Capítulo 3

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Seda

O fato de desde pequena eu me preocupar excessivamente com trabalho, fez com que eu adquirisse o mesmo temor que o meu pai: O medo de cometer erros.

O meu lado perfeccionista me impedia de pensar em outras possibilidades das criadas em minha cabeça, o que de certa forma, atrelada ao meu lado teimoso, rendeu em muitos conflitos no meu período escolar e posso dizer, que no trabalho também.

Com o passar dos anos, minha mãe me ajudou a entender a importância de receber ajuda das pessoas e atualmente eu aprendi a ser um pouco mais flexível.

No entanto, deixei de aprender hoje.

Ontem devido a torção do meu pé, eu acabei depois de muita insistência de Lucas deixar ele levar as pistas para delegacia, mas  antes dei uma recomendação bem clara: Que ele entregasse apenas para o Cem ou Demir.

Contudo, a raiva que me dominava nesse momento só sinalizava o erro que cometi por ter deixado esse asno ter um sinal de confiança. Eu pensei realmente que Lucas havia deixado de ser um imbecil, mas eu me enganei.

Tudo começou quando eu acordei com uma inquietação estranha que acabou se acalmando depois de uma longa conversa com a minha mãe e claro, depois do surto do meu pai e irmão devido a minha torção.

-  Seda já tomou o remédio?- Aslan perguntou sentado no pé da minha cama.

-  Eu não sou um bebê Lan, claro que já tomei.

Meu pai analisou meu pé e depositou cuidadosamente na almofada.

-  Eu não estou convencido que ainda não precisará de fisioterapia. -Semicerrei os olhos com a paranoia do senhor Bolat. 

-  Serkan, Lilith disse que não vai precisar, fique tranquilo-Minha mãe contou da porta do meu quarto.

-  Quem fez isso mesmo, Seda? -Meu pai perguntou ajeitando sua gravata em sua vestimenta formal de toda vida.

-  Eu já disse que Lucas me assustou, foi sem querer, aconteceu. - Meu pai só faltou estrangular o tio Mateo e Lucas ontem pelo meu pé roxo.

-  Eles só brigam desde pequenos, quer mais o quê? Onde tem confusão tem Seda e Lucas. -Meu irmão comentou e meus pais se entreolharam.

-  Isso não pode estar certo, justo ele Eda? Não, eu vou surtar, eu definitivamente vou ter um colapso nervoso.

Meu pai desde o momento que eu e Lucas proferimos nossa declaração de ódio na frente de todos ele anda muito estranho, como se a qualquer momento eu fosse convidar aquele imbecil para fazer uma visita ao cartório. 

-  Serkan, por favor meu amor se controla, vamos dar tempo ao tempo -Minha mãe entrou no quarto e empurrou o meu pai e meu irmão para fora.

-  A mãe nunca deixa a gente ficar atrás da Seda, eu nunca vi isso. -Claro, os dois eram praticamente meus seguranças.

-  Espera Eda, Denguinho nada de trabalhar hoje. Trate de ficar aqui. -Mal ele sabe que debaixo da coberta eu já havia tirado meu pijama e estava de jeans.

-  Claro pai-Minha mãe me encarou suspeita e assim que os dois saíram ela caminhou na minha direção.

-  Eu sei que você vai. Você é teimosa igual a mim e extremamente dedicada ao trabalho igual o seu pai. -Ela sorriu acariciando meu rosto - Mas por que você está com essa cara? Aconteceu alguma coisa entre você e o Lucas?

Minha mãe me conhecia como ninguém mesmo Ayla sendo minha melhor amiga, tem coisas que eu só conseguia contar para minha mãe, eu nunca escondi nada dela e talvez nunca conseguiria.

Paixão InesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora