.

A turma olha confusa para os dois, mas prefere ignorar a presença de provocações que acontecem há anos. Um alívio para os meninos.

-Porra Draco, se quiser sair me beijando por aí, pelo menos se assume né porra.

-Foi mal, não consegui evitar.

O sinal toca e começa um movimento de ida para o salão principal. Estava na hora do almoço e todos estavam morrendo de fome. A turma é dispensada, e, para manter o disfarce, os meninos se separam .

Até a última badaladaOnde histórias criam vida. Descubra agora