Capítulo 4

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-AI MEU DEUS. AI MEU DEUS. O QUE EU FIZ?  –Clara falava para si, atravessando a casa e indo em direção sua suíte. Ela se perguntava o que tinha lhe possuído para dizer todas aquelas palavras.

Subiu as escadas, tomou o corredor e entrou no quarto. Com as mãos tremulas, ela fechou a porta e soltou uma respiração profunda. Começou a tirar a roupa e foi tomar um banho. Estava precisando esfriar a cabeça. Entrou no seu closet e escolheu uma camisola rosa. Coloco-a sobre a cama e se dirigiu ao banheiro

No luxuoso banheiro, pôs-se a preparar seu banho de espuma. Uma garota se acostumaria rapidinho com aquela banheira enorme. Mordomias que o só o dinheiro dava. Entrou e tentou acalmar seus pensamentos.

Ela estava louca! Como ela teve coragem de enfrentar seu esposo daquele jeito?

Mas ela sabia o porquê da sua atitude. O babaca pensou que ela iria aguentar tudo calada. Mas ele estava muito enganado. A vida dela poderia está uma bagunça, porém ela não deixaria ser manipulada pelas vontades do bastardo irritante. Não, ninguém iria separar seu bebê dela. Isso não!

Porém ela não devia ter reagido de forma tão explosiva. Agora poderia ter retaliação por parte dele. Ele poderia mandá-la para algum hospício, e assim, distanciá-la da filha.

Não, ela não deveria ter mostrado suas emoções. Quem sabe o que ele tinha planejado para ela? Talvez, precisava só de uma desculpa para tomar a guarda de Lucy e se divorciar dela. Seria muito fácil! Ela não tinha família, dinheiro, estabilidade para criar uma criança. E o poderoso CEO tinha tudo isso, maldito! Com certeza ele queria isso.

Ele não a amava. Tinha plena consciência disso. E quando Clara estava em coma ele não podia se separar dela, agora? Agora ele tinha todas as cartas a seu favor, e ela? Só tinha Lucy.

Sua princesa era tudo para ela. E por ela, Clara era capaz de tudo. Ela teria que se organizar e começar sua jogada. Não seria sempre um joguete nas mãos dos outros. Estava na hora de tomar o remo da sua em vida em suas mãos e assumir o controle. Ela não sabia como tinha entrado nesse maldito casamento, mas tinha plena convicção de que sairia desse arranjo.

Saindo da banheira, pois passara tanto tempo perdida em seus devaneios que a água já esfriara, ela abriu o armário que estava sob a pia e pegou um roupão branco e colocou sobre si. Em frente ao espelho, ela começou a pentear-se.

Respirando, ela tentou se controlar. Seus próximos passos seriam calculados e não cometeria o mesmo erro novamente. Ela faria o máximo para se controla na frente daquele cretino. Mas ela sabia que seria quase impossível fazer isso, pois aqueles olhos de gelo liberava a fera que existia dentro dela. Algo selvagem. Algo feroz. E isso estava começando a assustá-la.

Todavia, ela teria que se controlar. Pelo bem da sua filha.

Por Lucy!

Ela enfrentaria a fera novamente e pediria desculpas. Fingiria que estava jogando o seu jogo controlador. Seria a doce e a amável esposa Ferraz...

-Vamos Clara... Você sabe que consegue... –inspirando profundamente e decidida, ela abre a porta do seu banheiro para dar de cara com a fera em pessoa. –Luca...  O que...

Clara mal deu tempo de abrir a boca quando foi atropelada pela montanha de músculos, e que músculos! Seu corpo foi jogado contra a parede e preso pelo peitoral de ferro do seu marido. Sem tempo para reagir sua boca foi saqueada e tomada. Foi reivindicada. Possessivo, não deixou espaço para a reação da moça e pega de surpresa, ela se tornou uma massa de modelar em suas mãos. Mãos que vagavam por todo seu corpo. Conhecendo cada parte de sua anatomia.

Clara queria reagir. Dizer para ele parar. Mas aquelas sensações eram novas para ela. Um calor começou a tomar conta de seu estomago e descer em direção ao seu abdome, enquanto o sangue subia para sua cabeça. Era possível ouvir as batidas do seu coração. Ou era o dele...

Ela não sabia ao certo. Perdida naquele frenesi de emoções, suor, corpos e línguas, Clara se entregou. Aceitando seus beijos, suas caricias e sua possessão sobre ela, simplesmente se rendeu. E aos poucos ela foi percebendo que seus sentidos estavam aguçados. De repente, ela se deu conta do cheiro que Luca exalava, do gosto de sua língua e de certa parte ds corpo dele que estava acordada.

Ela podia sentir o gosto de álcool misturado com menta e algo mais. Clara podia sentir o tamanho do desejo de Luca por ela. Ele se retirou de sua boca e começou a beija seu pescoço enquanto suas mãos continuavam a exploram o resto do seu corpo.

-Tão linda... –ela o ouviu falar ao pé do seu ouvido. E sua voz rouca criavam arrepios por sobre sua pele. –Tão bela... –Mais um beijo ele lhe entregava sobre o pescoço, deixando um rastro de fogo queimando-a. –Tão cheirosa... –Ele afastou o roupão do seu ombro, deixando o vale dos seus seios a amostra. –Tão perfeita...

-Oh Luca... –aquilo era demais para ela. Nunca sentira algo tão forte, tão inexplicável. Esquecera até de respirar. Como podem seus sentimentos irem da raiva ao desejo em questão de segundos?

-Sim... Sou seu Luca. –disse segurando seu quadril e fazendo com os dois corpos se aproximarem ainda mais. –e você minha, somente minha... –dizendo isso ele tomou sua novamente. Deixando claro que ela pertencia a ele.

Sem perceber, ela sentiu suas costas sendo lançada sobre a cama e ele a prendendo com seu corpo. Parando os beijos, ele a fitou e seus olhos tinham fogo dentro deles.

-Você é a realização de todos os meus sonhos... Três anos sonhando com essas pequenas esmeraldas... três malditos longos anos.–disse acariciando seu rosto e beijando seus lábios. –Você é a luz para minha alma atormentada, anjo. Mas é tarde demais para mim. Eu não posso ser aquilo que você precisa. –disse colocando sua testa sobre a dela. E Clara pode sentir sua melancolia. Existia algo muito grave por detrás daquela dor. –Mas eu sou muito egoísta e não consigo deixá-la ir. –sou o ar que estava prendendo. –Por isso não quero que você fale com aquele bastardo do veterinário ou simplesmente o veja. Melhor ainda, eu te proíbo de ir aos estábulos. Melhor, eu te proíbo de sair dessa casa. Você é minha!

Aquelas palavras fizeram-na despertar seu furor. Ela não era seu brinquedinho para dizer o que podia ou não fazer. Tomada pela raiva, ela colocou as duas mãos sobre o peitoral dele e o empurrou para o lado. Surpreso pelo gesto dela, ele não teve tempo de reagir.

Colocando-se de pé, arrumando seu roupão e caminhando de um lado ao outro pelo quarto, ela põe-se a falar.

- Luca, eu não sou seu brinquedo ou sua propriedade. Eu sou sua esposa e mereço respeito, não é me dando ordens que o nosso relacionamento vai pra frente. Eu sei que as coisas estão confusas. Você me deixa confusa. Uma hora me trata friamente e na outra invade meu quarto e saqueia minha boca. Não consigo te entender. Nossos problemas não vão se resolver com simples beijos. Okay, não foram meros beijos, mas você não pode ir entrando aqui e ...

Seu discurso é cortado por um ronco profundo. Parando, ela gira seu corpo e fita seu marido sobre a cama dormindo e roncando.

-Ele só pode está de brincadeira comigo! –bufando de frustação ela diz. 

Quando a chuva passar...Onde histórias criam vida. Descubra agora