II

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— Que história é essa que andam falando Medusa? — Questiona minha mãe furiosa.

— Que história?

— De que anda seduzindo os homens de Olimpo, inclusive Poseidon!

— Não seja louca mulher! Medusa não faria isso! — Meu pai repreende ela.

— Eu não estou a seduzir ninguém... São eles que me perseguem, eu não faço nada para eles... Quanto a Poseidon, ele é quem me corteja, eu não correspondo a nada.

— Não é possível!

— Fiquei sabendo que a deusa Atena não está gostando nada dessa situação. — Minha irmã comenta.

— Como assim? — Pergunto preocupada.

— Dos homens irem ao templo com "oferendas" Quando na verdade estão apenas indo para te admirar.

— Céus... Eu não quero ser punida por algo que eu não fiz.

— E não vai minha filha, fique tranquila. — Meu pai me tranquiliza.

— Agora vejo que você não deveria ser sacerdotisa, sendo cortejada até pelo deus Poseidon! Imagina você casando com um deus do Olimpo.

Minha mãe, sempre gananciosa...

— Minha escolha já foi feita... Lembra!? E foi você quem a determinou um tempo atrás.

— É. Uma pena.

Vou para os meus aposentos afim de descansar, mas há um barulho não muito alto vindo de longe.

Caminho até a varanda vendo ao longe muitas luzes, música e pessoas felizes festejando.

— Medusa... — ouço minha irmã me chamar.

— O que foi Euríale.

— O que acha de sairmos?

— Eu não posso.

— Ninguém saberá, vamos, estão todos festejando.

— Festejando o que afinal!?

— Oras, comemorando mais uma vitória do semi-deus Perseu.

Perseu...

— Vamos comigo por favor, a gente volta cedo.

— Tudo bem, mas não vamos demorar.

— Coloca essa máscara. — Ela me entrega uma máscara que cobria os olhos. — para dá uma disfarçada.

Com isso partimos para a festa em comemoração a Perseu.

Lá havia muita gente, muita mesmo, e em questão de minutos Euríale some no meio da multidão.

E agora o que eu faço?

Me misturo no meio deles a fim de acha-la quando me esbarro em alguém.

— Desculpa... — Nem olho para quem seja e continuo andando, sendo impedida por uma mão que segura meu braço.

— Calma aí, vamos curtir um pouco vai. — Um homem ao qual eu não conheço se aproximava de mim.

— Eu não quero... — Tento me soltar, mas seu aperto fica mais forte em meu braço.

— Só um pouquinho... Você vai gostar eu prometo. — Ele falava próximo ao meu ouvido e podia sentir o cheiro de bebida que emanava dele.

— Não... Por favor... — Uma de suas mãos foram até as minhas pernas subindo, não o suficiente até que fosse jogado longe por outro homem a qual eu nem olho para saber de quem se trata.

Aproveito o momento para fugir dalí mas meu braço é novamente agarrado.

— Espera!

— Levanto o olhar para olha-lo me assustando com quem vejo.

Perseu!

— Eu te conheço... — Diz me analisando.

— Desculpa, eu tenho que ir...

— Espera. — Ele continua a segurar meu braço. — Você é a sacerdotisa de Atena, não é!?

— Por favor... Eu nem devia está aqui eu sei... Mas não conte nada a ela...

— Ei, fique calma, não falarei nada.

— Obrigada... Eu já estava indo.

— Não precisa ir embora, não agora.

Fico presa ao seu olhar, parecia que aquele momento só tínhamos nós alí, mas logo sou trazida de volta a realidade quando alguém esbarra em mim fazendo com que meu corpo tombe para frente, mas sou amparada por Perseu.

— Obrigada de novo... — Falo sem jeito por estarmos tão próximos.

Estávamos muito próximos mesmo, e poderia jurar que ele aproximava seu rosto cada vez mais do meu.

Quando percebo isso me afasto bruscamente, entrando no meio da multidão e saindo dalí o mais rápido possível.

— Finalmente te achei! Onde estava? — Pergunta Euríale assim que nos encontramos no meio de toda aquela gente.

— Onde você estava! Me deixou sozinha e sumiu!

— Calma Medusa, eu não tive culpa.

— Vamos embora agora!

— Mas já?

— Sim, vamos agora!

MedusaOnde histórias criam vida. Descubra agora