Não de novo.

4 1 4
                                    

Joshua Walker

Chegando a casa dos Campbell descemos do carro. Eles eram uma família de classe média alta, morando num bairro estilo vila.

Olho em volta enquanto o senhor Campbell pega minha mala me dando em seguida. Vejo um garoto no gramado da casa do outro lado da rua. Ele estava deitado em uma espreguiçadeira com uma das pernas pra fora, segurando um graveto longo passando pela grama enquanto me olhava entediado.

Ergo uma sobrancelha o encarando de volta. Que muleque estranho. O vejo erguer ambas as sobrancelhas e sorrir de canto, ascenando em seguida. Pisco confuso e antes de fazer qualquer coisa ouço Joyce me chamar, me fazendo desviar o olhar do outro.

-- Josh traga sua mala, vamos te apresentar a casa. -- Ela fala sorrindo calma me olhando entrando na casa em seguida.

Confirmo e sigo pra entrada, não voltando a olhar o garoto do graveto.

[...]

Me jogo na cama do meu próprio quarto agora. Já era final de tarde, passei o dia conversando e conhecendo a casa dos Campbell e, temporariamente, minha.

A casa é bem grande. Tem a suíte deles, meu quarto e mais dois quartos de hóspedes, banheiros no meu quarto e no corredor. O escritório do Elyote, senhor Campbell, e da Joyce, a área de serviço, sala de jantar, sala de estar, cozinha e porão. Além de um puta jardim.

Pego meu celular e conecto ao wifi da casa. Eu acabei deixando meu celular antigo com a Madre pra que ela pudesse me ligar também, mesmo que ela não goste tanto de eletrônicos porque só acha chato mesmo. Mando mensagem falando que cheguei bem e já estava morto. Bloqueio o celular sabendo que ela vai demorar pra responder e vou arrumar minha mala.

Pego a mesma e tiro só algumas peças de roupa, deixando o resto na mala e em baixo da cama. Quando termino vou até a janela do quarto, a que dava diretamente pro quintal da frente.
Passo a olhar a casa vizinha da frente, vendo que o garoto graveto não estava mais lá. Fico curioso mas dou de ombros e desço.

-- Senhora Campbell. -- Falo ao ver ela na cozinha, preparando algo. -- Perdão o incomodo mas tem algo pra comer. -- Pergunto calmo indo me sentar na ilha*.

-- Pode me chamar de Joyce, Josh. -- Ela sorri sem parar de mexer o que parece ser macarronada. -- Ou Mãe.

Apenas asceno com a cabeça a olhando. Eu já umas pessoas querendo apressar as coisas mas porra?

-- E o jantar já tá quase pronto mas se quiser tem salgadinhos no armário. -- Ela indica com uma das mãos ainda de frente pro fogão. -- E refrigerante na geladeira, querido. -- Fala calma sorrindo.

-- Okay, obrigado. -- Falo e pego um pacote de batatas fritas e uma garrafa de água mesmo.

-- Só não encha o estômago antes do jantar. -- Ela coloca a panela na ilha me olhando. -- Tem suco também, pode pegar.

-- Estou bem e não se preocupe. -- Falo e vou em direção ao quintal da frente.

Me sento no hall, comendo as batatas, olhando pra espreguiçadeira do garoto de antes.

-- Oi vizinho, me procurando pra se desculpar? -- Ouço uma voz perto demais e muito do nada e acabo engasgando.

-- Cacete. -- Abro a garrafinha de água bebendo, vendo o garoto de antes no gramado dos Campbell.

-- Simon na verdade. -- Ele diz sorrindo divertido.

Volto a fechar a garrafa, encarando o garoto já na minha frente, sentado.

-- Não lembro de ter perguntado ou convidado. -- Falo o olhando ainda sorrir divertido. -- Mas fique a vontade e aproveite e fale pelo o que eu deveria me desculpar, garoto graveto. -- Falo voltando a comer as batatas.

Ele ri erguendo uma mão ascenando pra mim, me fazendo lembrar de mais cedo.

-- Lembrou? -- Pergunta sorrindo de lado.

-- Ficou triste porque não ascenei de volta, garoto graveto? -- Rio continuando a comer.

-- Claro que sim! -- Ele exalta gesticulando, forçando uma expressão triste e ofendida.

Levo uma batata até a boca, segurando ela com os dentes sem comer ainda, erguendo uma mão e ascenando pra ele.

-- Prontinho, senhor graveto. -- Falo pegando a batata da minha boca sorrindo de lado o olhando. -- Melhor?

Ele sorri e olha pra minha mão, avançando rápido e pegando minha batata com a boca, comendo antes que eu pudesse reagir me deixando com a mão no ar, vazia.

-- Agora sim, obrigado. -- Ele sorri comendo me olhando vitorioso.

Ele roubou minha batata, eu vou dá um tiro nesse puto.

-- Eu só não te sento o cacete porque cheguei aqui hoje e não quero ser rude. -- Falo cerrando os olhos pro outro, fechando os punho.

Ele volta a rir, se divertindo pelo jeito, erguendo as mãos.

-- Desculpe, eu não resisti. -- Ele fala abaixando as mãos. -- Mas eu já falei meu nome, qual é o seu? -- Se senta melhor no hall, me olhando.

Fiquei o olhando por alguns segundos me dando conta depois, fechando o saco do salgadinho, pegando a garrafa de água e me levantando.

-- Ei, ei. -- Ele me olha confuso. -- Eu falei algo errado? Não era a intenção, eu só-

-- Relaxa, você não é tão ruim, pelo menos quando não rouba as batatas dos outros ou os assusta. -- Falo sorrindo e vou em direção a porta.

Ele se levanta rápido vindo comigo.

-- Então porque tá indo embora? -- Perguntou me olhando já de costas.

-- Vou entrar, valeu pela conversa. -- Falo e entro subindo pro meu quarto.

Me sento na cama deixando a garrafa e o saco de batata em cima da escrivaninha. Não, eu vou embora em algumas semanas, se não dias. Não vou criar laços aqui. Me jogo de costas contra o colchão, suspirando. Não devia ter nem ao menos conversado com ele, fazia tempo que não conversava com alguém divertido da minha idade.. eu acho, não sei nada além do seu nome na verdade.

-- Calma -- Me dou conta. -- Porra, carente do caralho. -- Me xingo e cubro o rosto, nem o nome dele eu deveria saber, droga.

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Votem e comentem se quiserem <3

Tô escrevendo e postando, então sem revisão ;D
Espero que não tenham muitos erros e que aproveitem <3
até

Isso Não Devia ter Acontecido [+18] Onde histórias criam vida. Descubra agora