Medusa

VII

Acordo sentindo leves pontadas sobre a cabeça, sobre meu corpo um leve ardor dos espinhos, e bem baixinho sou capaz de ouvir grunhidos, ao que parecia ser choro.

Ao perceber minha inquietação logo sinto pequenas mãos pousarem sobre meu rosto em sinal de calma.

— O que está acontecendo... O que aconteceu comigo... — Tento me levantar mas não consigo.

— Perseu, se acalme por favor...

É a bela moça...

— Meus olhos! O que houve com meus olhos!?

Me desespero ao perceber que não conseguia encherga-la a minha frente.

— Quando caiu no buraco... Eu não sei o que aconteceu, mas seus olhos estavam sangrando...

Sua voz é assustada e temerosa, para está assim, ela deve ter visto a Górgona também.

— Onde estamos? E por quê você estava na floresta tão longe de Olimpo? É perigoso.

— Eu... Eu fui embora. Agora moro aqui Perseu..

— Embora? Mas porque?

— É uma longa história... — Solta quase em um sussurro. — Mas o que você está fazendo aqui..?

— Atena. Ela enviou para matar uma Górgona. Você não a viu? Não pode ficar, venha comigo e te levarei de volta. — Alcanço suas mãos que estavam com um aspecto estranho, e ela logo as tira.

— Eu sinto muito... — Funga.

Levanto minhas mãos na altura de sua face sentindo suas bochechas molhadas de lágrimas e me intrigo.

— Por que choras bela moça?

— Eu perdi tudo... Não posso voltar... Por favor, não me faça mais perguntas... — Diz suplicante.

— Tudo bem, é claro. Que indelicado da minha parte. Bom... Você se importa de eu ficar aqui até dá um jeito nisso? — Me refiro a minha falta de visão.

— Não sei se é uma boa ideia...

— Eu entendo. — Me levanto com dificuldade. — Poderia me levar até a estrada novamente?

— Espera... Não posso lhe deixar sair assim. Tudo bem, você fica.

— Muito obrigado, aliás... Qual é o seu nome?

— Eu sou Medusa.

— Medusa... — Sussurro para mim mesmo.