Capítulo 2

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Lucas

Por mais festeiro que eu fosse, eu odeio ser atrapalhado no meu trabalho, principalmente quando estou no meio de uma investigação contra o combate de tráfico de drogas no aeroporto da capital.

Mas nada, absolutamente nada, impedia a minha mãe de fazer escândalo. Quando eu disse para dona Sofia que eu não iria para competição idiota dos amigos da meia idade lá no outro lado do mundo, ela ameaçou invadir a delegacia. Então eu como um bom policial sensato que sou, optei por fazer essa investigação a distância por uns dias.

A única coisa que me motivou a vir a essa coisa, foi o reencontro dos meus amigos, Emre, Emir, Rafa, Aslan e Ayla. Porque de resto, eu pretendia me manter muito distante, principalmente da diaba terrorista Seda Bolat, no qual eu conservo um ódio profundo desde a infância.

Assim que cheguei na Turquia diferente do meu pai e minha mãe, fui direto para balada perto da casa do tia Eda e do tio Serkan. Infelizmente não consegui evitar a vinda de Izzy, pois a garota era a xérox da minha mãe, ou seja, ela não sabia ser contrariada, assim como certas pessoas desse país.

Mesmo eu exercendo meu posto de irmão mais velho não consegui impedir que ela entrasse no meio dos jovens bêbados para ficar dançando como uma descontrolada. No entanto, eu estava tão irritado devido a tudo que me aconteceu: a viagem, a tensão no meu trabalho, o meu encontro com o diabo... Que no momento, eu só queria encher a minha cara e esquecer a merda desse lugar.

Contudo, minhas habilidades de observação excessiva devido ao meu trabalho, me impediram de manter a minha serenidade, logo sentado no bar, enquanto minha irmã se divertia, escutei a conversa imbecil de uma garota ao meu lado.

- E aí gato vem sempre aqui?

O cara trabalha no bar e a garota ainda pergunta se ele trabalha aqui. Que idiota.

- Sempre gata, eu trabalho aqui

Ele é mais esperto que a moça pelo menos.

- Nossa se eu soubesse que esse bar estava tão bem frequentado, eu teria vindo mais vezes.

Muito clichê, com certeza possuía péssimas táticas para conquistar um cara e veio justamente para o bar descolar uma bebida de graça, uma típica patricinha de Istambul.

- Para mim, você pode vir todos os dias, eu não me importaria. Só por isso a primeira bebida é por conta da casa, você merece uma por ser tão linda.

O papai cortou a mesada e com certeza a donzela veio festejar com os amigos sem dinheiro.

- Eu quero um Sex on the Beach por favor.

Pelo amor de Deus, nem para pedir algo mais forte, como um uísque puro, uma tequila. A menina escolhe um drink com groselha, pêssego, laranja e vodca.

Péssimo. Com certeza não tem costume de beber.

- É pra já. -O Barman virou para preparar a bebida e eu aproveitei a oportunidade para tirar uma com a cara dela.

- A cantada, uma merda e a bebida pior ainda. Ai, ai, típico de uma patricinha de Istambul.

Eu optei por usar minha língua materna, já que possivelmente a garota não conhecia português, por isso mesmo, ela não iria retrucar.

Pois, caso ela tenha entendido, falaria coisas como: Seu bruto! Grosso! e blá, blá, blá.

No entanto, eu me surpreendi.

- Péssimo estereótipo e falta de repertório, típico de um intrometido que não sabe cuidar da própria vida.

Seu timbre autoritário, me irritou mais do que esperava, logo virei para questionar a mulher que ousava me insultar sem ao menos me conhecer e ainda usando a minha língua materna.

Paixão InesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora