5. Jogo
Depois daquele encontro no banheiro, foi como se Sasuke o visse em todos os lugares.
Não era intencional. Ele apenas andava pelos corredores, às vezes procurando algo para o trabalho, às vezes chegando à escola, às vezes saindo da sala da Tsunade. E, quando percebia, lá estava ele.
Naruto.
Sasuke não sabia se o garoto já o havia visto, mas esperava que não.
Eles nunca se encontravam diretamente.
Na maioria das vezes, Naruto estava acompanhado de seus amigos (alguns que Sasuke reconhecia do parque, outros não).
Ele escutava sua voz aguda, animada, e sua risada contagiante; e, quando via, lá estava ele. Com seu cabelo loiro, seus olhos azuis e suas ataduras na bochecha.
Seus olhares nunca se encontravam.
Normalmente, Naruto estava de costas. Falando e falando, fazendo os outros rirem com suas histórias que mais pareciam mentiras para Sasuke.
Em outras vezes, ele estava deitado no pátio, sozinho e olhando para cima, lá pelas sete horas da noite, com o colégio quase fechando.
Foram duas semanas assim, observando-o de longe. E seu primeiro mês de férias se foi.
Sua pesquisa, agora com uma nova hipótese que estava representada na maquete de papel higiênico, continuava na mesma.
Sasuke tirou as horas de caminhada pelo quarteirão e passou a ir ao colégio logo depois do café. Almoçava lá, mas não no refeitório (apenas pegava a comida).
Havia gente demais. E ele não queria que as pessoas soubessem que estava ali.
Depois disso, ele ia ao seu laboratório, que a cada dia parecia mais cheio de livros, papéis e quadros negros com cálculos; e ficava lá até três horas da tarde, quando voltava ao refeitório para comer o café da tarde.
Chegava em casa sete e meia da noite, com a cabeça doendo.
Com o passar dos dias, Sasuke foi percebendo a rotina de Naruto de uma maneira inconsciente: ele o via na fila do almoço e nunca se sentava com as mesmas pessoas dois dias seguidos. No café da tarde, quando havia muito menos gente na escola, ele comia sozinho nas escadas que levavam à diretoria. E, às setes horas, quando Sasuke saia pela porta do seu laboratório, ele estava deitado no pátio, olhando para o alto.
Talvez Naruto já o tivesse notado, principalmente quando eram sete horas e Sasuke estava indo para casa. Mas, se o fez, nunca se manifestou.
Porém, não era como se Sasuke ficasse apenas pensando nele durante aquelas duas semanas. Muito pelo contrário. Ele só se via pensando nisso quando ouvia a sua voz aguda ou quando podia vê-lo de algum lugar. Mas, como isso acontecia todos os dias (exceto nos finais de semana), era frequente que tivesse pequenas reflexões sobre a sua vida. E, por mais que não fosse admitir, fazia suas próprias teorias.
No começo, quase nunca tinha esses pensamentos. Com o passar do tempo é que isso foi mudando e uma pequena sensação de curiosidade surgiu.
Naruto estava sempre sorrindo. Um sorriso largo e divertido, ou, quando estava sozinho, uma pequena curva dos lábios para cima.
Ele fazia parte dos times de vôlei e handebol, além de participar das corridas de revezamento. Ouvira-o conversar sobre isso no corredor com Kiba. E fazia todos esses esportes para poder ficar na escola sem morrer de tédio.
Sasuke não sabia o porquê dele ter de ficar lá. Nunca conversaram sobre isso quando estava por perto.
Na sua cabeça, provavelmente deveriam ser problemas familiares. Quase sempre era isso.
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EQUAÇÃO BÁSICA - narusasu. (FINALIZADA)
FanficSasuke era uma das crianças prodígio. Considerado um gênio desde os cinco anos, quando resolveu um complexo exercício de Física da mecânica quântica da faculdade de seu irmão mais velho, ele era mundialmente famoso. Por isso, entrar para a MIT com a...