Prólogo - Sakura.

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Konoha, uma cidade completamente desconhecida por mim. Há exatamente cinco dias atrás eu estava no lugar que eu nunca deveria ter saído, Tóquio. Nesse exato momento me encontro enfiada dentro do quarto, com caixas espalhadas por todos os lados e alguns móveis por montar.

ㅡ Você precisa sair um pouco, não pode ficar o tempo todo deitada sobre esse colchão e esquecer do mundo. ㅡ Pela décima vez no dia eu estava escutando essas belas frases, isso porque eram só 10:00 da manhã.

ㅡ Mãe, eu não estou incomodando a senhora, oque te impede de me deixar em paz? De que adiantaria sair sendo que eu não conheço ninguém. ㅡ Falei tentando encerrar aquele assunto por ali, mas pelo visto não conseguiria aquilo tão cedo, mania de insistência.

ㅡ Você gosta de livros não é? Por que não vai até a biblioteca que fica no centro? Garanto que irá gostar de lá, é grandiosa.

ㅡ Como pode ter certeza? Olha mãe, eu realmente não estou a fim de sair agora, já basta me obrigar a vir pra cá, agora isso? 

ㅡ Sakura, eu só quero seu bem, você sabe que será melhor para todos nós, e você conseguirá se adaptar e fazer amigos, não se preocupe.

ㅡ Duvido. ㅡ Não falei baixo o suficiente para que ela não escutasse e soltasse um curto "desisto", saindo em passos firmes do quarto pouco claro.

Voltei a me concentrar na música, olhando as caixas medianas, pensando seriamente sobre começar aquela organização. Eu estava com muita preguiça, mas por outro lado, o quanto antes eu terminasse, mais rápido eu conseguiria dormir em uma cama decente, não mais em um fino colchão de espuma.

As prateleiras aéreas já estavam montadas e penduradas, com certeza teriam um destaque a mais no quarto em rosa escuro. Livros e mais livros, um amor por cada um, não vendo, não troco, não empresto.

Olhei pela grande janela de vidro, o dia estava bonito, algumas nuvens de chuva espalhadas por todo o céu, mas o sol estava incrivelmente de rachar, então esse era o clima de Konoha? Que merda… 

Escutei baixos toques na porta, já imaginando quem seria.

ㅡ Filha, será que podemos conversar? 

ㅡ Claro. ㅡ Respondi ao meu pai, que parecia preocupado, e eu já sabia com o'que. ㅡ Ela já foi te contar não é? 

ㅡ Sakura, tente entender sua mãe, ela está dando seu máximo para que você consiga se adaptar a essa nova vida. 

ㅡ Tudo bem, mas eu não quero agora, por que ela não pode me entender primeiro? 

ㅡ  Você sabe por que viemos para cá? ㅡ Eu já tinha escutado aquela pergunta e sua resposta pelo menos umas 15 vezes.

ㅡ Porque será melhor para nós e porque aqui a mamãe teria mais oportunidades de trabalho em sua carreira como estilista. ㅡ Respondi entediada. 

ㅡ Exato! Ela está tão ocupada e preocupada, à poupe de preocupações desnecessárias. ㅡ Está se preocupando atoa, eu estava bem daquele jeito. ㅡ Como poderá fazer amigos ficando trancada aqui dentro? 

ㅡ Pelo visto vocês não me deixaram em paz tão cedo. Tudo bem, eu vou até a biblioteca, satisfeitos? 

ㅡ Certo, tenho certeza de que irá gostar, já fui lá algumas vezes, é grandiosa. 

ㅡ Pois é, a mamãe já me disse isso. ㅡ Cocei a cabeça impaciente.

O olhei caminhando vagarosamente até a porta, acenando em um "tchau" enquanto fechava a porta devagar. Minhas roupas ainda estavam dentro de grandes sacolas, eu não estava a fim de abrir cada uma à procura de peças específicas, eu só queria acabar com aquilo logo e ir atrás da tal biblioteca.

Nós estávamos em uma casa grande, composta por dois andares incrivelmente amplos, por mais que fosse uma casa chique, ficava longe do centro da cidade, o'que me desanima muito mais, andar longas distâncias me fazia desistir de muitas coisas.

ㅡ Onde está aquela bicicleta antiga? ㅡ Invadi o escritório do meu pai, desviando sua atenção para mim, que estava parada na porta.

ㅡ O'Que pretende fazer com ela? ㅡ Perguntou ainda me olhando, achei um milagre, normalmente não dava muita atenção à nós enquanto trabalhava.

ㅡ Ir até a biblioteca. 

ㅡ Com aquele trambolho? Nem pensar,  oque te custa ir caminhando? 

ㅡ E oque te custa me dizer onde está a bicicleta e me deixar ir com ela?

ㅡ Peça a sua mãe que a leve até que eu  compre um carro para você. 

ㅡ Eu não quero um carro, só quero que me diga onde está a porra da bicicleta! 

ㅡ Meça suas palavras para falar comigo Haruno! Agora saia, me deixe trabalhar! 

Bati a porta com força, indo em direção à cozinha, com esperança de que eu encontrasse alguma coisa interessante por lá. Eu realmente queria entender meu pai, qual é o problema com a bicicleta? Só porque está velha e ele não quer que seus amigos ricos me vejam andando com um "trambolho" como ele diz? 

ㅡ Escutei batidas, o'que está acontecendo lá em cima? ㅡ Afoguei-me com a água após levar um grande susto de minha mãe, que me apareceu do nada em minhas costas.

ㅡ É o papai, não quer que eu use aquela bicicleta antiga para ir até a biblioteca, se não me disser onde está e não me permitir ir com ela, não falem comigo se for para pedir para que eu saia.

ㅡ Está na garagem, meio empoeirada mas eu acho que dá pra usar se der uma limpada antes. Quanto a seu pai, você sabe que ele não gosta quando a filha dele usa coisas velhas que possam estragar sua reputação com os amigos, é coisa dele. ㅡ Acariciou meu queixo me puxando para um abraço logo em seguida. ㅡ Aproveite a biblioteca, deixe que eu me vire com ele, se possível, tente fazer algum amigo por lá, muitos adolescentes ficam lá para estudar.

ㅡ Obrigada mãe, a senhora é incrível. 

Corri rapidamente até a garagem, que assim como a casa, era ampla. Entre alguns entulhos como latas, ferragens e madeira, consegui encontrá-la, e minha mãe tinha razão, ela realmente estava precisando ser lavada. 

Peguei uma pequena esponja ligando a mangueira na torneira, esguichando em toda bicicleta, que começou mostrar sua real cor, vermelho escuro.

O dia com certeza seria longo, e talvez agora, eu estivesse preparada para enfrentá-lo.



*~-Aviso-~*

Capítulo feito por: Lady_Cherry123

Espero que tenham gostado, comentem aí oque acharam, me ajuda muito e me deixa super feliz saber suas opiniões sobre a história.
Beijos e até a próxima!

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