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Joshua Walker

Eu não tenho ideia de como cheguei a esse ponto...como, por quê e quando eu fiz isso..

Eu estou no porão da casa dos meus novos pais. Eu vim aqui pra ajudar meu padrasto a pegar materiais pra começarmos a nossa horta. A ideia foi deles, porque seria um bom meio pra nos aproximarmos e curtimos o nosso tempo, pelo o que eles falaram.

Mas como isso levou ao corpo do meu padrasto ao chão com o pescoço dilacerado, e seu rosto completamente desfigurado, eu não sei..
Eu não me lembro de tê-lo atacado... Ou de conseguir fazer isso.. ou de eu ter essa aparência..

•••••••••••••[...]•••••••••••••

Esse orfanato fica cada vez mais horrível conforme o tempo.

O alojamento é bem grande, as paredes não tem decorações ou qualquer cor, são apenas paredes de pedras com telhas de ferro bem velhas. As noites são bem frias e mal aproveitadas, já que as camas eram bem desconfortáveis.

Quando chovia tudo piorava. Não conseguíamos dormir, o telhado tinha goteiras e a bagunça das Freiras tentando impedir que tudo molhasse, nos pedindo ajuda pra pegar baldes e o que mais desse pra segurar as goteiras e não molhar o pouco que tínhamos durava até o fim da madrugada.

Eu fui colocado nesse orfanato aos meus 4 anos, e infelizmente ou felizmente, eu não me lembro bem como foi.

Tenho só uma vaga lembrança de uma mulher me colocando em frente a porta do alojamento e me pedindo com calma na voz para que eu ficasse ali e esperasse uma Madre chamada Sofie aparecer. Mesmo assim não consigo lembrar de seu rosto ou escutar sua voz.
Na lembrança tudo parece estar distorcido e embaçado. Me lembro dela saindo de perto de mim rápido, pegando algo no chão e sumindo em meio a névoa da rua de pedras.

Aqui eu já fui adotado e devolvido inúmeras vezes, me fazendo não ter muita simpatia com as outras crianças.

O que não é o pior, porque já cheguei a apanhar (mais de uma vez) dos meus pais adotivos por algo que não fiz, e no dia seguinte sendo devolvido, mais uma vez.
Sempre tento esconder meus hematomas, e os que não consigo, tento inventar algo sobre ter caído pra Madre Sofie, que finge acreditar apenas pra não seguir com o assunto e me incomodar. Eu faço o mesmo.

Por que não denunciar? Porque eu sou um órfão pobre em um lugar que quase não sustenta as crianças que tem, então imagine abrir um processo.

Até os meus 9 anos eu chorava muito, e sempre falava que algo em mim estava errado. A Madre cuidava de mim como uma mãe. Ela tratava meus machucados, quando eu finalmente os mostrava, me abraçava forte quando eu só pensava que deveria ter algo errado comigo..que eu atraía isso pra mim...

Todos por quem eu passei desde os meus 9 anos eu tentei entender como eles agiam. Eu queria entender o porquê deles serem assim, o porquê deles me tratarem assim.. uma parte de mim ainda queria acreditar que eles não eram de todo mal.

Mas quanto mais eu entendia, menos esse meu lado persistia.

No relacionamento era claro como os dois sempre buscavam manipular um ao outro. Contando mentiras óbvias, traindo, e apenas fingindo não ver porque sabiam que o faziam igual.

Todos pelos quais passei estavam prestes a se separar, e adotavam pensando que uma criança iria salvar o relacionamento... E quando o primeiro desafio vinha, eles diziam que na verdade não estavam prontos. Depois de fazer a criança passar por tudo isso...eles percebem que se amam e que por enquanto não precisam que nada mude..

Após alguns anos, depois que eu voltava de uma casa eu não chorava mais, apenas me isolava, fazendo anotações...desabafos.

Em um dia que voltei das tarefas diárias, encontrei Madre Sofie na minha cama, sentada com o caderno em mãos. Eu me aproximei dela e assim que o fiz ela deixou o caderno cair no chão, e me abraçou forte. Ela dizia que algo dentro de mim havia sido quebrado. Uma criança tão doce e pura, um garotinho de apenas 11 anos de idade pensando dessa maneira e era justamente isso que ela tinha que evitar. Eu apenas a deixei chorar, a confortando, em seguida guardando meu caderno de novo, dizendo a ela que tudo bem, mesmo não entendendo bem o que aquilo queria dizer.

••••••••••••[...] •••••••••••••

O que eu faço agora?
Meu padrasto está morto.
Eu estou sozinho e provavelmente sou o culpado, mas...por que eu o ataquei?

Eu o ataquei?...

Estava sentado na poça de sangue com as pernas dobradas, uma de cada lado do meu corpo, e com ambas as mãos no ar enquanto as encaro.

Mas o que-

Minhas unhas estão grandes e grossas.

Olho em volta, e vejo algumas caixas com tintas, papéis e outros objetos do meu lado todas espalhadas pelo chão.
Junto delas tem um pequeno espelho de mão, o pego, o sujando um pouco de sangue, e quase grito aí ver minha imagem nele.

Eu tenho presas?!

Elas chegam até meu queixo. ELAS SÃO GIGANTES.

Toco elas, e tento puxa-las, dói.

São reais mesmo.

O que está acontecendo?

E mais importante:
O que aconteceu?...

•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°

Eu estou revisando e mudando muita coisa na história porque nesse tempo sem celular (quebrei o meu (': k) eu pensei bastante sobre ela.

Aproveitem, tenham paciência comigo é minha primeira fic skkssk
E espero que gostem

Até o próximo.
Bjss
★★

Isso Não Devia ter Acontecido [+18] Onde histórias criam vida. Descubra agora