Capítulo 1 - Jogue os Dados

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Após duas semanas, o assassinato de Eurico, o desembargador, ainda era assunto nos jornais da cidade. Tudo saiu como Camélia havia previsto, e logo os crimes dele também foram expostos, causando muita surpresa em alguns e medo em outros.

Era manhã, e Camélia já estava em seu escritório pessoal na mansão que morava, um lugar afastado do litoral do Rio de Janeiro. Sentada numa grande cadeira preta de couro, ela organizava documentos e finanças do cassino. Uma pilha de papel começava a se formar em sua escrivaninha.

Atrás dela havia uma grande janela com vista para o jardim, com cortinas cor azul marinho, que presas, encostavam no chão

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Atrás dela havia uma grande janela com vista para o jardim, com cortinas cor azul marinho, que presas, encostavam no chão. Passos rápidos se aproximam da porta.

"toc, toc, toc"...

- Entra! - Ela disse. Era Alberto, que entra com um sorriso tímido, alguns papéis e um jornal em mãos.

- Bom dia, senhora Camélia!

- Bom dia, Beto! - Um sorriso entre os lábios cerrados dela surge. Ela estava com um vestido branco, de alça fina com um decote revelador. Algumas mechas de cabelo estavam em seu rosto, enquanto o resto do cabelo era enrolado num coque improvisado, havia chegado a pouco em casa.

- Muriel comentou que ficou preocupada... A senhora disse a ela que estaria em casa a noite, e só chegou hoje de manhã.

- Ela ficou? - Camélia ri soltando os papéis sobre a mesa. - Eu estava me divertindo com uma pessoa, e esqueci da hora... Só isso. - Um sorriso travesso surgiu em seus lábios.

Alberto parou por um momento em frente a mesa, sua expressão ficou séria de repente. Sua chefe só não notou porque voltará a atenção aos papéis. Ele já estava acostumado aos casos de Camélia. - "Por que aquilo ainda o incomoda?". - Se perguntava. Mas ele se senta em uma das cadeiras que estava de frente para a escrivaninha, com o melhor sorriso que pudera oferecer na hora.

- Não preocupe sua governanta, senhora Camélia...

- Vou me lembrar disso.

-... Aqui estão mais alguns contratos, o fornecedor das bebidas disse virá pessoalmente. Pelo que entendi, ele quer visitar o cassino.

- Pessoalmente, é? hm... Já fazia um tempo que ele não vinha. - Disse Camélia olhando Alberto enquanto pegava o contrato. - Motivo especial?

- Ele disse que gostaria de ver a senhora...

- HAHA... realmente, um grande motivo! - Ela volta o olhar para as mãos dele. - E esse jornal, é para mim?

- Bem, sim... - Ele o entrega para ela. - Ainda estão falando sobre o Eurico.

- ... E ainda está preocupado com isso?! - Ela diz enquanto seu olhar corria pelas manchetes.

- Acredito ser natural, não é mesmo?... No próprio jornal está dizendo sobre uma evidência clara de execução, justamente na noite daquele evento. Todos próximos a ele viram suspeitos.

Camélia NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora