Era uma noite agitada na grande cidade do Rio de Janeiro, o céu parcialmente limpo, pessoas e carros transitando por todos os lados. Camélia seguia de carro para mais um dos eventos da alta sociedade que ela frequentava, ao lado de seu assistente Alberto, juntamente com seu motorista, Inácio.
Olhando pela janela direita, Camélia observou muitas mulheres e seus parceiros entrando e saindo dos hotéis e bares, enquanto passavam pelo centro da cidade.
- Como deve ser tranquilo viver alheio de toda "sujeira" escondida nesses lugares... - Ela comentou soltando um riso nasal, enquanto seu olhar vagueava.
- A ignorância para alguns as vezes é uma benção, senhora Camélia. - disse Alberto levantando os olhos ao fita-la. Ela se virou para ele com um sorriso de canto.
- Não tanto quanto deveria, Beto.
- Chegamos, senhora! - Falou Inácio chamando a atenção de sua chefe e ela apenas acenou com a cabeça. O carro era uma JAGUAR MK2 azul escuro, muito sofisticado. Inácio rapidamente desceu do carro dando a volta e abriu a porta, mas foi Alberto quem a conduziu para fora.
- Senhora?! - Alberto estende a mão sorrindo.
- Obrigada! - A imprensa local estava em peso, era um evento importante com vários figurões. Camélia estava impecável como sempre, em seu vestido longo e preto estilo ciganinha, com uma fenda que se abria na perna esquerda, e um "decote V" que valorizava seu busto. Sua pashmina clara no entanto, cobria seus ombros. A luz dos flashes refletia em seu cabelo preto, estando ele preso, com algumas mechas soltas à frente.
De braços dados, eles caminham em direção a porta de entrada daquele luxuoso e iluminado hotel Palace, enquanto as pessoas os cumprimentavam.
- Olha, Beto. Estão todos de olho em você! - Camélia cochicha o olhando de canto de olho, enquanto entravam no salão. Alberto era um homem alto e bonito, com cabelos cor de areia, e olhos negros terrivelmente sedutores. Não era alguém que passava despercebido.
- Com certeza os olhares não são para mim. A senhora está magnífica! - Disse corado com um largo sorriso direcionado a ela. Ele usava seu perfeito terno cinza, com um coldre bem escondido por baixo, e uma gravata borboleta verde cana. Elegante e discreto, como ele é sempre.
- Sempre gentil! - Ela responde com um sorriso sarcástico. E antes de se aproximarem do balcão para beber, alguns dos diplomatas estavam indo em direção a eles. Camélia pressiona o braço de Alberto ao corpo e ele se inclina para ouvi-la.
- Sei que não preciso falar isso, mas já fique de olho e atento. Está carregado, certo?
- Sim senhora. Quando quiser, estarei pronto!
- Ótimo! - Os dois sorriem um para o outro disfarçando. Um homem de cabelos brancos e bem penteados se aproxima, com mais dois senhores.
- Senhorita Camélia, é um prazer tê-la conosco! - Disse Frâncio beijando a mão dela.
- O prazer é meu, senhor Frâncio! Acredito que já conheça meu assistente, Alberto.
- Sim, eu o vi na nossa última reunião com o ministro. Como vai, meu rapaz?
- Estou muito bem, senhor Frâncio. Obrigado!
- Gostaria de se juntar a nós para um drinque?
- Adoraria, senhor. Mas na verdade tenho assuntos a tratar com os promotores. Se me derem licença...
- Claro, fique a vontade. Não se preocupe. - Logo Frâncio estendeu o braço. - Senhorita?
- Vamos! - De braço dado, ela os acompanhou a mesa e começaram a falar sobre os investimentos. O cassino que pertencia a Camélia, era um dos estabelecimentos que movimentava a economia da grande cidade.
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Camélia Negra
General FictionEm um mundo onde muitas pessoas vivem de futilidade, existe uma mulher sagaz, independente e belíssima. Seu nome é Camélia! CEO de um luxuoso hotel-cassino, que obteve com a fortuna recebida de seu outro "trabalho". Ficou órfã ainda muito cedo, a m...