Não havia nem completado um dia e eu já estava morrendo de saudades da minha mãe, ela fazia muita falta e o fato de eu não vê-la na cozinha sempre que eu for pegar alguma coisa, me incomoda muito. Meu pai mesmo que fosse uma pessoa bastante ocupada, eu sabia que sua bravura frequente era apenas uma forma de defesa, não só para ele como para nós. No momento, era a mesma coisa que não ter ninguém comigo.
Eu realmente queria saber porque o tal livro interessava tanto a Sasuke Uchiha, não era possível que uma pessoa ame tanto assim algo que não dê oportunidade para outras pessoas desfrutarem da experiência, por isso coloquei um pequeno bilhete em uma das páginas, se ele for mesmo viciado naquele livro, irá ver cedo.
Eu estava no meu quarto enquanto meu pai se arrumava para a comemoração que aconteceria essa noite, sempre que isso vinha na minha cabeça, também vinha memórias ruins, onde eu e minha mãe sofríamos nas suas mãos.
Flashback on:
Meu pai chegou em casa bêbado, após sair para uma festa com seus amigos, antes mesmo de sair ele havia prometido para a mamãe que não colocaria uma gota de álcool na boca, mas como esperado, ele quebrou a promessa. Minha mãe nunca foi uma mulher que abaixa a cabeça para homens, mas nesse tipo de situação, ela só pensava em me proteger daquele monstro que ele se tornava quando bebia.
Mesmo com tudo isso, demos uma nova chance para nossa família, meu pai parou de beber e montou sua própria empresa onde trabalha até hoje. Não saiu mais para as comemorações, pois não achava que isso fosse necessário. Por isso estou com tanto medo de alguma coisa acontecer.
Flashback off.
Peguei meu notebook que estava sobre minha escrivaninha e trouxe o mesmo até minha cama. Pesquisei sobre alguns locais onde eu poderia trabalhar, pois na minha opinião eu tinha bastante tempo livre, e eu também queria ter o meu próprio dinheiro. Apareceram bastante opções por perto, mas eu procurava um turno pela tarde ou noite, já que eu estudava pela manhã.
Vi que a porta do meu quarto se abriu lentamente revelando meu pai ali, fechei meu notebook rapidamente pois ele nunca concordaria com a idéia, e aquilo só resultaria numa discussão, e foi exatamente o que aconteceu.
ㅡ O que faz aí? ㅡ Ele perguntou adentrando no quarto lentamente.
ㅡ Eu só estava vendo algumas coisas sobre a escola e também alguns livros online. ㅡ Ele me olhou curioso, parecia não acreditar em mim.
ㅡ Deixe-me ver. ㅡ Ele pegou o notebook da minha mão com força, não me dando tempo para qualquer reação de negação. ㅡ Não vou mais a comemoração hoje, a maioria dos empresários não vão poder ir, combinamos amanhã. ㅡ Ele dizia enquanto lia literalmente tudo. ㅡ Está tentando arrumar um emprego?!
ㅡ Pai, por favor, eu não quero arrumar problemas e nem discutir, devolve meu notebook e sai do meu quarto. ㅡ Olhei para baixo apontando para a porta.
ㅡ Você sabe bem que não precisa disso, nós demos tudo a você, E É ASSIM QUE NOS RETRIBUI? COM INGRATIDÃO?
ㅡ Eu já disse, não quero problemas, por favor saia agora! ㅡ Senti lágrimas se formarem em meus olhos, eu não podia aumentar meu tom de voz, ou tudo pioraria.
ㅡ PRIMEIRO EU EXIJO EXPLICAÇÕES! O QUE ACHA QUE MEUS EMPRESÁRIOS VÃO PENSAR DISSO?! QUE EU NÃO TE DOU NADA? EU NÃO TE CRIEI PRA ISSO, SAKURA! ㅡ Na medida em que ele falava, minha cabeça ia girando, minha visão estava embaçada e lágrimas teimosas rolavam na minha pele pálida.
ㅡ Eu quero fazer isso, não importa o que seus empresários vão pensar, a vida é minha! Tem razão, vocês me dão de tudo e ao contrário do que disse, eu sou grata a isso, mas eu quero ter meu próprio dinheiro e usá-lo da maneira que me convêm.
ㅡ Eu não vou te impedir de procurar um emprego, só não me procure mais e não conte comigo para mais nada! ㅡ Ele saiu em passos firmes, me deixando completamente abalada para trás.
No outro dia eu teria aula, e eu esperava que fosse ao menos agradável para recompensar tudo aquilo. Depois disso eu sairia rumo a alguns lugares que estão contratando, só aí eu viria para casa, o dia com certeza seria longo, e era bom que eu não tivesse tanta expectativa na questão do emprego, até porquê não está nada fácil arrumar um.
(...)
Acordei com um lindo dia me esperando lá fora, esse tinha que ser o melhor, pois eu estava bastante empolgada ( coisa que é novidade) com o que viria pela frente, e mesmo que eu tentasse não criar muita expectativa, eu não deixaria de pensar positivo.
Coloquei meu uniforme da escola e desci para a cozinha, onde eu não encontrei ninguém, apenas o café da manhã posto e um bilhete em cima das frutas.
"Sakura, eu tive que sair para resolver algumas coisas, depois que eu voltar vou ir direto para o bar, comemorar o projeto bem sucedido, não estarei em casa para a janta. Deixei tudo arrumado na geladeira, é só esquentar.
Obs: Bom café da manhã, o pai te ama muito. "
Então tudo aquilo da noite anterior tinha sido apenas efeito de uma cabeça quente? Eu sabia, ele sempre dizia que eu tinha que arrumar um emprego, só não esperava que esse dia fosse chegar tão rápido.
Comi uma maçã junto de um copo de água, coloquei algumas torradas em uma lancheira junto de uma garrafinha de suco. Peguei minha mochila que já estava em cima do sofá e saí para fora.
As ruas estavam cheias e várias pessoas conversavam para todos os lados, de certa forma aquela alegria e cumplicidade entre as pessoas estavam me atingindo de forma positiva, fazendo com que depois de tanto tempo um sorriso verdadeiro se formasse no meu rosto.
Cheguei na escola que estava movimentada também, encontrei Hinata e as outras que já estavam na sala de aula, percebi também alguns outros alunos que não eram dali, e logo Kakashi começou a dar aula.
Não demorou muito tempo para que Kakashi parasse a aula e fosse até a mesa de Sasuke, que estava cochilando em plena aula. A expressão irritada do professor foi ficando maior a cada passo para perto do moreno, que continuava a dormir.
Kakashi falou algumas coisas para Sasuke difíceis de se ouvir, mas o moreno não parecia ligar para nada, até um grito do mais velho tomar conta da sala e todos o olharem assustados, pois aquela era a primeira vez que vimos Kakashi irritado.
ㅡ Você está testando minha paciência, Uchiha, vá para a diretoria! ㅡ Kakashi falou irritado.
Sasuke saiu da sala com um sorrisinho diabólico, que eu sabia ele era nerd, e se tem uma coisa que um não faz, é dormir em sala de aula. Algo estava errado, muito errado.
(...)
O sinal do recreio já havia tocado, eu estava sentada em uma das mesas acompanhada de Hinata e as outras meninas. Elas conversavam sobre moda, eu estava extremamente entediada com aquilo, até eu perceber a estranha ausência de Sasuke e seus amigos.
ㅡ Meninas, eu esqueci minha lancheira na sala, vou ir buscar e daqui a pouco eu volto aqui. ㅡ Levantei da cadeira, aquela seria uma boa desculpa para procurar Sasuke se Hinata não fosse tão metida e dissesse que logo estaria indo atrás, e que passaria o intervalo na sala.
Eu apenas sorri e comecei a caminhar pelos corredores, de longe pude ver uma pequena silhueta de que Sasuke já estava lá, era estranho, porque ele e os outros tinham saído da sala bem antes. Apressei meus passos batendo acidentalmente em alguém, que praguejou baixo mas continuou a andar. Entrei na sala sentindo alguma coisa me molhar, meus olhos estavam cobertos e logo que eu os limpei pude ver meu corpo coberto por uma tinta rosa.
Sasuke estava parado à minha frente com seus olhos fechados que logo se abriram, me olhou assustado, senti meu sangue ferver e não demorou muito para que Hinata aparecesse, a mesma notou que Naruto estava envolvido naquilo e uma discussão se iniciou.
Eu já estava ficando zonza com o cheiro forte, e eu sentia que a qualquer momento eu poderia desmaiar.
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Library
RandomPessoas iam e vinham, entravam e saiam, mas nenhuma lhe interessava o suficiente. Naquela cidade desconhecida, a única coisa que lhe chamava atenção era a biblioteca grandiosa que se encontrava no centro principal da cidade, vivendo um romance enfia...