A carta - Alistair

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  Música tema do capitulo: It's you, Ali Gatie.

  Um dia desde a postagem do blog se passou e todos continuam malucos. Raven venceu a votação com pouco mais de sessenta porcento à frente da Cupido. Todos ficaram desesperados pela próxima postagem que deve sair pouco antes do almoço.

  Os conselhos da Maddie foram muito úteis, eu ainda estava planejando escrever uma carta para a Bunny, só me faltava a coragem. Passei as duas primeiras aulas tentando definir tudo na minha mente, por isso levei várias broncas dos professores.

  A hora do almoço chegou rápido, sai das sala e andei até o refeitório, assim que cheguei vi muitos alunos vidrados nos seus espelhofones, deviam estar esperando próximo postagem do FPS. Ao encontrar a mesa onde estava Lizzie, a Kitty, a Maddie e Bunny, sentei-me com elas.

Me sentei perto da Bunny (Não foi de propósito, só tinha esse lugar), coloquei minha bandeja sobre a mesa e cumprimentei minhas amigas. Não estava ouvindo nada da conversa delas, estava totalmente perdido em pensamentos. Eu estava tão distraído que só ouvi Lizzie me perguntar:

- Não é, Alistair?

- Quê? É... É! - Respondi, olhando para ela rapidamente - O que é mesmo?

- É sério que você estava ouvindo a nossa conversa? - Perguntou Lizzie, em tom ofendido - Nós estávamos comentando sobre a nova postagem do blog FPS...

- E se me permite dizer, estou começando a admirar essa tal Duquesa, nunca vi ninguém causar tanto discórdia tão bem... - Comentou Kittie, com seu costumeiro sorriso maroto.

- Eu não. - Respondeu Bunny, meio incomodada - O que a Duquesa escreveu prejudicou muito à Raven, Cupido e Dexter, não a conheço, mas não gosto dela, não gosto de quem gosta de fazer fofoca dos outros.

É, ela tinha razão. Nisso eu concordei, mas ouvi mesmo assim sobre o que tratava a fofoc... digo, o assunto de hoje.  A Duquesa disse que o Daring não é o príncipe da Apple (algo que todos já sabiam), e sim da Rosabela, e pelo que eu vi a Duquesa fez questão de provar isso, colocando uma foto deles se beijando nos corredores.

Claro que não é tão chocante quando o assunto de ontem, mas era só o que estava na boca do povo. Ah, e o Daring sequer será Príncipe e sim a fera.

- Como estão eles? - Perguntou Bunny, olhando em volta.

- Não sei, mas o mais afetado deve ser o Daring, deve ser humilhante o seu destino levando em consideração o ego dele. - Respondeu Lizzie, conferindo suas cartas.

- Ainda sim, concordo com a Bunny e acho errado ela expor a vida dos outros assim. - Comentou Maddie, brincando com sua ratinha.

- E você o que acha, Alistair? - Perguntou Bunny, me encarando com aqueles radiantes olhos verdes.

- Hã? Eu... Eu... sei lá. - Respondi, da maneira mais estúpida que podia, pois estava distraído, mas desta vez encarava a Bunny sem perceber.

- Você tá muito distraído hoje? Tá com a cabeça aonde? - Perguntou Bunny, dando uma cotovela de leve.

Senti minhas bochechas esquentaram e instantâneamente virei o rosto, respondendo apenas:

- Em lugar algum, eu só... estava pensando... - Voltei a olhá-la, sem corar.

Bunny pareceu que ia falar algo mais, porém desistiu. O sinal tocou, já era hora de voltar para as aulas. Levantei depressa e saí andando pelos corredores. Percebi que Bunny me acompanhava, não disse nada e esperei que ela falasse algo.

- Tem alguma coisa te incomodando? - Perguntou-me, dando passos curtos ao meu lado.

- Não... Não. De jeito nenhum. - Respondi, olhando de canto, eu estava totalmente sem jeito.

- Você está muito distante...  parece preocupado. Tem alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar? - Ela me puxou, me fazendo ficar à sua frente.

- Não, não nada de errado... mas obrigado mesmo assim. - Respondi, feliz por ela se importar.

Ela inclinou a cabeça para o lado, dobrando uma orelha, não estava convencida com minha resposta. Ela estava terrivelmente linda neste dia em particular, poderia passar horas e horas a encarando, mas o sinal tocou pela segunda vez e eu disse:

- Nos vemos depois. - E saí a passos largos.

Não tenho mais o que dizer do restante das aulas, elas passaram rápido. Quando terminaram e fui direto para o meu dormitório, ao chegar como não vi o Chase (ele provavelmente devia estar na aula na aula de salvar donzelas em perigo ou algo assim), aproveitei para me sentar à escrivaninha e começar a escrever a carta.

Peguei a pena e um pergaminho e escrevi as duas primeiras linhas, como detestei o que escrevi, amassei o pergaminho e joguei no lixeiro. E isso se repetiu umas quinze vezes.

Deixei tudo de lado e escondi o rosto nas mãos. O que devo escrever? Como começo a dizer o que sinto? Lembrei-me dela, de cada feição, de cada qualidade e defeito, de cada momento que tivemos juntos.

No dormitório vizinho começou a tocar uma música que eu conhecia bem, e parei para ouví-la.

It's you
It's always you
If I'm ever gonna fall in love

I know it's gon' be you

Mal bastou ouvir esses versos e peguei a pena outra vez, já sabia o que escrever, as primeiras linhas eram assim:

Querida Bunny,

É você. Sempre foi você. Eu sempre soube que se algum dia eu me apaixonasse seria por você [...]

O restante da carta foi fácil de escrever,    foi quase como respirar. Ao terminar de escrever, reli uma, duas, e três vezes a carta, estava boa e não encontrei muitos defeitos. Agora me surgiu outra dúvida, como eu iria entregá-la?

Enquanto pensava nisso, a música continuava a tocar ao fundo.

It's you
It's always you
Met a lot of people
But nobody feels like you





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