O amor indesejado

𝙈𝙚𝙙𝙤𝙨 𝙚 𝙞𝙣𝙨𝙚𝙜𝙪𝙧𝙖𝙣𝙘̧𝙖𝙨.

No dia seguinte, Aang e Toph voltaram para a tribo da água para novamente tentar convencer Katara a ajudá-los, e para a surpresa de todos, Zuko concordou com o plano, era um jeito mais rápido de se aproximar de Katara e ganhar a confiança dela. Já haviam pousado com o Appa. Aang avistou Yue se aproximar com um leve sorriso em seus lábios.

- Aang. Que prazer em revê-lo.
- Princesa Yue. — Reverenciaram. — Por acaso você viu a Katara?

A princesa levou um choque ao se lembrar que na noite passada, Katara e Sokka haviam ido para a nação do fogo.

- N-não... eu não vi ela. — Desviou o olhar.
- Está mentindo. — Toph cruzou os braços.

No mesmo instante, Zuko e Aang olharam para Toph, pareciam desacreditados com o que acabaram de ouvir. Não é comum uma pessoa saber quando está mentindo ou não, sem ter sobra de dúvidas.

- Eu não estou não..
- Eu sei que está, princesa. Seu coração está pulsando muito rápido para quem está dizendo a verdade.
- As vibrações.. — Sussurrou Zuko para si mesmo.

Yue não sabia aonde enfiar a cara, o que falar e nem o que fazer. Deveria contar a verdade? Mas eu prometi a Katara que não diria nada a ninguém. Acho que nesse caso não tenho escapatória. Perdoe-me Katara.

- Está bem. — Suspirou olhando em volta. — Katara e Sokka foram embora ontem a noite.
- Para onde?? — Aang.
- Para... — Olhou para Zuko lentamente, como se quisesse dizer algo.
- Para a nação do fogo.. — Zuko. — O que ela foi fazer lá?? Ela só pode estar maluca!
- Ela ouviu a conversa do pai dela, que ele faria vingança de qualquer jeito, mesmo ele tendo prometido a ela que não faria mais. Ele mentiu, e Katara não gostou nada disso.

Zuko alisava seus cabelos negros para traz, pensando em quantas possibilidades poderia dar errado se Ozai a pegasse. Eu seria um incompetence? Que ela precisou ir lá para ele conseguir o que quer. Droga.. e se machucarem ela? Espera.. não deve se preocupar com ela Zuko, ela destruiu sua nação.

- Precisamos ir agora! — O príncipe nem deu chance de falarem nada, apenas foi para o bisão.
- Se o senhor do fogo a pegar.. — Aang engoliu seco. — Muito obrigado princesa Yue. — Reverenciou.
- Cuidem dela.. por favor.

Aang despediu-se e foi para o bisão junto a Toph, ele estava cheio de paranóias. Sua preocupação com Katara parecia ser maior do que a de qualquer um dali, mesmo que não tivesse conversando tanto com a garota, ele de alguma forma se prendeu a ela. Era estranho.

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Katara

Katara observava o pouco que dava do fundo do mar,  novamente, se perdendo em seus devaneios. Sua cabeça latejava de medo e insegurança. Era uma nação inteira contra uma dobradora de água. O que ela poderia fazer? Inundar novamente a ilha? Katara nem era capaz de criar uma onda grande, quem dirá um tsunami. Já faziam duas horas de viagem, sua barriga já estava doendo, suplicando por um alimento, mas ela não queria parar de forma alguma, estavam quase para chegar.

- Katara.. o que pretende fazer?
- Eu não sei Sokka. Mas eu preciso dar um jeito de acabar com isso de uma vez. — Suspirou. — Mas precisamos nos camuflar no meio deles. Eu darei um jeito.

Sokka deu de ombros e continuou remando.

- Argh! eu estou com tanta fome! — Gritou, fazendo Sokka a olhá-la assustado. — Estou com medo, com insegurança! Somos nós contra uma nação toda!

Ondas leves começaram a surgir.

- Se a mamãe estive aqui, nada disso estaria acontecendo!
- Katara..
- É tudo culpa daqueles malditos! — Movimentava seus braços ao mesmo tempo que falava.
- Katara da uma olhada..
- Não vem agora não Sokka! Não estou com paciência para as suas brincadeirinhas idiotas!
- Katara! O Aang!

A garota olhou rapidamente para onde Sokka estava apontando no alto, e lá estava o Appa, o bisão de Aang. Eles não vão me atrapalhar, não agora que estou prestes a entrar. A princesa dobrou a água para que o barco encostasse na areia. Seguidamente correram para a pequena estrada que dava direto a porta de entrada da cidade.

- Sokka, o carrinho! — Avistou um senhor com uma carruagem de cabine.
- Ah tá, boa ideia Katara. Vamos parar ele e pedir carona.
- Não é carona, idiota! — Puxou levemente sua orelha.
- Aí! — Massageou o local.
- Parece ser cabine de roupas.. ótimo! Matamos dois coelhos em uma cajadada só.

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Aang.

- Parece estar bem nervoso, né senhor zangado. — Toph.
- An.. claro. Se pegarem ela, eles vão matá-la.
- Olha que lindo.. amor a primeira vista.
- Ah não me enche! — Virou o rosto bufando de raiva, enquanto Toph ria em deboche.
- Gente! Achei eles. — Apontou para o barco, que estava parando na areia.
- Calma aí cabeça de vento, não quer que os outros vejam o seu magnífico bisão né? — Toph.
- É.. você tem razão.

Aang desceu com o Appa atrás de uma rocha grande que havia ali perto.

- Pessoal, achei algo que vai gostar. — Toph apontou para a carruagem de roupas.

Então todos se vestiram e foram direto para o portão, era até engraçado de se ver todos com o uniforme da nação do fogo.

- Quem são vocês? — Guarda.
- Guarda, eu sou o príncipe Zuko. Minha entrada é permitida.
- Eles estão com você?
- Estão.
- Hmm.. podem entrar.

Deram espaço para que entrassem, então assim fizeram.

- Aonde será que eles estão? — Aang se perguntou.

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Katara

- Eu estou horrorosa nesse vestido!
- Para de reclamar e vamos ao que interessa.
- Tem razão, Sokka.
- Espera.. o que disse? — Perguntou convincente com uma expressão de deboche.
- Tem razão, Sokka! — Riu. — Agora vamos!
- Um milagre aconteceu! — Ergueu os braços ao céu.
- Ah deixa de ser idiota e vamos logo! — Riu novamente e começou a andar.

Eram muitas pessoas naquela cidade, Katara já nem sabia mais aonde ficava o castelo de Ozai. Seu passos eram apressados ao meio da multidão, assim como seu olhar que percorria a qualquer canto, procurando qualquer pista. Sem perceber, acabou por esbarrar em alguém, parecia ser um rapaz bem alto.

- M-Me desculpe, eu.. — O rapaz se imobilizou ao olhar o pescoço da morena, parecia enfeitiçado.
- An... Ta tudo bem?
- Não me diga que se apaixonou? — Sokka.

A princesa seguiu seu olhar, até perceber que não havia tirado o colar que sua mãe havia lhe dado, ele era azulado e continha o símbolo da tribo da água. Agora entendi, eu devo dizer... estamos ferrados?

- Se pensar em con..
- Ei, tire isso do seu pescoço antes que alguém veja. — Interrompeu Katara enquanto olhava para os lados.

A morena e seu irmão trocaram olhares de alívio, não estavam acreditando que em meio de tanta gente achamos uma pessoa boa. Rapidamente esta retirou seu colar, o colocando sobre seu bolso.