Capítulo 18 - Amor cruzado

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Chat Noir pulou na sacada de Marinette com a destreza que lhe era peculiar. Bateu duas vezes no alçapão que dava acesso ao quarto da garota, contudo não obteve resposta. Resolveu abrir e entrar, descendo a pequena escada de acesso.

- Princesa? Está acordada?

Não havia ninguém no quarto. A casa parecia silenciosa, o que ele achou estranho, pois ainda eram nove e meia da noite.
Chat decidiu perambular um pouco pelo quarto enquanto a esperava. Provavelmente não demoraria a voltar. Começou a reparar os detalhes do cômodo que ele já se habituara a visitar.

Suas fotos como Adrien ainda estavam dispostas nos mesmos lugares, nas paredes e no porta retrato.
Ele sorriu. Se ela ainda não havia tirado as fotos era porque ainda sentia algo por ele.
O felino ficou surpreso quando viu alguns recortes de jornais onde ele estava ao lado de lady Bug como Chat Noir. Aquelas fotos não estavam ali antes. Ele sentiu uma pontada no peito. Lembrou-se do que Plagg lhe dissera. Será que ela estava com o coração dividido, assim como ele?

Ouviu o barulho de alguém subindo as escadas e a porta do quarto se abrir. Quando Marinette entrou no cômodo, o gatuno perdeu o fôlego. Ela estava apenas com uma toalha enrolada no corpo, os cabelos negros como a noite estavam presos em um coque frouxo no alto da cabeça, deixando a mostra o pescoço e os ombros nus. O pedaço de pano rosa mal cobria o belo par de pernas bem torneadas. Chat sentiu a temperatura do ambiente subir consideravelmente. Aquela toalha deveria ser de quando Marinette ainda era criança porque simplesmente não tampava quase nada do corpo curvilínio da garota. Ela não o viu de imediato, mas assim que virou-se em direção ao armário estacou.

- Chat! – Pôs a mão no peito, os olhos azuis arregalados – O meu Deus! Você quer me matar?

Marinette viu que o gatuno ficara paralisado e os olhos verdes estavam pelo menos um tom mais escuro do que o normal. O rosto com um leve rubor e a boca entreaberta como se ele quisesse falar alguma coisa, mas não conseguia. Sentiu o olhar dele percorrer toda a extensão do seu corpo e só então ela se deu conta de que a única coisa que a cobria era uma minúscula toalha rosa.

Sentiu seu rosto esquentar e o corpo estremecer com aquele olhar.

- Chat... V-você p-poderia subir e me esperar lá em cima?

Ele mal conseguia se mover, mas tentou se recompor o melhor que podia.

- Claro... – murmurou com a voz rouca. Subiu as escadas sem dizer mais nada. Nenhuma piadinha ou galanteio saíram da boca do loiro naquela hora. Estava ocupado demais com a difícil tarefa de voltar a respirar.

Ele chegou à sacada e sentiu o vento frio da noite parisiense bater em seu rosto. Recostou-se na grade tentando ainda controlar as batidas descompassadas do coração. Suas mãos tremiam.
Oh céus, estava perdido! Aquela visão de Marinette apenas de toalha era algo que não sairia de sua mente tão cedo e lhe custaria mais algumas noites sem dormir.

Enquanto isso Marinette tentava se acalmar no quarto. Alem do susto que tomara quando percebeu a presença de alguém no quarto, não pode deixar de perceber o desejo nos olhos de Chat Noir, fazendo com que seu próprio corpo reagisse aquele olhar...

Trocou de roupa e desceu para a cozinha, precisava de um pouco mais de tempo para voltar a encarar o loiro com o mínimo de sanidade.

Depois de alguns minutos, Chat pensou que ela não subiria mais. Já estava em uma luta interna cogitando se descia no quarto de novo ou ia embora, quando ouviu o alçapão se abrir.

Marinette subiu com duas xícaras de chocolate quente, uma manta e um cobertor.
Ele foi até ela ajudando a trazer as coisas.

- O que é tudo isso? Vai dormir aqui em cima? Ou não quer que eu desça para seu quarto de novo? – Ele alfinetou olhando-a divertido. Já havia conseguido se controlar

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