Narradora: Alpha
Eu imaginava que o campo de treinamento seria azul, lindo e extraordinário como todo o resto do Asteróide 12, mas eu estava completamente enganada. O lugar era bem sombrio e gélido, o chão era cinza e os dormitórios eram feitos de aço enferrujado. Os beliches rangiam e o espaço entre eles era bem reduzido. O dormitório feminino era fedido e as camas eram desconfortáveis. Ariel conseguiu ficar em um beliche próximo do meu, aposto que é para ficar de olho em mim.
Na nossa primeira noite antes de dar início ao treinamento eu mal consegui dormir. No meio da madrugada fui acordada com um ronco alto de Taylor que estava embaixo do meu beliche.
"Fez de propósito " - pensei
Sentei na cama e encostei na parede, tendo uma vista completa de todo o dormitório. Observei as rachaduras no teto e as infiltrações nas paredes. Scar estava no beliche de baixo do lado do banheiro, no beliche de cima do dela tinha uma moça também acordada, estava com um pedaço de madeira nas mãos, parecia estar esculpindo algo na madeira com as unhas.
Acenei, mas fui ignorada.
- O que está fazendo? - sussurrei de longe.
Ela me olhou de canto de olho e deu ombros.
Sua expressão parecia triste e distante, seu cabelo era curto, batia nos ombros e parecia ter mechas verdes. Tentei imaginar de onde ela teria vindo, com certeza de Kori ela não era, talvez Buki? Ou que sabe Tora?
- Maindo - ela sussurrou
Levei um susto, ela tinha acabado de ler minha mente. Já tinha encontrado com Maidoianos no nosso vilarejo em Kori, mas a maioria tinham a habilidade de controlar a mente dos outros e não de lê-las.
Fiquei com medo do que pensar agora, poderia ler tudo, isso me dava calafrios.
Sorriu como se debochasse do meu medo.
- Qual é o seu? - ela sussurrou.
- Shi - respondi. Logo depois percebendo que eu não precisava ter falado nada ela apenas leria minha mente.
Sua expressão mudou, parecia mais amigável agora.
- Sinto muito - disse abaixando a cabeça.
Já estou acostumada com esses olhares tristes ou calorosos quando falo do meu planeta. Agradeci com a cabeça.
- Isso é para autoproteção - mostrou sua estaca de madeira, que agora tinha em sua extremidade uma ponta afiada - se quiser se proteger em qualquer situação de emergência é importante ter um desses. Eles não nos deixam portar armas, nem nada afiado. Por isso eu escondo tudo.
Me perguntei se não seria um exagero aquele tipo de proteção, além do mais no que uma estava de madeira seria útil?
- Não é exagero - espondeu guardando o pedaço de madeira debaixo do travesseiro - eles dizem que esse lugar é seguro dos Wybers, mas eu não teria tanta certeza.
Dito isso, ela volta a se deitar e decido tentar dormir novamente.
1/2 dia sol 24ª - Horário do Asteroide 12 - ano 129.004 ªº8
Fomos todas acordadas com um som estridente de uma sirene, Taylor acordou nos berros e deu um chute na minha cama. Por impulso levantei num pulo e bati a cabeça na parede.
A porta de ferro se abre com um rangido. Uma sargento mal humorada aparece. Ela era extremamente alta e usava um uniforme azul e branco, no canto direito do uniforme tinha o símbolo de Kori (um espiral com uma estrela no centro). Seus cabelos eram negros e estavam amarrados em um coque alto e firme. Ela parecia ser bem durona.
VOCÊ ESTÁ LENDO
25 estrelas
Ficção CientíficaPLÁGIO É CRIME! Conto de fantasia, distopia e ficção-científica Em uma galáxia distante, uma guerra se instala depois da destruição de um planeta conhecido como Shi. Antes de sua destruição a Rainha do planeta deixa instruções de como acabar com a...