Capítulo único

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Notas iniciais: Essa fic é meu presente pra vocês, por meu aniversário de 5 anos como escritor de fic. Obrigado pelo apoio <3

Quando eu escrevi essa fic eu tava com o Japão mais antigo na cabeça, mas diversas coisas aqui estão historicamente bem erradas então não pensem muito da fic, ok? Só relaxem e leiam.

Ela foi inspirada num conto japonês antigo, que tem uma premissa bem parecida, mas claro, eu mudei algumas coisas e fiz ser gay kkkk

Espero que gostem!





Eijirou e Ochako se aproximaram do templo do deus com a jarra do melhor vinho que podiam pagar, junto com uma cesta cheia das melhores cerejas, pimentas, maçãs e romãs de toda a cidade ao fim do sétimo dia da semana. Eijirou vestia o melhor de todo seu guarda-roupa: um kimono vermelho com detalhes ricos em dourado e preto. Uraraka, ao seu lado, vestia a melhor seda que possuía num tom tão claro de rosa que quase chegava a ser branco, destacando a suavidade de sua personalidade.

Bem, suavidade na maior parte do tempo, pelo menos. Ela tinha bons golpes que não eram nada suaves, mas na casa de chá era costume fingir ser um tanto mais suave.

Eijirou e Ochako são prostitutos, mas só para os melhores clientes. Na maior parte do tempo, eles apenas servem chá, calados e com expressões doces. Para os clientes mais ricos e mais dispostos, eles serviam chá num quarto particular, onde tudo podia acontecer. Kirishima se orgulhava de sua vida. Tinha um bom dinheiro, um lar decente, amigos, comida na mesa: por que não haveria de se orgulhar?

No entanto, as questões sobre bom dinheiro estavam um pouco diferentes de um tempo para cá. A região na qual vivia era próxima do Imperador, porém nem tanto, e, assim como outras regiões mais à margem, eles estavam sofrendo com os golpes duros da guerra, a morte e a escassez de dinheiro e comida. Os generais que costumavam visitar a casa de chá para relaxar não tinham mais tempo nem para isso e a clientela para os quartos privados estava cada vez mais rara. Kirishima sentia falta dos generais: pagavam bem e ele adorava os corpos fortes, másculos, que o tratavam apenas com a brutalidade que gostava na medida certa.

Seu dinheiro sofreu um duro golpe com a queda nos clientes. Cada um que entrava e desviava o olhar dele trazia um sentimento amargo e mais incômodo do que causava antes. Por isso, sem saber a quem mais recorrer, ele e Ochako, que também sentia certo impacto sendo a provedora da família, recorreram ao deus da prosperidade, riqueza, sucesso e abundância: Katsuki Bakugou. Levavam consigo o vinho mais forte das redondezas, as melhores maçãs, cerejas e pimentas, alimentos conhecidos por agradar o deus. Além disso, carregavam também romãs de tom forte e a aparência suculenta, pois o fruto era consagrado ao deus, simbolizando fecundidade, riqueza e fartura.

Ainda assim, era um tiro no escuro: Bakugou era um deus mais conhecido por abençoar guerreiros com força, fazendeiros e agricultores com abundância nas colheitas, produzindo comidas ricas, gostosas e fortes que alimentariam os guerreiros. Era, na verdade, quase um deus da guerra e dos lutadores. Mas como o povo do reino começou a adorá-lo como deus da prosperidade, do sucesso, e do êxito, eles estavam tentando apelar para alguma misericórdia.

Os rituais de sacrifício para ele eram sempre ricos, quanto mais difícil fosse a causa ou desesperada a pessoa estivesse, maior devia ser a quantidade e a qualidade. O deus adorava sacrifícios de vinho, frutas, e animais de grande porte. O imperador de seu reino chegou a sacrificar uma dezena de bois no começo da guerra, e, apesar dos impactos econômicos, até então eles estavam vencendo.

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