O falecimento do irmão de Luis

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Mais alguns anos se passaram e meu casamento com Luis, assim como nossos negócios na fazenda, iam muito bem! Graças a Deus!!!

Em uma manhã de dezembro, o silêncio e a tranquilidade de nossa fazenda são quebrados quando, ao passar pela porteira correndo e gritando, um serviçal da fazenda de meu sogro chama por Luis, desesperado:

— Seu Luis... Seu Luis... vosso irmão!!!! Vosso irmão, Seu Carlos!!!!

Ele sai correndo ao encontro do rapaz e pergunta aflito: 

— O que houve??? Diga-me!!!! Por que esta gritaria????

Ofegante o rapaz responde: 

— Vosso irmão caiu do cavalo durante a procissão da padroeira da cidade e morreu!!!! O Seu Pereira pediu pra o Senhô ir urgente para a fazenda de vosso pai!
 
O choque da notícia do falecimento de Carlos foi tão grande que Luis ficou mudo.

Ao ouvir o ocorrido, saí correndo ao encontro dele e tento acalmá-lo: — Meu amor, não se aflijas,
vamos verificar o que realmente aconteceu!

 E, apressados, partimos rumo a fazenda de meu sogro.
Assim que chegamos podemos constatar que a notícia era real... Carlos havia falecido! Meu Deus! Como isso pôde acontecer? Ele era tão novo!!!!

Aos prantos, Dona Cilene nos relatou que Carlos, como fazia todos os anos, participava da procissão levando a imagem da padroeira de cidade quando seu cavalo se assustou com os fogos e o derrubou. Carlos bateu a cabeça em uma pedra e faleceu!. A família Pereira estava inconsolada. Carlos era um ótimo rapaz!

Lembro-me de minha irmã, que há poucos dias  oficializou seu noivado com o rapaz, agora morto.
Apesar de muito jovens eles se amavam muito! Meu Deus...Coitada da Vinha!!!

No dia seguinte, com grande tristeza, toda nossa família se reúne para o sepultamento de Carlos. 

Pela primeira vez vejo nos olhos de Vinha uma angustia interminável, contrastando com sua  habitual alegria.

Aproximo-me e, dando-lhe um abraço demorado, choramos juntas!

Sr. Pereira e Dona Cilene apoiam-se  buscando forças para enterrarem seu filho caçula. Minhas cunhadas, inconsoladas, tentam manter-se de pé.
Meus pais, solidários ao sofrimento da família Pereira e à angústia de minha irmã, procuram auxiliar com os preparativos fúnebres.

Apoio Luis em meus braços e tento acalmá-lo. Toda a fazenda está de luto!
Parece que até a natureza está chorando... Uma forte chuva cai durante todo o dia.

Finalizado o sepultamento, nos despedimos e retornamos para a nossa fazenda.

Luis está inconsolado e muito abatido!
Ao chegarmos, deito-o em nossa cama e peço Nieta para preparar-lhe um chá de camomila.

Os dias seguintes foram focados somente no luto por Carlos.
Todos nos reencontramos na missa de sétimo dia. Que tristeza!

Os jovens amigos de Carlos, que o acompanhavam na procissão, fizeram uma linda e emocionante homenagem com pétalas de flores .


Ao final da missa, nos abraçamos, choramos muito e retornamos à fazenda.

Como Num Piscar de Olhos (Brasil)Onde histórias criam vida. Descubra agora