Capítulo 34 - Não importa quanto tempo, nunca é suficiente

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Aquela semana estava se arrastando, pensou Adrien, que antes das oito da manhã já estava de banho tomado e arrumado para mais um dia em que precisava cumprir seus compromissos de trabalho. Aquela era a primeira semana das férias de Natal e o loiro queria aproveitar para descansar e passar mais tempo com a namorada, já que tinham apenas duas semanas antes de retornarem as aulas. Porém estava sendo difícil se encontrarem. Adrien tinha várias sessões de fotos agendadas para as campanhas publicitárias de final de ano. Já estavam praticamente na semana do natal e sua agenda ainda estava cheia. Tudo para alimentar a indústria da moda, o comércio e o consumismo tão explorado naquela época.

Quando não eram os inúmeros compromissos do modelo, era Marinette quem estava atarefada ajudando os pais na padaria. Havia bastante movimento por lá também no final do ano. E eles tinham muito trabalho com as variadas encomendas de panetones, doces e bolos.
Nem mesmo Hawk Moth havia cooperado para que os dois se encontrassem! Nada de akuma naqueles dias. Deve ser o espírito de natal que deixa as pessoas menos irritadiças e menos propensas aos akumas, pensou. Também poderia ser uma nova artimanha do seu inimigo. Será que os poderes dele também estariam sendo aperfeiçoados? Afinal, Governant tinha sido um adversário muito poderoso e dera trabalho aos heróis. Mesmo sabendo que na verdade eles estavam fracos e fora de equilíbrio quando o enfrentaram, Adrien achava que aquela magia que o colocara em coma profundo era um tipo de poder muito além do que já haviam enfrentado antes. O loiro suspirou, preferindo não refletir muito a fundo sobre o assunto naquele momento.

O fato é que já era quinta-feira e Adrien só havia conversado com sua princesa por telefone. Ele evitara fazer visitas a Marinette desde domingo, porque havia prometido se comportar e seria muito difícil cumprir sua promessa indo visitá-la em seu quarto tarde da noite usando-se de seu alter ego. Ainda não confiava muito em si mesmo naquelas circunstâncias, então era melhor não arriscar...
Desceu para tomar café com Plagg já devidamente acomodado em seu casaco. Enquanto se sentava a mesa ficou pensando em como conduziria seu namoro com Marinette. Afinal ele não tinha experiência nenhuma no assunto e muito menos com quem conversar. Nino, seu único amigo, em quem tinha confiança para partilhar algo do gênero sabia pouca coisa além do que ele mesmo já sabia e também estava vivendo aquela nova experiência com Alya. Portanto, Adrien teria que se virar, mas só tinha uma certeza, queria fazer tudo certo com Marinette, ela merecia o melhor namorado do universo e era isso que ele pretendia ser, pelo menos pra ela. Por isso pedira permissão aos pais dela para namorá-la. Não iria começar um relacionamento escondido sabendo do bom convívio que ela tinha com os pais.
Ele era louco por ela e faria tudo para mantê-la do seu lado e feliz. Eles conversavam por horas ao telefone e a cada dia iam se conhecendo mais. E a mesma sintonia que tinham quando estavam transformados nos heróis de Paris, estavam adquirindo em suas formas civis. Conhecer os gostos um do outro, preferências e particularidades era algo fascinante. Aos poucos eles iam descobrindo as coisas que tinham em comum, como estilo musical, lugares preferidos e hobbies. Tinham diferenças é claro, de gostos e opiniões, mas isso só tornava tudo ainda mais interessante.

Ouviu passos se aproximando e seus pensamentos foram interrompidos pela chegada de ninguém mais ninguém menos que seu pai Gabriel Agreste.

- Bom dia Adrien! – ele o cumprimentou e sentou-se a mesa para o café. Adrien não poderia estar mais surpreso. Há quantos dias não via o pai? Quatro, cinco? Não sabia dizer...

- Bom dia pai! – respondeu calmamente antes de bebericar seu café

Gabriel pareceu perceber a surpresa do filho e suspirou com pesar

- Filho... Desculpe-me. Eu sei que andei muito ocupado essa semana com o trabalho. Acabei tendo que participar daquela reunião no domingo e em decorrência disso fiquei a semana toda atarefado.

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