Procurando um Rei | Haikyuu! Fanfic

Capítulo 11 - Ato V - A Floresta do Oráculo

O professor Takeda, como narrador da peça, tinha acabado de fazer a abertura do quinto ato, e assim que ele saiu de cena, as luzes se acenderam e ao fundo do palco a plateia podia ver a projeção de um jardim, ao longo do qual o rei Tsukishima e a rainha Hinata caminhavam lado a lado.

– Rei Tsukishima, vossos mensageiros ainda não voltaram com notícias sobre o rei Kageyama? - pergunta a rainha.

– Não, alteza. Não recebemos nada do regente do Reino do Aço. E já são mais de duas semanas que tentamos incansavelmente contatá-lo, mas até agora nada. Porém, recebemos hoje algumas notícias alarmantes sobre o vosso próprio reino.

– O que se passa no Reino da Luz? - questiona preocupada. – Meus irmãos estão bem?

– Sim, o príncipe Nishinoya e a princesa Yachi estão a salvo. Mas o general Ennoshita tem estado à procura de vossa alteza por toda parte. Deixando os soldados à beira da exaustão e esvaziando os cofres do reino nessa busca.

– Aquele miserável...

Estendendo a mão para a rainha, Tsukishima a convida a se sentar na beira de uma fonte ornamental, assim os dois ficam frente a frente.

– Rainha Hinata, até quando vossa alteza acha que pode esperar pela vinda do rei Kageyama? Já não está claro que o seu povo precisa de você e que aguarda seu retorno? Diferente do rei Kageyama, eu estou do seu lado nesse momento difícil. E já disse que estou disposto a ajudá-la.

– Sei que ele virá, rei Tsukishima.

– Mas eu não entendo... Se Kageyama está ciente do quanto é crítica a sua situação, por que ele não aparece de uma vez?

A rainha fica com os olhos brilhantes e engole em seco. Ela demora um tempo para responder às indagações, e então diz, num tom triste:

– Eu também gostaria de entender isso, rei Tsukishima... Mas agora as coisas mudaram. Agora que eu soube que o general Ennoshita está prejudicando meu povo desse jeito, não posso esperar mais nada. Então diga-me: O que vossa graça deseja em troca de sua ajuda?

O rei loiro simula indignação.

– Por que vossa alteza acha que estou lhe estendendo a mão em troca de algum ganho?

– Vossa graça irá me ceder vosso exército a troco de nada?

Ousado, o rei se aproxima um pouco mais e, segurando no queixo da rainha, ele faz com que ela o encare.

– É tão difícil assim acreditar que eu só quero proteger você, rainha Hinata?

A proximidade entre os dois estava no limiar do que poderia ser considerado decente. A troca de olhares era intensa da parte do rei e acuada da parte da rainha. Antes de voltar a falar, a rainha afasta a mão do rei, num gesto incomodado, e abaixa a cabeça.

– Rei Tsukishima, eu nem sei o que dizer.

O rei branco se levanta e fica a encarar a regente. Quando ela o encara de volta, ele diz:

– Que tal se você dissesse que me aceita como seu consorte? Por uma bela mulher como você, eu não me importaria de combater até mesmo na linha de frente. Esse é justamente o tipo de oportunidade que qualquer homem de valor almeja receber da vida.

A rainha fica assustada com o comentário direto e inesperado, e que deixava às claras as pretensões do rei branco.

– Entendo... - ela diz enfim. – Como não estou em posição de recusar, aceito a proteção que me oferece, rei Tsukishima. Ainda que não me ache merecedora.

– Quanta humildade... E também o esperado de uma autêntica dama.

– Se me permite um comentário, rei Tsukishima... Imagino que esteja ciente de que o general Ennoshita é um ótimo guerreiro. Por isso, abraçar minha causa poderá significar um inevitável derramamento de sangue dos vossos soldados...