Capítulo 11

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(9)

...

Acordo me sentindo cansada. Meu corpo treme ao sentir o contato frio do vento que entrou pela janela aberta. Olho para as minhas pernas e vejo que eu estava coberta com dois cobertores extremamente grossos e um tanto pesados.

Me viro na intenção de achar a garrafa e um copo de água, que sempre deixo ao meu lado. Mas os encontro vazios.

Droga!

Me levanto depois de chutar os cobertores. Pego a garrafa e vou até o banheiro. Me encaro pelo espelho, e noto alguma pequenas olheiras. Ignoro esse detalhe, e amarro meu cabelo em um coque frouxo. Pego a garrafa e saio do banheiro.

Ando pela casa silenciosamente, na intenção de ir na cozinha pegar água, e sem fazer um barulho sequer, para não acordar os demais.

Entro na cozinha, e não lugo a luz, pois a noite ainda ilumina um pouco. Caminho até a geladeira, e pego uma outra garrafa cheia de água gelada. Encho a que estava vazia, e guardo a mesma. Assim que vou sair da cozinha, paro na porta.

Se eu vim até aqui... Por que não fazer um lanchê?

Deixo a garrafa em cima de um balcão, e voy atrás de pão e frios. Faço três sanduichês, e corto eles. Coloco em um prato, e deixo ao lado da garrafa. Guardo o pão, e assim que vou guardar o queijo e o presunto, vejo que algumas uvas verdes na geladeira. Delícia, elas são menos doces que as roxas.

Minha boca saliva ao ver um pote, e eu sei bem oque tinha ali. Doce de leite.

Pego um pequeno pote e começo a fatiar as poucas uvas que restavam, no caso as verdes. Ainda tinha das roxas, mas ia ficar muito doce. Coloco o doce de leite para esquentar numa panela e misturo as pequenas frutas fatiadas. Assim que termino de fazer minha bomba doce, desligo o fogo que usei para esquentar. Pego uma colher e começo a me deliciar naquela explosão diabética.

Assim que como metade do doce, caminho até a pia para lavar minhas mãosque ficaram grudetas, mas no meio do percuso, acabo tropeçando. Consigo manter o equilibrio e seguro a panela, mas a colher cair, fazendo um barulho que ecoou, pois estava tudo em silêncio. Pego o talher, e suspiro irritada.

Que maravilha!

Guardo o restante do doce em um pequeno pote, e logo vou lavar as coisas que usei, e assim que termino de secar minha mão, a luz se acende.

Ferrou.

Olho para trás lentamente, e vejo uma figura alta, com os cabelos extremamentes escuros. Akita.
Ele não estava usando camisa, e sem querer, começei a reparar um pouco no seu corpo, mas não durou muito tempo, já que Akita me interrompeu.

-Assaltando a geladeira, Maya? - Ele pergunta com a voz rouca pelo sono.

-Não é para isso que a luz dela serve? - Pergunto arqueando uma sombrancelha. Akita faz um pequeno bico e maneia a cabeça.

-Também... Mas não é o foco! - Encaro ele, na intenção de buscar a resposta. Akita me olha e volta a falar - A temperatura muito baixa estouraria a lâmpada, pois ela não resistiria a contração dos gases internos, e também criaria gelo na própria lâmpada, sendo frágil, estouraria, espalhando cacos nos produtos ali contidos. Entendeu?

-Interessante. Entendi sim, professor! - Respondo sendo um pouco sarcática, e Akita me encara de cima a baixo.

-Pelo menos tem alguém inteligente nessa cozinha. O que estava fazendo? - Ele pergunta enquanto se encosta em uma das bancas. Bem ao lado das minhas coisas, mas ele parece não ter visto.

A Loba MayaOnde histórias criam vida. Descubra agora