Minho, Prova Fase 3
Três dias se passaram desde que eles chegaram nos Bergs do Cáustico, e Minho estava quase a ponto de enlouquecer. Ele fora mantido em um pequeno dormitório com comida de sobra e absolutamente nada para fazer. Já tinha enjoado de contar as fileiras no papel de parede e imaginar rostos nos contornos serpeados do teto. E não ouvira nada sobre Thomas ou seus outros amigos.
Na manhã do quarto dia, o Homem Rato apareceu na porta com dois guardas armados. – Siga-me – ele disse.
– Sem abraços e beijos? – Minho perguntou. – Senti falta da sua cara feia.
– Siga-me ou será baleado – sua expressão dura como pedra não dava brecha alguma.
Minho suspirou e obedeceu a ordem. Ele não estava a fim de ser alvejado naquele dia. E se fosse honesto consigo mesmo, qualquer coisa seria melhor do que ficar sentado naquele cômodo por mais um segundo. Minho seguiu o Homem Rato pelo corredor comprido e em seguida pela pequena câmara que levava a várias portas marcadas.
– Você está na sala número oito – o Homem Rato anunciou. Ele gesticulou para a porta marcada #8. Eles permaneceram em silêncio até que Minho perguntou. – Ah é? E o que eu tenho que fazer ali dentro?
– Um simples teste – o Homem Rato respondeu. – Nada como as Provas de antes, isso eu lhe garanto. A sua é provavelmente a mais fácil das provas que criamos, e acho que é o menor. Você terá que responder apenas uma pergunta, e a resposta consistirá de exatamente uma palavra. Parece simples demais?
Parecia simples demais. – Você acha mesmo que eu confiaria em você um dia, cara de mértila?
– Como? – o Homem Rato perguntou.
Minho balançou a cabeça. – Juro por Deus que se você fizer mais alguma coisa comigo ou com meus amigos, eu não vou parar de lutar até a morte.
Um sorriso malicioso surgiu no rosto do homem, enfurecendo Minho ainda mais. – Eu lhe dou minha palavra que somente sua resposta ditará o que acontece. Tudo a partir deste ponto é voluntário. As Provas estão encerradas.
Minho estava tão zangado que quase tremeu. Ele sabia que não tinha outra escolha senão fazer o que lhe fora pedido, e isso o deixava louco da vida.
– Você está pronto? – o Homem Rato perguntou.
Minho grunhiu. Ele caminhou até a porta marcada com um oito e a abriu. E para sua surpresa, não havia parafernálias sofisticadas e nem máquinas complexas. Era apenas uma sala bege pequena com uma única cadeira de madeira no meio de um assoalho de piso marrom. Um quadro branco pendurado na parede oposta, e ao lado dele um homem alto, forte, vestido com roupa de cirurgia e um jaleco branco. Ele tinha o cabelo preto perfeitamente penteado e o pior bigode que Minho já tinha visto.
– Bem-vindo – disse o homem. – Meu nome é Lincoln. Sente-se de frente para mim.
A curiosidade o dominou. Minho sentou-se na cadeira, imaginando o que fazer com as mãos, até que finalmente as dobrou sobre o colo.
– Agora observe – Lincoln disse com uma voz fria, indiferente.
O homem virou-se e começou a escrever com o dedo no canto esquerdo superior do quadro, com seu toque criando uma linha vermelha brilhante enquanto redigia.
A primeira palavra que Lincoln escreveu foi Thomas. Então ele abaixou a mão um pouco e escreveu Newt. Abaixou mais um pouco e acrescentou Caçarola, e sob este Aris. O homem mudou para o outro lado e escreveu Harriet no canto superior direito. Ele desceu um pouco e escreveu Sonya. E depois Teresa.
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