Epílogo

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Zoro estava bem num avião quando se lembrou da primeira vez em que foi para North Blue. Ele se lembrou de seus professores, de Sora, de Reiju e de Pudding. E claro, de Sanji.

Seus olhos castanhos fitavam a janelinha do avião e observavam as nuvens rosadas sob a aeronave. Ele lembrou também o motivo de ter entrado naquele país. Por incrível que pareça, não tinha nada a ver com o intercâmbio ou com os estudos. Apenas queria se sentir menos entediado, e ele conseguiu tal proeza quando resolveu se envolver com aquele tarado de sobrancelhas enroladas.

Riu sozinho ao se lembrar de seu jeito histérico e de seu sorriso gentil.

O avião pousou e Zoro se sentia sonolento, mas não tanto para lhe impedir de ir para casa. Passou pelo controle de fronteiras e buscou suas malas. Depois chamou um táxi e mostrou um endereço, escrito a lápis num papel, para o motorista. Sempre carregava consigo esse pedaço de papel com as letras daquela pessoa, senão se perderia.

Jogou a cabeça para trás e dormiu no banco do passageiro. Assim que o táxi chegou no tal endereço, o motorista lhe acordou dizendo que seu destino havia chegado. Zoro limpou a boca babada e percebeu que anoitecera. Buscou sua bagagem com o taxista, que já tinha buscado do porta-malas antes de acordá-lo.

— Obrigado. - Entregou o dinheiro.

Entrou no prédio em que morava na cidade, não era muito grande comparado com os de negócios, aqueles que ficavam ao redor, e subiu pelo elevador até o andar de seu apartamento.

Abriu a porta com suas chaves. O apartamento grande e decorado estava arrumado como se ninguém tivesse morando ali. No entanto, não havia pó como aconteceria se tivesse realmente ninguém.

"Ele é muito meticuloso para permitir isso."

Caiu na sua cama e dormiu. Quando eram dez horas da noite, acordou. Resolveu tomar um banho, que não durou nem 5 minutos, e foi a procura de comida, mas acabou se entretendo com uma garrafa de bebida, que a buscou da geladeira. Sentou-se no sofá e ligou a TV, depois deu uma olhada no relógio que ficava ao lado dela. Antes que pudesse pensar "já está quase na hora", ouviu um barulho de molho de chaves e encontrou o loiro adentrando o corredor da entrada e parando na sala, ao lado do sofá que se sentava.

— Oi, marimo! - Deu um selinho no esverdeado, que continuava sentado no sofá.

— Como está o restaurante?

— Um caos como sempre, e como foi na viagem?

Sanji tirou seu casaco e o colocou na cadeira, depois foi até a cozinha para preparar o jantar com as sobras do restaurante em que era chef.

— Boa. - Disse indiferente enquanto prestava atenção num programa sensacionalista qualquer.

O outro revirou os olhos com o seu jeito simplista e seco de sempre.

— Tá, mas não vai me dizer se ficou feliz ou não ter ganhado o campeonato de kendô? - Gritou da cozinha.

Ouviu a voz do loiro, ainda vidrado no programa. - Você não viu na televi-

— Eu vi. - Interrompeu. - Mas quero ouvir de você.

Coçou a nuca ao pensar que teria que se levantar e ir na cozinha pra atender todas as expectativas daquele tarado exigente. Contudo, teve uma ideia para continuar bebendo e vendo aquele programa que ficava cada vez mais interessante.

— Claro que não foi bom, você não estava lá.

Pensou que se respondesse dessa forma romântica, Sanji ficaria satisfeito e quem sabe corado, e a conversa terminaria.

— Marimo. - Saiu da cozinha. - Converse comigo direito, caralho! Faz duas semanas que não te vejo!

Suspirou e rodou os olhos, teria que largar de ver aquele programa enrolado. Por que tanta demora pra dizer se o teste de dna deu positivo ou não? Mas desligou a TV e se levantou para contar tudo por tim-tim a tim-tim. Aliás, o que eram duas semanas perto de um ano e meio? Um ano e meio em que namoraram só pela internet e tiveram que se reencontrar só quando chegassem na maioridade e resolvessem morar juntos naquele país nada a ver com North Blue ou East Blue?

A porta azulOnde histórias criam vida. Descubra agora