Capítulo 5 - Sentimentos!

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- Já escolhido o novo desembargador, podemos marcar a cerimônia de posse. - Disse o promotor.

O juiz, o promotor, o procurador e secretários estavam reunidos em uma sala no prédio judicial.

- O nosso procurador já esteve em reunião com o escolhido ao cargo, agora só precisamos organizar a segurança... - Comentou um dos secretários. - Não é, Alberto?

Ele se mantém em silêncio olhando os papéis, seu olhar vago, como se estivesse a milhas dali. E ao notar o silêncio repentino ele olha para o secretário.

- Alberto?

- Sim, desculpe. Ainda tenho algumas coisas para cuidar, mas no mais está... resolvido.

- Podemos encerrar por aqui então. - disse o Juiz. Todos se levantaram e seguiram para porta.

Fim da tarde daquela terça-feira, Alberto entrou em seu escritório, que ficava próximo ao apartamento dele no Centro.
Ele é assistente de Camélia nos negócios, mas tem formação e atua na área de Direito.
É independente a sua chefe, mas ainda assim ele se apresenta como um tipo de secretário dela. Com satisfação!

Ao entrar na sala e trancar a porta, ele retira o paletó, afrouxando a gravata escura. Pela janela ele tinha vista do Sol já se pondo, aquele brilho dourado invadia toda a grande sala.

Sentado na cadeira ele tentava se concentrar nos papéis. Mesmo tentando, ele não pode esquecer aquela conversa com Camélia.
O corpo seminu dela não saia de sua mente, aquilo o acendia de forma perigosa. E o beijo que ela deu em seu rosto estava mais vivo do que sua última noite com a Natalie.

Ele pensava que aquele sentimento antigo foi algo passageiro, no fim, só estava adormecido em seu coração. Quantas vezes ele já se xingou por isso, quantas vezes ele tentou apagar essas sensações em outros relacionamentos.

Tudo em vão!

- Eu não posso tê-la. Mas... Droga! - Ele diz para si mesmo, soltando os papeis sobre a mesa, e esfregando as mãos no rosto como se quisesse acordar.
- Por favor, Camélia. Por favor! Saia da minha mente... Se eu não posso ter você, então...

De repente o telefone do escritório toca, ele suspira passando mão cabelo e atende.

- Alô... - Em tom inexpressivo.

- Oi, Beto...

Era Camélia.

- Senhora... - DROGA! - Ele pensa fechando olhos.

- Está ocupado?

- Não, tudo bem. Pode falar.

- Recebi um convite... Uma festa, mas é em outra cidade.

- A senhora pretende ir?

- Sim... E eu gostaria que fosse comigo, mas tem seu o trabalho. Não é?

- Eu posso dar um jeito...

- Mesmo? Seria ótimo ter alguém de confiança comigo. Eu estava esperando você vir aqui para te convidar, mas como não voltou...

- Estava em reunião.

- Vai voltar aqui?

- Não! - Ele mesmo nota que alterou a voz com uma resposta "seca". - Quer dizer, hoje não. Desculpe.

- Beto... Está tudo bem?

- Sim, eu estou bem. - Ele sorri, mas sem humor.

- Hum... Te vejo amanhã?

- Acredito que sim...

- Está bem... Até mais!

- Até mais, senhora Camélia.

Como se já não bastasse em sua mente, ouvir a voz dela era bálsamo e a ferida.

Na mansão Camélia estava rodeada com seus papéis, e o bonito envelope do convite. O Ministro estava planejando uma festa em seu iate, alguém importante na sociedade como Camélia, com certeza seria chamada.

Alberto era um homem livre em todo caso, mas não vê-lo voltar para "casa" a preocupou. Mesmo por telefone ela notou que havia algo errado, qualquer coisa que acontecesse a ele já era motivo da seriedade dela fugir.

Ela se importa com quem trabalha para ela, mas Alberto era diferente. E no seu coração ela sabia disso. Camélia o via como um homem maravilhoso, alguém que merece toda felicidade do mundo.

Talvez com alguém que não o magoaria.

- Não tenho que cobrar nada dele fora do trabalho. Ele não é meu... amante. - Camélia começa dizer para si, e uma risada espontânea surgi. Ela mesma se surpreende com o que diz.

- Amante? que piada! Como seu pudesse ou fosse... - ela pensava.

E quando ela olhava para si mesma, e toda a sua vida, Camélia sentia que seria a pessoa que o machucaria de alguma forma.

"Não o merecia". Isso ecoava em sua mente.

Camélia NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora