Capítulo 32

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Tae estava disposto a seguir a sua intuição e o conselho de Joy. Todos estavam preocupados com o sumiço repentino de Han SeoYeon. Todas as formas de contato estavam bloqueadas. Nem mesmo comparecia aos seus compromissos com a empresa. Mesmo que ela tivesse errado em fazer maldades contra Joy, não poderiam deixá-la de lado. Han SeoYeon tinha sentimentos e se fossem machucados, ninguém saberia até onde ela seria capaz de ir.

Taehyung havia convidado Myung-Dae para lhe acompanhar a uma visita até a casa de Han SeoYeon. Já que ela não queria atender o telefone celular, teria que aceitar a ideia de vê-lo. Não era uma das melhores ideias que ele já tinha tido, mas precisava fazer com que a garota entendesse que a vida seguia, independentemente de estarem juntos ou não, mas que de toda e qualquer formas eles poderiam ser amigos. Não havia a necessidade de virar a cara quando se encontrassem pelos corredores da ArtMusic.

— Tem certeza de que é uma boa ideia tentar falar com a SeoYeon? — questionou Myung-Dae enquanto mordia ao redor de seu dedo, nervoso.

Tae deu de ombros.

— Preciso saber como ela está. Não quero continuar me sentindo pesado. Eu tentei ser o mais transparente com ela desde o começo, mas ela se apegou rápido demais — explicou.

— Ela vai ter que entender de alguma forma, meu amigo. — Myung-Dae começou a se lembrar de algo. — Ela já falou a respeito de sua família? É normal que as garotas falem muito.

Ele buscava alguma lembrança de que um dia tivessem conversado sobre o assunto, mas nada lhe surgia.

— Não! Em relação à vida particular, a SeoYeon sempre foi muito reservada. Por quê?

— Só queria estar preparado para lidar com algumas situações caso os pais dela comecem a nos encher de perguntas — justificou ele, simplesmente.

Tocaram a campinha e esperaram até que fossem atendidos. Um senhor de cabelos grisalhos abriu a porta sorrindo levemente.

— Posso ajudá-los, meus jovens? — perguntou ele em sua voz polida.

— Gostaria de falar com a SeoYeon — disse Tae.

— Ela não está. Quem são vocês?

— Taehyung e Myung-Dae.

O senhor pareceu pensativo. Os nomes soavam familiar.

— Aguardem um pouco.

Myung-Dae olhou para Taehyung, dando de ombros. Em pouco tempo o senhor retornou lhes entregando um papel. Agradeceram ao senhor e se afastaram da entrada da casa.

O papel rosa estava bem dobrado. Tae teve um pouco de dificuldade para abri-lo. Deslizou os olhos pela caligrafia perfeita e delicada que ela tinha.

"Por que continuar insistindo em levar uma vida sem ânimo e sem ninguém para te apoiar? Estou cansada de tudo isso. Eu sou uma fórmula matemática que nunca dará certo, mesmo que os mais inteligentes tentem entender. Ser sozinha nesse mundo deveria bastar, mas não posso continuar com essas falsidades. Minha vida acaba aqui..."

— Me segue! — ordenou Taehyung.

Ambos entraram no carro o mais rápido que puderam. Myung-Dae tentava fazer perguntas, mas sabia que não teria as respostas que tanto desejava. O bilhete havia deixado Taehyung completamente transtornado. Seu maxilar estava travado diante da raiva que sentia. O rapaz estava muito preocupado, pois raramente demonstrava quando estava com raiva. Ele começou a temer quando chegaram à ponte principal de Seul.

Estacionaram de qualquer jeito ao verem a pequena aglomeração se formando perto de uma figura loira. O coração de Tae já errava as batidas, o ar já não era suficiente para chegar aos seus pulmões. Saíram do carro a passos largos.

— Eu não posso continuar vivendo num mundo onde você não está comigo — gritou ela a plenos pulmões ao vê-lo no meio das pessoas. — Nunca serei boa o suficiente para as pessoas. Não sou boa em nada na minha vida.

Mais pessoas pararam para ver o que estava acontecendo na ponte Mapo. Taehyung se sentia fraco diante daquela situação, mas jamais permitiria que ela cometesse uma loucura ainda maior.

— Você é maravilhosa, SeoYeon — começou Tae. — Qualquer pessoa no mundo seria sortudo em tê-la ao seu lado. Por favor... — Ele se ajoelhou, atraindo mais olhares. — Desce daí, sua vida é importante, assim como os seus sonhos. Você tem que continuar viva para poder desfrutar de cada um dos momentos que ainda estão por vir.

— Até os meus pais me ignoram, por que seria diferente com as pessoas com quem cruzo nos corredores? — Ela estava visivelmente abalada. — Não queria que a sua vida se tornasse um inferno por ter me conhecido... — Ela lutava contra as lágrimas. — Não quero ser lembrada por conta das minhas chatices, por não saber fazer um namoro durar o suficiente.

Myung-Dae olhou com pesar para o amigo que estava ao seu lado. Fez apenas um gesto com a cabeça indicando que ele tentaria dar a volta para pegar Han SeoYeon. Ele deveria mantê-la desabafando. Como quem não quer nada, Myung-Dae foi se aproximando ainda mais da garota. Era triste ouvir os seus desabafos, mas começava a entender que desde cedo ela nunca tinha tido o amor e apoio dos pais. Sem saber o que era ser amada, ela tinha se tornado uma criança mimada, que sempre acreditou que o mundo poderia ser do jeito que ela quisesse.

Com um pouco de esforço, Myung-Dae conseguiu se projetar um pouco mais para frente e agarrou SeoYeon com força. Ele estava assustado por quase não conseguir tirá-la dali, mas havia dado tudo certo. Ela parecia tão pequena em seus braços. Ele a levou até o carro de Tae. Não demorou muito para que ele aparecesse e a confortasse em seus braços.

— Leva o carro da SeoYeon para a casa dela — pediu Tae. Esperou algum tempo, até a respiração da garota se acalmasse o suficiente. — O que deu em você? Precisava querer acabar com a sua vida desse jeito? — Ele soava preocupado. — Não quero perder amigos.

— Você quer ser meu amigo?

— Mesmo que o nosso relacionamento não tenha dado certo, a amizade continua. Podemos sair para nos divertirmos, rir e contar piadas. — Ele aforçou a olhar em seus olhos. — Promete que vai procurar ajuda médica? Precisa de acompanhamento para ver se está tudo bem...

— Prometo! — Ela sorriu levemente. — Me perdoa por ter sido uma pessoa ruim. Eu quero que você e a Joy sejam felizes. Conte comigo no que precisar. É o mínimo que posso fazer para compensar todos os danos causados.

Ele a abraçou fortemente.

— Só em ver essa atitude já é o suficiente para que a nossa amizade dê certo. Seremos grandes amigos.

Uma Namorada para TaeHyung (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora