Capítulo 2

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Sarah estava preparada para subir a serra, já que se encontrava no litoral, quando seus olhos captaram a figura de uma garota, dona de belas curvas e cabelos castanhos. Era, decerto, muito atraente, porém trazia consigo um dos olhos arroxeado e os lábios um pouco cortados. A garota. assim que viu o caminhão se aproximar, esticou o dedo na estrada de forma desesperada.

"Não ligue, não pare!" Sarah pensava consigo mesma. "Outra pessoa dará carona para ela" 

E pensando assim Sarah passou direto com o caminhão, numa velocidade tão lenta que pôde ver pelo retrovisor que a garota, ao ver que o caminhão passou por ela, encolheu os ombros e se jogou no canto da pista, com expressão desolada

Sarah sentiu seu coração se comprimir e no mesmo instante freiou bruscamente.

Deu ré com o caminhão, vendo Ker ser a primeira a colocar a cabeça para fora da cortina.

-O que houve? -A loira perguntou

-Nada que te interesse. Volte para o seu pornô.

-Hey, eu não estava vendo pornô. -Sarah olhou severamente para Ker, que bufou derrotada. -A culpa é da Carla. Eu queria ver filme de ação. -Sarah riu baixinho e assentiu, parando e desligando caminhão.

-Fique aqui. Eu já volto! -Pediu, abrindo a porta do caminhão preto e vermelho e descendo logo em seguida; fechou a porta para logo dar a volta no caminhão. O movimento ali era quase zero e por isso pôde dar ré sem problema nenhum.

Se aproximou da garota, quem levantou rapidamente, espalmando o traseiro em busca de limpar o local que havia tocado o chão.

-Olá -A garota disse envergonhada. -Obrigada por parar. Estou aqui há cerca de seis horas e não consegui que ninguém me notasse.

-Para onde está indo? -Sarah perguntou, analisando o vestido azul claro esvoaçante e a blusa fina de frio amarrada em sua cintura, totalmente desproporcional a algo que garotas riquinhas e mimadas usariam.

-San Diedo, mas qualquer lugar que me deixar mais para lá eu já agradeço. -A moça respondeu.

-O que houve com seu rosto? -Sarah perguntou.

-Fui assaltada. levaram meu carro e meu celular; por sorte levo meu dinheiro com a Lua.

-Lua? -A pergunta saiu junto com as sobrancelhas franzidas.

-Minha gata. -Juliette disse, tendo um miado sendo proferido no mesmo instante por uma enorme bola de pelos felpudos, cinza, que se esfregava na perna de Sarah de maneira toda entregue. -Parece que ela gostou de você.

-Não posso levar esse animal no meu caminhão. Sinto muito! - Sarah disse solenemente.

-Ela não é barulhenta e não sujará seu caminhão. Ela sabe esperar para fazer suas necessidades. -A garota acrescentou. -Por favor, preciso de uma carona. -Sarah bufou diante de seu coração mole e assentiu.

-Tudo bem, mas se ela incomodar, terei que colocá-las na rua em busca de outra carona.

-Obrigada. -Juliette disse agradecendo levemente eufórica. -Muito obrigada mesmo. -Disse. acompanhando Sarah até o caminhão. A maior abriu a porta de seu caminhão e esticou a mão, em sinal de gentileza para Juliette subir. A garota pegou sua gata e subiu no caminhão. Sarah fechou a porta e deu a volta, e quando entrou no caminhão três pares de olhos estavam focados na garota.

-Ela viajará conosco. -Sarah disse, ligando o caminhão.

-Oh meu Deus, o que houve com você? -Ker perguntou, ouvindo Juliette repetir o que havia dito a ela.

-Quem é essa lindeza aqui? -Carla perguntou, acariciando o pelo macio do animal cinza, que logo começou a ronronar.

-Essa é a Lua. -Juliette disse sorrindo. A gata, que trazia uma coleira rosa em seu pescoço, se deitou ao pé de sua dona no caminhão, se estirando no chão do veiculo e dormindo alguns minutos depois.

-Não acha que levar dinheiro na coleira de um gato é uma tremenda estupidez? E se ela fugir ou algo assim? -Sarah questionou séria.

-Bem, ela está comigo há três anos e é adestrada. Não creio que fugiria. -A moça explicou. -E só deixo quando viajamos. Parece que essa tremenda estupidez poupou meu dinheiro de ser roubado. -Diante do silêncio da mulher a garota também se silenciou.

Como se chama? -Carla perguntou.

Juliette Freire. -Respondeu-lhe com um sorriso simpático no rosto.

-Bem, sou Carla, esta é minha namorada Thais , esta é minha irmã Kerline e aquela ali você já conheceu -Ela disse da boléia. Ker abriu de vez a cortina do lugar para se acomodar melhor no assento. 

-Na verdade eu não sei seu nome. -Juliette confessou, olhando para a motorista que mantinha seus olhos na estrada e agia como se não estivesse  ouvindo a conversa.

-Mal educada como sempre. -Carla zombou. -Aquela é minha outra irmã, Sarah. -Os olhos curiosos da garota percorreram Sarah. Usava um boné, uma camisa listrada roxa aberta e por baixo uma camisa simples branca. Sua calça jens acentuava suas curvas e isso Juliette havia reparado do lado de fora do cominhão.

-É um prazer, garotas. -Ela disse baixinho. -Sinto muito incomodar e realmente agradeço pela carona.

-Para onde está indo? -Thais perguntou.

-San Diego, mas qualquer lugar que me deixarem no caminho já está melhor do que aonde eu estava.

-Bem, Juliette, aparentemente você deu sorte. Estamos indo para lá. Não é, Sarah? -Carla pergunstou animada. A garota ao volante apenas fez um breve aceno com a cabeça e nada mais disse. -Ela não transa e por isso é tão seca assim, não ligue! -Sussurrou, fazendo Juliette rir baixinho. 

-Esrá com fome? -Sarah perguntou do nada, fazendo a garota corar antes de assentir. -Há quanto tempo não come?

-Umas oito horas, talves. -Disse em uma careta.

-Eu já teria morrido. -Carla disse espantada pela informação.

-Pegue algo de útil, sem ser essas bobeiras e dê para Juliette comer. -Sarah pediu e Carla abriu o isopor que estava ao lado delas, retirando dois sanduíches e a serviu com um copo descartável com refrigerante. Juliette aceitou de bom grado, agradecendo mais uma vez e sorriu disfarçadamente. Pelo menos a garota havia ouvido seu nome e não se esquecido dele.



Destino Incerto | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora