11. The interaction

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J i m i n

- Moço? Licença - uma voz um tanto fina soou no que não poderia realmente se considerar um cômodo - era muito pequeno pra isso -, atraindo meu olhar para si.

Era o pirralho de mais cedo. E ele tinha trazido companhia, pelo visto - o mesmo garoto que estava na tenda horas antes, só que com roupas diferentes. Ele também me parecia um pouco mais alto, mas eu não dei muita atenção a isso. Eu não poderia me classificar com um bom avaliador nesse quesito, de qualquer modo.

Porque vejam bem, de duas uma: Ou eu tinha ficado louco graças à fuga pela floresta, ou era apenas uma mera impressão minha.

Tinha grandes chances de ser a primeira alternativa? Claro que sim. Porém eu definitivamente preferia acreditar na segunda. Apesar de que não acho que esteja em meu juízo perfeito, não.

Porém um detalhe me chamava atenção: todos que entraram na cabana até agora eram extremamente parecidos: olhos grandes e redondos, narizes finos e particularmente longos, cabelos lisos e escuros, fora o maxilar definido. Além de que todos usavam roupas elegantes marcadas e de um tecido macio como veludo.

Aquilo era muita gente bonita em um lugar só, por Deus - eram muitos idiotas também, mas isso eu já imaginava.

E pasmem, eu estava igualzinho a eles, já que meu adorável e gentil perseguidor - captem a ironia -  havia feito o admirável ato de me ceder uma de suas vestimentas chiques e cheirosas - que possuíam o aroma incomparável daquele alfa, de deixar as pernas bambas, mas eu nunca admitiria isso. Entretanto, aquilo era o mínimo, óbvio, já que ele capturara um ômega nu e ferido a força e trazido para um amontoado de alfas.

Mas me orgulhava ao dizer que que precisara de mais de dois alfas para me carregarem. Eu não tinha perdido o jeito, afinal. Ou talvez sim, se parar pra refletir na situação que eu me encontrava nesse exato momento, coisa que eu não faria.

Os dois vestiam roupas escuras, com um tom mais puxado para o preto, e o mais velho tinha um sobretudo de couro da mesma cor, que ia até as suas coxas. A calça dele era justa e azul marinho, e suas botas se erguiam até os joelhos, como as do menor, que possuía uma calça verde musgo. Era realmente uma alta costura que eu nunca tinha visto na minha vida - não que eu já tivesse visto muita coisa. Trazia uma imagem de imponência a ele, como reis.

O garotinho se aproximou mais segurando alguma coisa nas mãos, com aqueles olhinhos grandes de dar pena - O que eu até teria, se não estivesse aqui justamente por causa deles.

- Oi moço, eu te trouxe comida. - Ele estendeu os braços, mostrando algo que parecia peixe, acompanhado por alguma outra coisa que eu não consegui decifrar o que era. - Pode pegar, é só peixe. - Ele disse, todavia continuei parado, o encarando, até que ele viu que eu não ia mesmo pegar o prato e se abaixou, colocando no chão logo a minha frente. Eu que não ia comer aquilo, vai que né?  Morrer envenenado ainda não era uma prioridade minha.

- O Jungkook falou pra a gente ficar só alguns minutos, Jaewoo. - O garoto alto finalmente se pronunciou, com a voz rouca mas tímida, quase envergonhada, diferente de outrora, quando os outros estavam aqui. Franzi o cenho. Quem era Jungkook?!

- E eu não tô nem aí 'pra o que o Jungkook falou, e você sabe disso. - O pirralho, que aparentemente se chamava Jaewoo, pegou um pedaço de peixe, e se sentou confortavelmente do meu lado, numa distância segura. Arqueei a sobrancelha. Ele tinha enlouquecido por acaso? Será que não ouvira o grito do tal Jisung?

O outro garoto também compartilhava do mesmo pensamento, pelo visto, já que deu um passo em falso na nossa direção, antes de me dar um olhar hesitante e recuar.

 Feelings |Jikook ABO|Onde histórias criam vida. Descubra agora