Zoro desaparece

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Uma música saia do notebook de Zoro, tal música era de um disco que ouviria pela primeira vez se Sanji não tivesse entrado em seu quarto pela porta azul. A música, o disco e qualquer outra coisa ficaram de lados quando os dois se beijavam com luxúria na cama de solteiro, quase derrubando o notebook no chão.

Estavam sem camisas e mordiam os lábios um do outro. As mãos grandes do esverdeado roçaram no peito de Sanji e sentiram seus mamilos endurecidos, o fazendo pensar que aquele tarado começava a perder o controle, mas não parou quando era tentador beijá-lo. Sanji subiu mais em Zoro para inclinar seu corpo até sua orelha esquerda a fim de mordê-la e o outro lhe abraçou com a excitação e sentiu algo na sua coxa.

— Meu pau ta duro. - Sanji se separou do esverdeado, ofegante e desesperado.

— Eu sei. - Respirava descompassado. - Deu pra sentir.

— O seu também.

— Quê?! - Exclamou e olhou pra baixo muito surpreso, sempre tinha o controle de seu corpo e por isso era surpreendente vê-lo naquele estado.

— Vou pro meu quarto desfazer disso. - Estava se levantando da cama quando o esverdeado pegou em seu pulso.

— Por que não desfaz aqui? Ou melhor, por que não faço isso pra você?

Não vacilou na voz em nenhum momento, as palavras foram nítidas sem um gaguejo e os olhos castanhos encararam os seus. Como podia falar uma safadeza daquelas tão naturalmente?

— Mas... ninguém nunca me tocou...

— Tudo bem, sempre tem a primeira vez. E eu posso ser o primeiro, certo?

Engoliu em seco e notou que fazia um silêncio dramático, o disco já não reproduzia nenhuma música, muito provavelmente porque havia acabado. Por mais tarado que fosse, Sanji pensou duas vezes.

— Ok.

Tiraram suas bermudas e seus pênis continuavam enrijecidos. Sanji foi o primeiro a sentir as mãos do esverdeado. Eram calejadas e asperas, mas não lhe machucavam... pelo contrário, sentia um prazer que subia aos poucos com a massagem que recebia. Um movimento de vai e vem intercalando com bombeios. Sanji gemia e perdia aos poucos o ar dos pulmões, às vezes se roçava no lençol com lenços de papel, como se estivesse se roçando sobre o corpo do marimo.

Gozou.

Sentia-se satisfeito, mas muito cansado e Zoro teve que se aliviar sozinho, porém ficou excitado mais uma vez ao ver o marimo idiota se tocando.

— Tarado nojento. - Disse o esverdeado em tom de reprovação.

— Como se você não tivesse ficado excitado também enquanto me aliviava!

Sentada no sofá da sala, estava Pudding que havia acabado de chegar. Assim que os meninos voltavam da cozinha, foram cumprimentá-la e ela os respondeu alegremente como sempre fazia.

— Vocês querem ir comigo e Reiju numa cafeteria que foi inaugurada esses dias?

Sanji e Zoro já iriam respondê-la, mas Reiju apareceu de repente e pousou seus braços nos ombros dos rapazes. - Acho que eles já têm coisas para fazer, não é meninos?

A garota de cabelos castanhos se levantou do sofá e inflou as bochechas, sabia que sua namorada estava mentindo e intimidando os dois pobres coitados. - Vamos, meninos! Vai ser bom pra ti, Sanji! Talvez conheça um grão que ainda não experimentou.

— Pudding tem razão!! - Exclamou empolgado. - Até porque um cavalheiro deve acompanhar uma dama. - Esqueceu-se completamente da irmã e do marimo, pois na sua cabeça aquilo era um encontro só dele e da bela Pudding.

Reiju revirou os olhos, seu irmão era um estúpido.

Os quatro andaram a pé até a cafeteria que não era muito longe, perceberam pela fachada que era muito fina e tradicional. Sanji se lembrou que naquele lugar costumava ser uma boutique, mas ficou encantado ao ver a diversidade de sabores quando entrou no estabelecimento. Havia café de muitos países, inclusive do país do marimo, que olhava ao redor entendendo nada daquelas frescuras, como pensava. Para ele café era café, apenas. Pelo menos não via diferença. Sanji revirou os olhos ao vê-lo bocejar, era pra aquele ogro sem paladar estar na cama dormindo e não ali num lugar sofisticado.

Ouviram Reiju lhes chamar, havia escolhido uma mesa para todos se sentarem e logo depois deu uma olhada no cardápio. Cada um fez um pedido diferente e um garçom se aproximou.

— Sinto muito, senhoritas, mas vocês não são permitidas aqui.

O homem com um avental fitava Reiju e Pudding que ficaram confusas. Sanji e Zoro olharam ao redor e notaram que todos os clientes na cafeteria lhes observavam com desprezo. Reiju abaixou o olhar ao entender... "de novo, não..."

— Já entendi! - Se levantou da mesa com algumas lágrimas nos seus olhos azuis. - Vamos Pudding, esse lugar não é bom o bastante para nós.

Podia-se ouvir choros do quarto de Reiju, eram de Pudding que chorava alto. Sora e Reiju lhe acudiam, mas a garota só pensava que estava cansada de ser humilhada em público. Os meninos estavam no quarto de Sanji ouvindo tudo e com olhares tristes.

— Elas foram barradas por que são namoradas? - Zoro estava sentado ao lado da porta do quarto.

— De vez em quando isso acontece. Esse é o mau em viver numa cidade um pouco pequena em que a maioria dos cidadãos são velhos fedidos e preconceituosos. - Sanji respondeu deitado na sua cama e olhando pro teto, fumava um cigarro.

Zoro mordeu o lábio inferior e pensou novamente como um país lindo e rico pudesse ter tantos preconceitos. - Sinto falta do meu país nesses momentos.

— Eu também. Mesmo nunca ter ido pra lá. - Sentou-se na beirada da cama e apagou o cigarro antes que sua mãe sentisse o cheiro. - Por que não vamos no mercado comprar ingredientes para um bolo? Quero animá-la de alguma forma.

Escureceu quando os dois rapazes pegaram suas bicicletas e caminharam até o mercado mais próximo. Sanji escolheu fazer um bolo de chocolate, pois ele sabia que era o favorito de Pudding. Zoro se manteve ao seu lado e não reclamou de sono nenhuma vez, também queria agradar a garota sorridente e gentil, nem que só prestasse para carregar as compras, como burro de carga, e foi exatamente isso que ele fez. No caminho de volta, assim que Sanji parou de pensar sobre o que havia acontecido, olhou para trás e não viu Zoro e nem sua bicleta. Parou e pensou onde aquele ogro se meteu, era ainda pior quando se lembrava que era ele que carregava as compras. Procurou pelas redondezas aquele idiota sem senso de direção e se culpou por ter se perdido nos seus devaneios por um instante.

Um instante, o bastante para o marimo desaparecer.

A porta azulOnde histórias criam vida. Descubra agora