Scars - Jikook

Capítulo 25

Jimin

Havia uma expressão no rosto do meu irmão que eu não tinha visto antes.

Bem, não dirigido a mim de qualquer maneira.

No segundo em que ouvi a luta, saí do banheiro e, a essa altura, a luta já havia se transformado em uma luta violenta.

Ferramentas espalhadas, punhos voando, e o som de carne contra carne revirou meu estômago.

Isso me lembrou do passado, de algo que eu nem mesmo testemunhei, mas não importava porque aquele evento não testemunhado me lembrou de uma merda maior que aconteceu naquela noite.

Merda para a qual eu estava muito presente.

Eu amava o Suga.

Eu realmente amava.

Mais do que qualquer outra pessoa neste planeta.

Mas no segundo em que vi que seu punho acertou o rosto de Jungkook, algo dentro de mim gritou.

Eu corri pela sala, esquecendo a sensação de mal estar e empurrando as memórias.

Jungkook caiu no chão e eu entrei em pânico.

Suga era uma fera.

Eu sabia exatamente do que ele era capaz.

Eu me lancei entre eles, me plantando bem na frente de Jungkook.

- Saia de perto! - Eu entoei.

De jeito nenhum essa luta iria acontecer.

De jeito nenhum eu ficaria parado assistindo.

Os olhos de Suga se voltaram para mim com surpresa, mas então ele olhou por cima do meu ombro para o homem atrás de mim.

- Não toque nele de novo, porra, Suga! - Eu gritei, trazendo seu foco de volta para mim.

Foi quando o choque tomou conta de seu rosto.

A confusão genuína de que eu o desafiaria.

Eu nunca fiz antes.

Eu o deixei lutar minhas batalhas.

Hoje nao.

Nunca mais.

Minhas batalhas agora eram minhas.

Além da surpresa, vi uma pitada de dor.

Como se ele se sentisse traído.

Eu não queria isso.

Era a última merda que eu queria.

Bem, penúltima, porque a última coisa que eu queria era Jungkook levando uma surra do meu implacável irmão.

- Que porra ele está fazendo aqui? - Suga perguntou, sua respiração pesada.

Enquanto ele me olhava, ele limpou a boca com as costas da mão.

Eu peguei seu olhar vagando acusadoramente em direção ao homem que eu estava guardando.

Avancei um pouco mais, apenas para enviar a mensagem de que não estava brincando.

Eu nunca venceria uma luta contra meu irmão.

De jeito nenhum.

Na verdade, se fosse necessário, eu provavelmente não lutaria com ele.

Mas ele não lutaria comigo também.

Eu confiava nele, mais do que em qualquer outra pessoa, e ele confiava em mim.