Cherry in the Desert

Decisões e toques

Cherry in the Desert

Seus olhos rolavam pela sala de estar, observando o homem que a acolheu como filha, conversar com seus sócios pela tela do computador. Juntou as mãos no colo, com receio do que aconteceria com si própria. Sua mãe, a doce Mebuki, preparava juntamente com Obito a janta, que fez questão de preparar. Seu sorriso era forçado, a jovem rosácea sentia os músculos de sua face fisgarem devido ao longo período que forçou seus lábios.

Puxou o ar para seus pulmões, soltando logo em seguida, em uma forte lufada. Passou a ponta de seu indicador pelo tecido de seu vestido, com a certeza de que escutaria meia hora de bronca, merecida, é claro. Sua imprudência a levou a estar nesta situação, completamente desagradável. Ter sua intimidade exposta refletiu diretamente em sua vida acadêmica.

Seu medo, não era que Mebuki descobrisse, mas sim, de ver Madara decepcionado. Continuou a análise silenciosa em seu vestido, até sentir os olhos escuros sobre si. Engoliu em seco e ergueu seu rosto, olhando para o mais velho.

— Não preciso perguntar como aconteceu, pois está bem óbvio, mas sim, como você se sente? — A voz grave se arrastou pela sala, chegando nos ouvidos da rosácea, que suspirou — Filha?

Escutá-lo lhe chamar de filha foi a gota d'água para Sakura, que se levantou brusca e correu para abraçar o mais velho. A jovem encostou a cabeça nos ombros largos, e chorou, como uma criança que perdeu seu brinquedo favorito.

— Eu sinto muito, muito mesmo — fungou controlando as lágrimas. — Está chateado?

Madara levou a mão até os cabelos róseos, massageando delicadamente os mesmos.

— Não, por mais que seu ato inesperado tenha me pego desprevenido, você não tem culpa por confiar em alguém.

— Gaara afirma que não fez nada — contou se afastando do Uchiha. — Devo dar um voto de confiança?

— Todos temos direito à dúvida, mas ele não vai se livrar de mim, pelo menos nem tão cedo.

Achando graça da declaração, A rosada riu, aliviando um pouco a tensão que sentia.

— Ele já deve estar a caminho, Sasuke foi buscá-lo — Relatou.

— Pois bem, espero ansioso pela sua chegada.

Com um sorriso nervoso, se levantou e foi andando até a escada, olhou para trás observando Madara rir.

— Qual é a graça? — perguntou confusa, em seus lábios um bico infantil havia se formado.

— Itachi não está no quarto, ele foi com Sasuke — Seu sorriso se alargou, ao observar as caretas engraçadas que a jovem fazia.

— Shannaro! — Resmungou constrangida, por ter sido pega no flagra. — Vou à cozinha.

Avisou já saindo da sala, desejando que seu pai não a perturbasse com o que viu. Chegando ao cômodo espaçoso, puxou o ar para seus pulmões, apreciando o aroma delicioso. Olhou para seu melhor amigo atrapalhado, que tentava roubar um pedaço de carne.

Sentiu seu peito aquecido com a cena, saber que ela e sua mãe eram queridas, a deixava feliz.

— Já pode sair daqui, Obito. Eu irei ajudar no preparo — pronunciou de braços cruzados, com as costas apoiadas na parede — Bora meu filho!