Capítulo 14

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Maratona 4/5

Só pra avisar... vocês terão um pouquinho de raiva da Sarah nesse capítulo, mas depois fica bem amorzinho!

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O dia já havia chegado ao fim, mas os olhos verdes ainda se mantinham na estrada. As três garotas que dormiam na parte de trás foram para lá em um momento onde a chuva havia cessado. Apesar do breu, no céu ainda se podia notar as nuvens carregadas e graças ao farol aceso se notava os grossos pingos de chuva caindo.

-Já que você não fala comigo será que poderia me emprestar seu livro? -Juliette comentou, sendo a primeira a falar em horas.

-Não!

-Eu estou no tédio, Sarah. Você não fala, não quer a rádio e nem a TV ligada agora, não deixa eu ler o seu livro. Poxa, isso é chato! -Ela disse e bufou cruzando os braços.

-Se você tivesse pegado carona com um mudo que tem um caminhão velho sem TV ou rádio e que não gosta de ler teria dado na mesma. Então não reclame.

-Chata! -Juliette vociferou e para sua surpresa Sarah riu baixinho.

-Se não fosse esse aniversário eu não teria parado e meu humor estaria bem melhor. -Sarah falou, fazendo Juliette se virar para lhe fitar de frente.

-Eu disse que não precisava de nada daquilo. Vocês conversando comigo bastaria! -Juliette disse docemente e então o rubor tomou conta de suas bochechas pelo que ela diria a seguir. -Sabe, foi o primeiro aniversário em anos que eu passei me divertindo, tendo alguém conversando comigo sem me xingar ou...

-Meu pai costumava comemorar os aniversários como se fossem uma benção dos céus. Eu só quis honrar a tradição, mas isso acabou me custando várias horas, graças à uma viajante sem rumo que encontramos na estrada. -Sarah disse rindo friamente, fazendo Juliette realmente perder a paciência.

-Você que quis seguir a tradição do seu pai, então não me culpe! Eu jamais pedi por aquilo, jamais pedi por nada daquilo. Eu deixei claro que estava tudo bem do jeito que estava. -Juliette disse sentindo seu peito inflar de raiva, mas respirou fundo em busca de autocontrole.

-Vamos parar por hoje. -Sarah disse, parando o caminhão e se virando bruscamente para Juliette. -Vejamos, você chegou aqui com a sua gata, com aquele jeitinho doce e fofo, com o sorriso calmo e roubou o resto de paz que me sobrava. -Ela alegou com veemência. -Tocou na porcaria da rádio quando eu disse para não mexer, ficou usando aquele tom fodido e sensual quando eu disse que sexo era algo sério para mim, me constrangeu com o assunto do DVD e ainda quer invadir a minha privacidade ao ler o meu livro. -Sarah falou, vendo Juliette abrir a boca e sua expressão beirar à fúria. -Além de te ceder o meu lugar de dormir você ainda quer o que mais?

-Por que continuou me dando carona se eu te incomodo tanto, então?

-Eu não deixaria você no meio do nada. Não sou tão ruim assim.

-Mas é uma idiota. Uma grande idiota! -A menor proferiu.

-Por quê? Só porque ainda não transei com você? -Sarah perguntou irritada. -Costuma sempre se oferecer para desconhecidos?

O silêncio a seguir veio da parte de ambas. Juliette negou a cabeça incrédula e abriu a porta do caminhão, saindo na chuva sem se importar com o frio.

-JULIETTE! O QUE ESTÁ FAZENDO? -Sarah gritou, vendo a garota bater a porta de seu caminhão com força. -PARE DE BIRRA, VOLTE JÁ AQUI. -- Seus olhos acompanharam a garota seguir o caminho a pé, sem olhar para trás.

"Ela vai voltar quando ver que eu não vou atrás."
Sarah pensou, mas o tempo foi passando e a figura de Juliette quase sumia de sua lista.

Sarah bufou irritada e voltou a andar com o caminhão, alcançando Juliette e parando o caminhão. Ela correu para a janela do passageiro e a abriu.

Destino Incerto | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora