Capítulo 30

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Jungkook 

Eu pensei que meio que sabia. 

Eu definitivamente suspeitei de algo na maneira como ele ficou tenso quando chegamos perto. 

Mas isso... isso era pior. 

Isso era tão ruim que eu nem mesmo deixei minha própria mente ir tão longe. 

Eu só... eu apenas sentei lá e olhei para ele. 

Horrorizado era um eufemismo. 

Raiva?

Também um eufemismo maciço. 

Eu o senti olhando para mim, o peso de sua confissão. 

Eu sabia que era necessário algum tipo de resposta, mas o que diabos um homem diria sobre isso? 

— Jimin… — Eu comecei, o choque envolvendo minha voz. 

— Meu nome era Min Jihyun. — Ele cortou as palavras que eu não consegui produzir. — Eu sempre soube que era gay. — Ele olhou para mim. A expressão vazia e fantasmagórica profunda em seus olhos revirou meu estômago. — Mas eu realmente não sabia disso até o ensino médio. 

Eu balancei a cabeça, dando a ele o apoio que ele precisava desesperadamente. 

— Entendo. Eu sempre soube também. 

— Eu não contei a ninguém. Eu estava com medo. Mas minha mãe descobriu. Encontrou uma revista pornográfica idiota no meu quarto.  

Eu ri e ele olhou para cima, seus lábios inclinados e um pouco de calor derretendo seus olhos. 

Eu morreria para ver um pouco mais disso, para tirar qualquer um de seu trauma. 

— Ela me disse para não contar ao meu pai. Ela sabia o que eu era muito estúpido para ver. 

Eu balancei a cabeça, afundando de minha posição agachada e na minha bunda. 

Eu trouxe meus joelhos um pouco para que meus pés ficassem apoiados no chão, descansando meus cotovelos sobre meus joelhos para deixar minhas mãos e antebraços balançando entre minhas pernas. 

— O chão está frio. — Ele franziu a testa. 

— Estou bem. — Eu prometi, embora o interior do meu peito balançasse. 

Mesmo depois dessa confissão, ele ainda se importava o suficiente comigo para se preocupar com meu conforto. 

Ele disse que seu coração é meu. 

Puta merda, ele quis dizer isso. 

Meu próprio coração bateu rapidamente, como se eu tivesse acabado de correr oito quilômetros em tempo recorde. 

— Eu não dei ouvidos a ela. Eu era estúpido e jovem. Achei que sabia melhor. Eu marchei direto para o escritório do meu pai e disse a ele que era gay. 

— O que ele disse?

— Ele me deu um soco na cara. 

Meu corpo enrijeceu. 

Que porra de pai dá um soco na cara do próprio filho? 

Eu sabia o que era “assumir” a família e amigos. 

Eu conhecia o tipo de preocupação e medo angustiantes que esse tipo de revelação trazia dentro de um homem. 

As pessoas não eram tão receptivas e de mente aberta como gostariam que você acreditasse. 

Scars - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora