-É sério, você prescisa levar as coisas mais a sério, Maya! Depois ele te reprova, e você vai ficar aí, reclamando. - Jasmine assim que termina de falar.
-Tudo bem, tudo bem. Eu já entendi! Só que essas aulas de caça, são tão... Intediantes! Eu já mostrei ser uma ótima aluna nisso, mas poxa... Parece até que só temos a mesma coisa para aprender. E se der ruim para o meu lado, eu resolvo. Eu sei me virar. - Respondo assim que termino de me arrumar para ir a cidade dos humanos.
-Okay... Vou ir me arrumar. Tenho que conversar com meus pais sobre a possivel permissão que eles podem me dar sobre ir a escola dos humanos. Até outra hora, Maya! - Minha amiga se aproxima e deixa um beijo em minha bochecha. Sorrio e sigo ela até a porta com meu olhar.
Suspiro e volta a arrumar a minha bolsa. Tenho que admitir, os humanos, aqueles humanos me dão nojo. Eles mataram centenas de shifters... Estou naquela escola apenas para ficar mais por dentro dos assuntos, e saber se a qualquer momento eles podem do nada atacar, assim que descobrirem nosso novo esconderijo.
Há alguns anos, eles atacaram nossa antiga vila. Mataram dezenas dos nossos - shifters lobos. Claro, não somos a única alcateia, mas mesmo assim, muitos de nós foram mortos. Entre eles, estão os meus tios, minha mãe... E minha irmãzinha de três aninhos. A Pérola.
Demorou um tempo até eu conseguir "aceitar" o fato de não poder mais acordar, e escutar minha mãe cantando junto a música que tocava, enquanto ela preparava sua deliciosa comida. Demorou para mim aceita o fato de eu não poder contar para alguém sobre minhas... Paixãozinhas bestas.
Demorou muito tempo até eu me acostumar com a rotina mais triste. Onde se tornou ainda mais triste ao saber que eu não teria que acordar no meio das tempestades com alguém pulando em cima de mim. Faz falta aqueles momentos onde eu queria matar a pequena criatura por ter pego meus chocolates, mas assim que eu encarava seu rostinho com um sorriso sapeca, e suas bochechas meladas com chocolate, minha raiva passava na hora.
Demorei aceitar que não teria mais momentos felizes e nem tristes com nenhuma das duas. Foram dias, tardes, e noites chorando sem parar. Dias se passaram e meu estado apenas piorava ao perceber que elas realmente não iriam mais voltar. Aquilo... Aqueles momentos onde a realidade me acertava... Foram tão frustrantes.
Mas com o tempo, graças ao meu pai, e a Jasmine. Meu ânimo foi voltando aos poucos. Meu pai sempre me acordava de forma carinhosa, assim como me tratava no restante do dia.
De qualquer forma, eu consegui... Aceitar e digerir o ocorrido. Mesmo que isso ainda é uma grande ferida com casquinha... Não foi cicatrizada totalmente ainda, e acho que não vai ser. De qualquer forma, está no passado. E isso me fez criar uma defesa. E não devo me apegar à ninguém, exceto meu pai. Ele é único que eu realmente amo e me importo demais.
Fecho a bolsa e a coloco nas costas. Suspiro e dou uma última olhada no espelho. Lá vamos nós! Mais um dia entediante na escola dos humanos.
._______________________.
(Quebra de tempo)
._______________________.Fecho meu armário e volto a andar pelos corredores.
Por um momento eu paro e olho para os lados... Sinto uma sensação estranha, como se estivesse... Sonhando?...
"Okay... Isso está cada vez mais estranho!"
-Ah, aí está você! - A garota pequena se aproxima de mim, fazendo com que seu curto cabelo preto se movimenta-se. Enquanto fixa seus olhos azuis em minha direção.
Suspiro e paro de seguir meu caminho. Eu realmente não estou com cabeça para conversar com ela.
-Ei... Maya? Tudo bem? - Raissa me pergunta, enquanto toca meu ombro. Demonstrando sua preocupação e apoio.
-Está tudo ótimo, Raissa. Só estava indo... Na biblioteca. - Ela me encara tentando acreditar. Suspiro e volto a falar - E você? O que estava fazendo, e o por que isso de certa forma pode me envolver? - Pergunto de uma vez, e a vejo abrir um sorriso.
-Quem bom que perguntou! Estava pensando em chamar algumas pessoas da turma, incluindo você, e... - Antes que ela termime, eu a interrompo.
-Não. Essa semana e provavelmente... A semana que vem, eu estarei ocupado. Presciso estudar.
-Mas vai ser legal, Maya! E você prescisa se enturmar. E eu já te aviso, vão ter várias gincanas extremamente legais e divertidas. Sexta-feira, ás sete da noite. Não se atrase!
-Mas... - Antes que eu proteste alguma coisa, vejo ela sair correndo para um grupinho de pessoas. Que saco! — EU NÃO VOU! — Grito atraindo a atenção da garota, que me olha cabisbaixa.
Bufo irritada e sigo para a biblioteca. Minha tarde já está maravilhosa!
[...]
Entro na biblioteca e vejo um grupo de pessoas fazendo a maior zona na sala. Maravilha! Mais idiotas no meu caminho.
Sigo para uma das estantes e pego um livro de histórias, sobre criaturas sobrenaturais. Vamos ver se minha espécie aparece aqui, e como somos descrevidos.
Ainda segurando o livro, sigo para um sofá embutido na parede, ontem tinha uma grande janela. Me sento nele, colocando minhas pernas em cima também. Coloco a bolsa debaixo dos meus pés, e abro o livro.
-Capítulo um: Lobisomens. - Suspiro e pego meu caderno e uma caneta. Que começe as anotações.
__________________________________________________-Senhorita? - A senhora que fica na biblioteca me chama. - Você é a Maya? Maya Backer Carter? - Assinto e a vejo sorrir gentilmente - O diretor está lhe chamando na diretoria. Alguém veio te buscar, menina.
-Obrigada, por avisar. - Ela sorri e sai de perto, caminhando para a sua mesa.
Suspiro e me levanto. Arrumo minhas coisas, e caminho até a mesa da senhora. Presciso pegar esse livro.
Depois de resolver o esquema do livro, saio da biblioteca e sigo para a diretoria. Assim que entro lá, vejo quem eu menos esperava. Pietra.
-Pietra? O que faz aqui? - Vejo seu olhos azuis, quase transparentes, virem de encontro com os meus. E sua cara não estava muito boa.
-Maya! Precisamos voltar, o mais rápido possivel!
...
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A Loba Maya
Fantasy(A Loba Maya - Livro 1) Maya Backer Carter. Uma garota shifter da espécie lobo. Sua vida tão "normal" e tranquila. Ela apenas vivia a sua fase de dezenove anos. Sorria, chorava, ria, soluçava. Sempre assim, ela já estava acostumada. Mas será que es...